Suíços realizaram no domingo um funeral simbólico pelo desaparecimento da geleira Pizol, em consequência dos efeitos do aquecimento global. O funeral foi inspirada em uma ação feita na Islândia há algumas semanas.
Cerca de 250 suíços, alguns vestidas de preto, se reuniram após duas horas de trilha pela antiga geleira, localizada perto de Liechtenstein e da Áustria, a 2.700 metros de altitude.
Os cientistas dizem que a geleira perdeu pelo menos 80% do seu volume desde 2006, uma tendência acelerada pelo aumento das temperaturas globais.
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A cerimônia ocorreu na véspera da reunião especial da ONU sobre o clima, nesta segunda-feira (23), em Nova York. O encontro com vários chefes de Estado serve para reforçar os compromissos em limitar o aquecimento global em até 2ºC em relação ao período pré-industrial.
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“Viemos aqui para dizer ‘adeus'” ao Pizol, declarou Matthias Huss, glaciologista da Escola Politécnica Federal de Zurique à AFP. Para Alessandra Degicomi, da Associação Suíça para a Proteção do Clima, uma das ONGs que organizou o velório, a montanha Pizol “perdeu tanto de sua essência que, do ponto de vista científico, não é mais uma geleira”.
Durante o velório, os participantes, entre eles crianças, depositaram flores na montanha. Entretanto, não foi instalada nenhuma placa comemorativa, assim como fizeram os islandeses. Em 18 de agosto, ativistas colocaram uma placa em memória do Okjökull, a primeira geleira da ilha a perder seu status.
De acordo com um estudo da Escola Politécnica Federal de Zurique, assim como o Pizol, outras 4 mil geleiras nos alpes correm o risco de ter 90% de seu volume derretido até o fim do século, caso nada seja feito para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global.