Simpósio reforça a importância dos profissionais da saúde na escalada

Por Redação

dores escalada
Foto: Shutterstock.

No último mês de novembro, a segunda edição do Simpósio Internacional da Saúde do Escalador reuniu médicos, fisioterapeutas e outros profissionais da área em um encontro virtual organizado pela ABEE (Associação Brasileira de Escalada Esportiva).

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O evento contou com a participação de convidados da Alemanha, Inglaterra, Noruega, França, Brasil e foi coordenado pela experiente fisioterapeuta carioca Gabriela Saliba, montanhista há mais de 25 anos e especialista em lesões referentes à prática da modalidade.

Assuntos como lesões frequentes na escalada esportiva, novas tendências da medicina, lesões de dedo, ombro, punho e mãos, além de outras geralmente negligenciadas pelo escalador, foram alguns dos principais temas debatidos nas palestras.

Com a entrada nos Jogos Olímpicos, a modalidade está em alta no Brasil. Além disso, a escalada é um esporte que envolve força, postura e movimentos de todo o corpo. Por isso, Gabriela entende que eventos como esse são fundamentais até para os próprios profissionais se aprofundarem no esporte.

“Conhecer as lesões mais prevalentes no esporte é fundamental, assim como as lesões específicas da escalada, como as lesões de polia (climber finger), por exemplo”, conta a fisioterapeuta, que em 2019 concluiu seu mestrado voltado para lesões nos escaladores e agora é doutoranda na UNISUAM (Centro Universitário Augusto Motta).

Assim como em todos os esportes, há algumas maneiras básicas de diminuir a incidência de lesões na escalada: comer bem, treinar com supervisão de um profissional, fortalecer e alongar os músculos e fazer uma avaliação biomecânica. Para praticar este esporte em alto nível, é importante ter a orientação de um profissional, ressalta Gabriela.

“Estudos científicos relatam que lesões em ombro: lesões do manguito rotador e síndrome do impacto, cotovelo: epicondilite medial e lateral, entorses de tornozelo são algumas das maiores incidências nos escaladores. Porém, o boulder tem apresentado mais lesões em membros inferiores como joelho, estiramentos de posterior de coxa, entorses de tornozelo e fraturas de pé”, detalha Saliba.

“Buscar um profissional da fisioterapia para a manutenção de sua saúde e para prevenir lesões é uma atitude de amor com seu corpo e de busca de longevidade no esporte. Vivemos mais, e precisamos cuidar para que nosso corpo nos acompanhe nesse caminho da melhor forma possível”, diz a fisioterapeuta.

Em sua segunda edição, o Simpósio Internacional da Saúde do Escalador ganhou corpo e a certificação da ABEE, a principal entidade da escalada no Brasil. Agora, Gabriela já planeja novos eventos para 2022.

“A ABEE foi muito acolhedora em receber meus projetos dos eventos de 2021, que foram os dois primeiros Simpósios Internacionais da Saúde do Escalador. Eu já vinha desenhando eles desde 2019, e queria ter o apoio de uma entidade do esporte. Em sete meses conseguimos executá-los com boa aceitação e repercussão tanto dos profissionais de saúde quanto dos cientistas da escalada de âmbito nacional. Em 2022 realizarei mais dois eventos, e conto com o apoio da comunidade escaladora e científica, dessa vez os eventos terão organização de uma entidade de ensino universitária”, diz.

“Vejo de forma muito otimista o futuro da escalada esportiva nacional, a inserção da escalada como modalidade olímpica abriu os olhos de muitas pessoas para a modalidade. E com o CT (Campus Training) que a ABEE estruturou no Paraná, acredito que teremos um grande boom acontecendo no Brasil muito em breve”, finaliza Gabriela.

As dores mais comuns em escaladores, de acordo com Gabriela Saliba

“As dores mais comuns em escaladores são em dedos das mãos, ombro,
tornozelo e punho. A melhor forma de evitar esse tipo de problema é sempre aquecer antes das atividades físicas, evoluir sempre ouvindo seu corpo, respeitando os dias de descanso, ter uma boa noite de sono reparador e buscar ajuda especializada com professores de educação física que possam elaborar um treino de acordo com seus objetivos e lastro fisiológico e uma profissional de nutrição para que o aporte nutricional e hídrico seja adequado. Muitos escaladores buscam a yoga como complementação ao seu treino, a prática estimula a concentração, equilíbrio físico e emocional e trabalha força e alongamento.

A fisioterapia pode e deve ser procurada não apenas quando se está lesionado, mas como trabalho corporal para melhora da qualidade do movimento, o que por si só é uma atitude preventiva de lesões! Existem exercícios que podem auxiliar no equilíbrio muscular do indivíduo, auxiliando no menor risco de tendinites e outras ‘ites’ que queremos bem longe de nós!”.

Gabriela Saliba tem o apoio da Crux Agarras. Para saber mais sobre o seu trabalho, siga o perfil @gabriela_saliba_fisio no Instagram.







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