Setenta e cinco anos após Maurice Herzog e Louis Lachenal cravarem seus nomes na história ao se tornarem os primeiros montanhistas a atingir o topo de um pico de 8.000 metros, o brasileiro Roman Romancini decidiu encarar seu próprio desafio no Annapurna, no Nepal, uma montanha temida por sua alta taxa de mortalidade e pelas condições extremas.
A tentativa de Romancini de escalar a icônica montanha de 8.091m coincide com o marco histórico da primeira ascensão ao pico e representa mais um capítulo na sua busca pelos limites da resistência, já que o Annapurna continua sendo um dos desafios mais complexos do alpinismo mundial.
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Experiente montanhista brasileiro, Romancini já enfrentou outros gigantes do Himalaia, como o Everest e o Ama Dablan, mas para ele o Annapurna apresenta riscos singulares. “O terreno instável, as avalanches frequentes e a imprevisibilidade do clima tornam cada passo um desafio”, diz. Através do dispositivo Garmin InReach, o escalador tem compartilhado sua jornada com mensagens que transmitem a intensidade da escalada.
“Estou me sentindo muito bem. A escalada de hoje foi bastante difícil: muita pedra solta e terreno muito inclinado. Já consegui visualizar a rota. Há um trecho bastante perigoso entre o Camp 2 e o Camp 3. Os sherpas dizem que leva de 40 minutos a 1 hora nesse trecho exposto na base do couloir. Tenho pensamentos positivos para quando for o momento do ataque ao cume”, relatou Romancini, direto do Nepal.
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A jornada até o topo do Annapurna passa por acampamentos de altitude que servem de base para aclimatação e planejamento da rota. No Camp 1, a 5.065 metros, Roman descreve o lugar como “em casa” e aproveita para recarregar as energias antes de avançar ao Camp 2.
Mesmo no alto, o escalador também encontra momentos de leveza, como uma sessão de yoga acima dos 5.000 metros. “Bati meu recorde de yoga! Acabei de fazer uma sessão de alongamento a mais de 5.000m… kkk”, compartilhou com humor. Mas também se depara com a brutalidade da montanha: avalanches ecoam ao entardecer, tornando ainda mais palpável o perigo que o rodeia.
A próxima etapa será decisiva. A subida de Camp 2 para o Camp 3 é descrita como “muito exposta”, exigindo atenção total. O plano de Roman e sua equipe envolve avaliar as condições da montanha antes de seguir adiante. “Se estiver seguro, vamos tocar para Camp 3. Se não, ficaremos três dias no Camp 2 para aclimatar”, explicou em sua última atualização.
Acompanhe a expedição de Roman em tempo real pelo Garmin InReach.