Prata na canoagem C1, bronze no atletismo: resumo da sexta-feira do Brasil em Paris

Na final dos 400m com barreiras, o brasileiro Alison dos Santos, o Piu, ganhou a medalha de bronze. Foto: Wander Roberto/COB

Nesta sexta-feira, 9 de agosto, o Brasil brilhou nas Olimpíadas de Paris 2024 com a conquista de três medalhas. A jornada olímpica do país foi especialmente iluminada pelos feitos na canoagem velocidade, atletismo e vôlei de praia.

Isaquias Queiroz trouxe uma medalha de prata para a canoagem, repetindo seu sucesso olímpico com mais uma performance impressionante.

Alison dos Santos, conhecido como “Piu”, garantiu o bronze nos 400m com barreiras, consolidando sua posição entre os melhores do mundo.

Além disso, a dupla de vôlei de praia, Duda e Ana Patrícia, trouxe a tão esperada medalha de ouro para o Brasil, coroando um dia de celebração para o esporte nacional.

Canoagem Velocidade: Isaquias Queiroz brilha com prata

Isaquias Queiroz confirmou seu status como um dos maiores atletas da canoagem velocidade ao conquistar a medalha de prata no C1 1000m durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024, no último dia 9 de agosto. O brasileiro, que já era um ícone do esporte, brilhou mais uma vez ao registrar um tempo de 3:44:33, superado apenas pelo tcheco Martin Fuksa, que levou o ouro com 3:43:16. O bronze ficou com o moldavo Serghei Tarnovschi, com 3:44:68.

Esta conquista marca a quinta medalha olímpica de Queiroz, igualando-o aos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael na segunda posição entre os atletas brasileiros com mais medalhas olímpicas, atrás apenas de Rebeca Andrade, que possui seis. O palmarés de Queiroz inclui ouro no C1 1000m em Tóquio 2020, prata no C1 1000m e C2 500m na Rio 2016, e bronze no C1 200m também nos Jogos Olímpicos do Brasil.

Durante a prova final em Paris, Queiroz avançou da semifinal com um tempo de 3:44:80, garantindo a terceira posição geral e o segundo lugar na primeira bateria. Esta bateria também viu a eliminação do romeno Catalin Chirila, que havia quebrado o recorde olímpico nas eliminatórias.

Após a prova, Queiroz expressou sua gratidão pelo apoio recebido e dedicou a medalha ao Brasil, mencionando a motivação de seu filho e o suporte do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). “Esse é o meu presente para todo mundo do Brasil. Muito obrigado por acreditar em mim”, declarou o canoísta.

Queiroz enfrentou desafios significativos em 2023, tanto físicos quanto psicológicos, mas conseguiu se recuperar a tempo para competir em Paris.

Além da medalha no C1 1000m, Queiroz também competiu no C2 500m ao lado de Jacky Godmann, mas a dupla terminou em oitavo lugar. Apesar da decepção, o atleta encontrou força para superar as adversidades e manter o alto nível de desempenho.

A trajetória de Isaquias Queiroz é marcada por desafios pessoais e profissionais. Nascido em Ubaitaba, na Bahia, ele superou obstáculos desde a infância, incluindo um grave acidente e dificuldades familiares, antes de se tornar um dos principais representantes da canoagem velocidade no cenário olímpico.

Atletismo: Alison dos Santos conquista bronze nos 400m com barreiras

Alison dos Santos, conhecido como “Piu”, brilhou mais uma vez nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, conquistando a medalha de bronze na final dos 400 metros com barreiras. Com um tempo de 47s26, o brasileiro repetiu seu desempenho de Tóquio 2020, garantindo sua segunda medalha olímpica de bronze na carreira.

A final dos 400m com barreiras no Stade de France foi marcada por uma competição acirrada. O americano Rai Benjamin foi o destaque da prova, conquistando o ouro com um tempo de 46s46, o único abaixo dos 47 segundos. O norueguês Karsten Warholm levou a prata com 47s06, apenas 0s20 à frente de Alison dos Santos, que completou a corrida em terceiro. Essa edição dos Jogos trouxe um pódio semelhante ao de Tóquio, com Alison mantendo a terceira colocação e os dois primeiros lugares trocando de posição.

“Foi mágico poder entrar num estádio lotado e sentir aquela energia. A rivalidade entre os atletas é amigável, e saber que a torcida estava vibrando por uma grande performance nos motivou a entregar o melhor de nós. Conseguir uma medalha novamente é maravilhoso e estou muito orgulhoso disso”, declarou Alison após a prova.

Alison havia garantido sua vaga na final com um desempenho dramático. Após terminar em terceiro lugar em sua bateria semifinal, com o tempo de 47s05, ele teve que aguardar os resultados dos outros atletas para confirmar sua classificação. Com a quarta melhor marca geral, ele superou um susto e garantiu seu lugar na decisão.

O resultado também reflete a impressionante superação pessoal de Alison, que enfrentou uma grave lesão no menisco lateral do joelho direito em 2023. Após uma cirurgia em fevereiro do mesmo ano, o atleta teve um ciclo olímpico desafiador, mas sua dedicação e esforço foram recompensados com a medalha em Paris.

Na mesma competição, o Brasil também viu Almir Júnior competir no salto triplo, onde alcançou a 11ª colocação com um salto de 16,41 metros. O atleta, que voltou a uma final olímpica após 16 anos, aproveitou o momento para pedir sua namorada, Talita Ramos, em noivado no estádio olímpico.

Maratona Aquática: Guilherme Costa abandona prova

O nadador Guilherme Costa, conhecido como “Cachorrão”, enfrentou um desafio inesperado na maratona aquática masculina dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Em sua estreia na modalidade olímpica, Costa não conseguiu completar o percurso de 10 km, abandonando a prova após nadar 6,6 km.

A prova teve início na icônica ponte Alexandre III sobre o rio Sena, reunindo 31 competidores de elite. Cachorrão não conseguiu manter o ritmo do pelotão de liderança e, após a quarta das seis voltas do percurso, foi forçado a desistir devido ao cansaço. Ele havia nadado 6,6 km em 1 hora e 16 minutos antes de abandonar a competição.

A desistência de Costa ocorreu após uma tentativa difícil de acompanhar o ritmo acelerado dos líderes. Sua melhor colocação durante a prova foi o 14º lugar, evidenciando as dificuldades enfrentadas em sua primeira participação na maratona aquática olímpica.

O nadador também acabou sofrendo arranhões no braço por ter que nadar perto da parede no Rio Sena – os atletas ficaram perto da borda para tentar diminuir os efeitos da correnteza.

“Você tem que ir bem na parede. Era muita gente junto, e eu acabei batendo um pedaço na parede. Mas, principalmente na volta ali, se você fosse um pouco mais afastado da parede, era muito difícil nadar, era muita correnteza contra, então, perto da parede fica um pouco menos correnteza, é um pouco mais fácil nadar, mas é um pouquinho arriscado ali, você fica muito perto da parede”, disse em entrevista reproduzida pelo GE após a prova.

O húngaro Kristof Rasovszky conquistou a medalha de ouro com um tempo de 1h50min52, liderando a prova de forma dominante. A prata foi para o alemão Oliver Klemet, que terminou em 1h50min54, enquanto o bronze ficou com o húngaro David Betlehem, que completou a prova em 1h51min09.

Agenda do Brasil no sábado (10)

Amanhã tem mais! Confira a programação do Brasil nos esportes de ação das Olimpíadas de Paris neste sábado (10):

05:50 Canoagem de velocidade K1 500m feminino (semifinal)
Ana Paula Vergutz

06:50 Canoagem de velocidade C1 200m feminino (semifinal)
Valdenice do Nascimento