O serviço de proteção à vida selvagem do Quênia está fazendo um ambicioso censo. O governo quer contar cada animal vivendo nas suas savanas e florestas.
O país conta com todos os “Big Five” nos parques nacionais -os cinco grande animais encontrados na África: rinoceronte, elefante, leão, leopardo e búfalo-, mas quer computar todas as mil espécies nativas, incluindo os pequenos e ameaçados pangolins.
Para isso, os cientistas têm usado aviões, drones, câmeras escondidas e um exército de observadores com o bom e velho papel e caneta.
A última vez que o país contou sua população de elefantes, por exemplo, foi há 30 anos. Apesar de a pandemia ter destroçado a bilionária indústria de turismo no Quênia, a ausência de turistas circulando levou a um baby boom, com 200 novos elefantinhos em 2020.
O pangolin -um primo do nosso tatu- terá atenção especial na contagem. Ele é uma das espécies mais ameaçadas pelo tráfico de animais no mundo. Sua carne e partes são muito apreciadas na Ásia.
Chegou-se a cogitar que a carne de um pangolin pudesse ter iniciado a pandemia do coronavírus no mercado de Wuhan, na China. Especialistas ainda não chegaram à conclusão da origem da doença.
O Quênia pretende reunir esses dados para entender como as mudanças climáticas, ocupação humana das áreas e a caça estão impactando na movimentação dos bichos por lá, e criar estratégias para preservá-los.
A expectativa é que o censo termine em julho.