Talvez você já tenha ouvido falar na Rota Cicloturística Márcia Prado. O caminho que liga as cidades de São Paulo e Santos já moveu milhares de ciclistas que o repetiram. E quem pedala em São Paulo pode já ter passado diante da ghost bike na Avenida Paulista que homenageia esta ciclista. Afinal, quem foi Márcia Prado?
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Há exatamente 12 anos, Márcia Regina de Andrade Prado foi atropelada na avenida Paulista por um ônibus, durante um deslocamento de bicicleta, em 14 de janeiro de 2009. Como infelizmente ocorre em situações assim, a notícia da morte começou a circular entre grupos cicloativistas. A Avenida Paulista já era rota de centenas de ciclistas por dia, e amigos checavam entre si se estavam todos bem, tentando descobrir quem teria se machucado. Quando foi confirmado que a vítima era Márcia, a comoção foi grande. Ela era muito ativa e querida – como Marina Harkot e Julie Dias, outras duas ciclistas que contribuíam de diversas formas para melhorar a mobilidade urbana em São Paulo e inspirar mudanças em outras cidades do Brasil, e que também tiveram as vidas ceifadas por motoristas imprudentes e um trânsito violento.
Na época, eu estava começando a participar desta movimentação em busca de cidades mais humanas e amigas de pessoas e bicicletas. Eu tinha entrevistado Márcia Prado na véspera, para uma matéria que falava sobre o aumento de ciclistas em São Paulo e sobre a necessidade de melhorias na estrutura cicloviária, para uma revista semanal.
Não tive tempo de conhecer profundamente Márcia Prado, exceto pelo registro absolutamente justo de um desejo simples e enfim não respeitado: o de voltar com vida para casa. Para conhecer melhor a história dela, o cicloativista Willian Cruz, editor do Vá de Bike, deixou um relato repleto de informações sobre quem foi Márcia Prado, porque ela se tornou um símbolo tão forte no movimento de mobilidade urbana brasileiro e qual o legado que ela deixou para quem pedala no estado de São Paulo.