Uma pesquisa de ampla abrangência, dirigida pela Gattaz Health & Results, apurou o estado mental dos trabalhadores no país. Estima-se que, ao redor do mundo, os custos com transtornos mentais sejam de US$ 3 trilhões de dólares, sendo que 2/3 desse valor vêm indiretamente pela perda de produtividade das pessoas.
Na pesquisa, 38 mil funcionários de 25 empresas foram contemplados. Destes, 43% apresentavam sintomas depressivos, mas somente 13% receberam diagnóstico. O mesmo ocorre com a ansiedade: 24% tinham sintomas, mas somente 5% foram diagnosticados com um transtorno.
Veja também
+ Um tijolo por dia: a vida saudável começa na infância
+ Por que suar mais é bom para sua saúde
+ 8 poses de yoga para melhorar a sua digestão
Outros dados preocupantes: 21% apresentavam sintomas de burnout e 18% foram
diagnosticados com o esgotamento, e 9% faziam uso excessivo de álcool. Os transtornos
mentais já são a terceira causa de perícias médicas no INSS, e a depressão, um desses transtornos, ocupa a primeira posição. Acredita-se que os transtornos mentais venham a ser a primeira causa de afastamentos no INSS em um curto prazo, talvez em menos de 10 anos.
Esses dados são preocupantes e revelam um cenário que foi se agravando no mundo corporativo: apesar da facilidade de acesso a atendimento psicológico e psiquiátrico, ainda é preciso muito para conseguir diminuir esses índices.
Os principais fatores de risco para esses transtornos no ambiente corporativo são a baixa autoestima profissional, pouco apoio social, comunicação deficiente e demandas além da conta. De acordo com a pesquisa, as empresas que investem em suporte psicossocial são
aquelas que apresentam os melhores indicadores.
A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho enumera algumas condições de
trabalho que podem conduzir a riscos psicossociais e afetar a saúde mental. São elas:
● Volumes de trabalho ou limitações temporais excessivas;
● Exigências contraditórias;
● Falta de clareza quanto ao papel do trabalhador;
● Comunicação deficiente;
● Mudança organizacional mal gerida.
O que as empresas podem fazer? Um bom programa de saúde dentro da empresa serve para orientar os colaboradores e ajudá-los a enfrentar a grande pressão do trabalho, desassociando as questões laborais das relações pessoais. Na ausência de cuidados, uma equipe insatisfeita, que conserve uma carga negativa por muito tempo, tende a apresentar um comportamento dispersivo e desengajado. Sabe-se que um colaborador feliz e saudável mentalmente é mais propenso a prosperar na vida pessoal e no trabalho, desempenhando suas funções com qualidade e ótima relação com a equipe.
Na verdade, opera como referência para as iniciativas que buscam resgatar o equilíbrio entre os aspectos profissional e pessoal. Desse modo, investir na prevenção de doenças que afetam a mente é garantir a motivação e a qualidade de vida, o que é bom para os funcionários e para toda a organização.
Me diga, como este assunto é tratado na sua empresa?
BIANCA VILELA é autora do livro Respire, mestre em fisiologia do exercício pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), palestrante e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde in company em grandes empresas por todo o país há mais de 15 anos. Na Go Outside fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. Instagram: @biancavilelaoficial.