Será que falar sobre saúde masculina, de forma geral, ainda é um tabu para os homens? De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com base em dados do Ministério da Saúde, foi constatado que, em 2020, as meninas adolescentes (com idades entre 12 e 19 anos) visitaram médicos com uma frequência 2,5 vezes maior do que os meninos da mesma faixa etária.

Ao comparar especificamente a frequência das visitas das meninas ao ginecologista com a dos meninos ao urologista, a disparidade é ainda mais notável, com as meninas indo 18 vezes mais ao especialista do que os meninos.

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A SBU também aponta que estudos conduzidos nos Estados Unidos demonstram que apenas 4% dos meninos adolescentes buscam espontaneamente um urologista para consultas de rotina, em comparação com 60% das meninas da mesma faixa etária.

Mas não é somente nesta faixa etária que a estatística se apresenta desta forma. Dados do Programa Nacional de Saúde (PNS) revelam que a taxa de mulheres que vão ao médico é de 82,3%, bem acima dos 69,4% registrados entre os homens.

Sendo assim, fica a pergunta: os homens vão menos ao médico que as mulheres? Ou as mulheres se preocupam mais com saúde do que os homens? O assunto ainda é tabu para nós?

A verdade é que esta tendência de os homens irem menos ao médico do que as mulheres pode ser atribuída a uma série de fatores, incluindo aspectos sociais, culturais e psicológicos:

  • Normas de gênero tradicionais: em muitas culturas, os homens são socialmente condicionados a serem autossuficientes e a evitar demonstrar fraqueza ou vulnerabilidade. Isso pode fazer com que resistam em buscar cuidados médicos, pois veem isso como um sinal de fraqueza.
  • Percepção de invulnerabilidade: alguns homens podem acreditar erroneamente que são menos suscetíveis a doenças ou que não enfrentarão problemas de saúde sérios, o que pode levá-los a adiar ou evitar check-ups médicos de rotina
  • Medo do diagnóstico: o medo do desconhecido e do diagnóstico de uma condição médica grave pode ser um fator significativo para os homens evitarem consultas médicas. Eles podem temer que um diagnóstico comprometa sua qualidade de vida ou sua capacidade de trabalhar.
  • Falta de tempo: pressões relacionadas ao trabalho e à carreira podem levar os homens a negligenciar sua saúde, pois veem a busca por atendimento médico como uma perda de tempo que poderia ser usada para ganhar dinheiro ou avançar em suas carreiras.
  • Desconhecimento da importância da prevenção: muitos homens não compreendem a importância da prevenção e dos check-ups regulares para identificar problemas de saúde em estágios iniciais, quando são mais tratáveis.
  • Acesso limitado à informação: Em alguns casos, os homens podem não ter acesso adequado a informações de saúde ou podem não estar cientes dos recursos disponíveis para cuidados médicos.

É importante destacar que a conscientização sobre essas questões está aumentando, e muitos esforços estão sendo feitos para encorajar os homens a cuidar melhor de sua saúde. Campanhas de conscientização, educação sobre prevenção e um ambiente de saúde mais acessível e acolhedor podem contribuir para superar essa tendência e promover uma saúde melhor entre os homens.

A SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), por exemplo, vem promovendo há seis anos a campanha “#VemProUro” no mês de setembro, quando é comemorado o Dia do Adolescente.

Falar sobre Saúde Masculina pode ser um tabu para muitos, porém, é preciso quebrar essas barreiras e desmistificar crenças errôneas, trazendo informação e prevenção. Por isso, que tal abordar sobre saúde masculina na sua empresa? Aproveite o mês de novembro e chamariz da campanha Novembro Azul para trazer uma nova visão sobre a saúde preventiva.

BIANCA VILELA é autora do livro Respire, palestrante, mestre em fisiologia do exercício pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde em grandes empresas por todo o país há quase 20 anos. Na Go Outside fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. Não deixe de visitar o Instagram: @biancavilelaoficial







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