Você pedala muito, come direitinho e no check up anual com o médico ganha elogios. Ninguém pensa em doação de órgãos ao manter uma boa saúde, mas, justamente por causa da bike e o estilo de vida de quem pedala, ciclistas são bons doadores de órgãos.
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Se você está em cima do muro sobre ser um doador de órgãos (ou nunca teve tempo ou oportunidade para se registrar como um), aqui estão três motivos pelos quais ser ciclista aumenta suas chances de poder ajudar os outros um dia no futuro, mesmo quando você não estiver mais aqui.
Vale dizer que o Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Cerca de 96% dos procedimentos feitos no Brasil são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos em número absoluto de transplante de órgãos. Então pensar no assunto pode efetivamente salvar a vida de alguém no futuro.
Coração forte
O cardiologista intervencionista Anuj Shah, de Nova Jersey, diz que às vezes é possível dizer só de olhar para o coração de um doador se ele era um atleta de endurance. Isso por causa da forma suave que o coração bate quando ele faz um ultrassom para ver se o órgão tem compatibilidade potencial com o paciente que irá receber a doação.
Fígado top de linha
Exercícios regulares mantém o fígado saudável. É estimado que entre 30% e 40% dos adultos dos Estados Unidos tenham doenças no fígado não-relacionadas ao álcool, que podem levar a doenças crônicas e falência do órgão. De acordo com uma revisão de 2014 publicada no World Journal of Gastroenterology, esta tendência impacta significativamente a quantidade de potenciais doadores de fígado viáveis. Pedalar reduz seu risco de doença gordurosa hepática não-alcoólica, significando que ciclistas dedicados podem ter fígados em muito melhor estado do que pessoas sedentárias.
Lesões cerebrais
Infelizmente, ciclistas estão mais vulneráveis a lesões na cabeça. Uma revisão publicada em 2019 no American Journal of Sports Science descobriu que o maior número de lesões na cabeça no esporte está relacionado ao ciclismo e ao futebol americano nos Estados Unidos. E soa horrível, mas a verdade é que esse é outro motivo pelo qual ciclistas são bons doadores de órgãos: lesões de cabeça fatais são a situação que mais favorece a doação deles. Os órgãos se mantém viáveis apenas por poucas horas fora do corpo, depois do óbito. Quando um paciente tem morte encefálica mas o organismo ainda mantém as funções vitais, a equipe de transplante ganha tempo para encontrar pacientes compatíveis. Além disso, estes órgãos potencialmente estão mais saudáveis no momento da lesão.
Doadores de órgãos: como se tornar um
1) Visite http://saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-orgaos, em que informações importantes são dadas sobre transplante de órgãos.
2) Converse com sua família. No Brasil, não é possível garantir absolutamente que a vontade de doar órgãos seja cumprida porque a decisão final é da família. Por isso é importante que as pessoas próximas a você saibam sua opinião.
3) Se essa ação é importante para você, pode pode até deixá-la registrada por escrito, para que seus familiares não tenham dúvida e se sintam mais confortáveis em cumprir seu desejo caso um dia esta decisão seja necessária.