A mudança climática está impactando drasticamente alguns dos patrimônios mais valiosos do mundo

Se o mundo continuar a aquecer, alguns dos patrimônios mais valiosos da humanidade podem simplesmente desaparecer.

Da cidade de Veneza que está afundando ao branqueamento em massa da Grande Barreira de Corais da Austrália, a mudança climática – efeito causado pela predominante emissão e gases do efeito estufa – está impactando drasticamente locais que estão na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO.

Um exemplo direto e impressionante é o Ilulissat Icefjord da Groenlândia. A geleira Sermeq Kujalleq está literalmente derretendo diante de nossos olhos, em parte por causa do aquecimento global.

O governo da Groenlândia inclusive comercializa a situação da geleira como uma oportunidade de testemunhar a mudança climática em ação.

“Praticamente todos os sítios do Patrimônio Mundial têm algum nível de ameaça das mudanças climáticas”, disse Adam Markham, vice-diretor do Programa Clima e Energia da União de Cientistas Preocupados, uma ONG de defesa da ciência sediada nos Estados Unidos, ao site da CNN.

Um em cada quatro Patrimônios Naturais da Humanidade é altamente ameaçado pelas mudanças climáticas, de acordo com a avaliação global da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) de 241 áreas naturais.

De acordo com o relatório, essa tendência dobrou de 2014 para 2017, tornando a mudança climática a “ameaça que mais cresce”.

Em 2016 e 2017, as ondas de calor marinho causadas pela mudança climática mataram cerca de metade dos corais na Grande Barreira de Corais.

Confira alguns outros locais que também correm o risco de desaparecer:

Estatuas Rapa Nui

Na ilha de Páscoa, no sudeste do Oceano Pacífico, o aumento do nível do mar ameaça a derrubar as misteriosas estátuas moai em Rapa Nui.

Parque Nacional de Yellowstone

O Yellowstone, nos Estados Unidos, já está sentindo os efeitos da mudança climática. Os invernos estão mais curtos com menos neve, rios mais quentes, lagos encolhidos e temporadas mais longas de incêndios.

Ilhas Galápagos

A mudança climática está causando frequentes fenômenos de El Nino, que afetam Galápagos, um refúgio de vida selvagem. A falta de água fria, rica em nutrientes, afeta toda a cadeia alimentar e muitas espécies enfrentam a fome.

Geleira Pastoruri

A Geleira Pastoruri, do Parque Nacional Huascarán no Peru está derretendo. E isto está afetando o suprimento e contaminando a água e o solo devido à liberação de metais pesados previamente presos sob o gelo, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza.

Cordilheiras das Filipinas

 

Por mais de 2.000 anos, o povo Ifugao das Cordilheiras das Filipinas cultivou terraços de arroz, mas a elevação das temperaturas e a precipitação extrema são uma preocupação. A UCS afirma que tempestades mais intensas reduzirão a estabilidade do terraço e causarão potencialmente deslizamentos de terra e erosão.

É possível salvar os patrimônios?

De acordo com Adam Markham, uma solução poderia ser desenvolver um índice de vulnerabilidade climática. Isso permitiria que os países que gerenciavam os patrimônios compreendessem melhor, monitorassem e abordassem o risco da mudança climática.

Mechtild Rossler, diretor do Centro do Patrimônio Mundial da UNESCO, disse à CNN que tem monitorado continuamente os efeitos da mudança climática no patrimônio.

“Se um site é bem administrado, as chances de que ele enfrente melhor as mudanças climáticas são altas”, afirma.

Outra estratégia da UNESCO para ajudar a preservar os patrimônios, é aproveitar o conhecimento e as tradições das comunidades locais.

Um exemplo foi a Serra de Tramuntana, Patrimônio da Humanidade, em Mallorca, onde os recursos hídricos são escassos. Nela, a comunidade local reviveu com sucesso sistemas tradicionais de irrigação, segundo Rossler.







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