Os melhores destinos outdoor escolhidos pela Go Outside

Casas em Kongakut, no nordeste do Alasca

Por Redação*

Se há uma coisa que nossa equipe entende é de destinos outdoor; se nos juntarmos com a galera da Outside gringa, então, nem se fale – e foi exatamente isso que fizemos. Confira as melhores viagens:

 

Estátuas de madeira, réplicas de entes queridos que se foram de famílias de Toraja

Expert: ERIKA SALLUM, REDATORA-CHEFE DA GO OUTSIDE

A viagem: VISITAR OS MORTOS NA TORAJA, INDONÉSIA

As atrações: Sim, é isso mesmo que você leu na frase acima. Na Toraja, região no interior da ilha de Sulawesi, na Indonésia, a morte é encarada como apenas uma das etapas de um longo processo de despedida desta vida. Lá os funerais são festas gigantescas – fui convidada para uma na qual centenas de pessoas comiam e bebiam em homenagem ao falecido durante dias. Também andei entre esqueletos guardados em caixões de pedra que se desprenderam de suas tumbas nos penhascos e prosseguiam fazia anos no meio do caminho. Os fetos que nunca chegam a nascer são depositados dentro do tronco de árvores enormes – e a abertura de cada minicova acaba coberta pela seiva, criando espécies de casulos. Some a isso um povo extremamente hospitaleiro e casas cujo telhado tem forma de barco (apesar de o oceano ficar bem longe dali), e tem-se uma das regiões mais interessantes do arquipélago. Nas paredes rochosas dos vales que cercam os vilarejos, estátuas de madeira, réplicas dos entes queridos que se foram, observam os vivos com olhos de ossos de chifre de búfalo. Estranho, bizarro? Sim. E irresistivelmente fascinante.

Vai lá: O melhor jeito de conhecer a Toraja é no estilo “menos é mais”. Hospede-se em uma pousada em Rantepao, a cidade mais conhecida da região, que logo um guia local vai bater à sua porta oferecendo serviços. Alugue uma moto e vá com o guia visitar túmulos, funerais, fetos. Acredite em nós: você vai se apaixonar pela Toraja.

Barcos no norte de Laos

Expert: ERIKA SALLUM, REDATORA-CHEFE DA GO OUTSIDE

A viagem: ANDAR A PÉ E DE BARCO NO NORTE DO LAOS

As atrações: Grande parte dos forasteiros que visitam esta simpatia de país asiático que é o Laos costuma não ultrapassar as cercanias de Luang Prabang, a cidade mais famosa e turística de lá. Porém a região mais ao norte guarda belezas tropicais que te presenteiam com trekkings por mata densa e – o mais maravilhoso – visitas às hilltribes, as tribos das montanhas. Há um vasto emaranhado de comunidades indígenas ali, e agências locais baseadas na cidadezinha de Luang Namtha organizam tours privados por aldeias, aonde se chega só após dias de caminhada. No maior centro urbano do extremo norte, Pongsali, optei por voltar rumo ao sul para Luang Prabang de barquinho – encontrado na hora na beira do mítico rio Mekong. Passei dois dias conhecendo o rio e os povos ribeirinhos, com pernoite em simples hoteizinhos ao longo do percurso.

Vai lá: É possível ir de ônibus a Luang Namtha a partir de Luang Prabang. Nos últimos anos, cresceu o número de tours por ali. O mais aconselhável é chegar à cidade e perguntar nas redondezas por agências confiáveis. E lembre-se: os melhores roteiros não são os mais baratos, então não barganhe a ponto de se arrepender depois.

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Vale da Lua na Chapada dos Veadeiros

Expert: THAÍS VALVERDE, REPÓRTER DA GO OUTSIDE

A viagem: RECARREGAR AS ENERGIAS NA GOTA SAT SOM, EM ALTO PARAÍSO (GO)

Gota Sat Som em Alto Paraíso – GO

As atrações: Muito se fala das atrações naturais da Chapada dos Veadeiros, em Goiás – que realmente são incríveis. Mas a região também é conhecida por ser uma área mística, principalmente o município de Alto Paraíso, ponto de encontro de terapeutas, ecoturistas e esotéricos de vários cantos do mundo. Após um dia cheio de trilhas e cachoeiras, resolvi reservar a noite para experimentar algo diferente e fui até o espaço Gota Sat Som, um templo em formato de gota com apresentações musicais e vivências de som e respiração. Era uma segunda-feira de Carnaval, e lá participei da sessão Terapia Sonora: A Música e os Cinco Elementos. Uma vivência guiada por sons, aromas e toques. Foi algo profundo, lindo e difícil de descrever. Saí da Gota Sat Som renovada e muito energizada. A atividade é conduzida pelo músico Diego Pasini e pela terapeuta Daksha Kara. A “energia de troca”, como o próprio espaço chama, sai por amistosos R$ 20. O Gota Sat Som funciona de domingo a domingo com diferentes atividades que abrangem música, ioga e meditação. Vale à pena vivenciar essa experiência na Chapada dos Veadeiros, onde dizem que tudo é mais intenso.

Vai lá: Gota Sat Som (facebook.com/gotasatsom).

Costa do litoral que forma a rodovia Rio-Santos

Expert: VERÔNICA MAMBRINI, EDITORA DA GO OUTSIDE

A viagem: CRUZAR A RIO-SANTOS DE BICICLETA

As atrações: A rodovia Rio-Santos liga pelo litoral as duas cidades, em um total de 550 km. Mas o “filé” dessa viagem são mesmo os cerca de 270 km de Bertioga, pertinho de Santos (SP), a Mambucaba, um pouco antes de Angra dos Reis (RJ). É um desfile eterno de azuis do mar, praias para todos os gostos e floresta verdejante da mata atlântica. Se você evitar fins de semana e feriados, certamente terá a chance de ver tu canos, araras e, com sorte, tartarugas e peixes nas pausas para os banhos de mar. Apesar de seguir o litoral, a estrada sobe e desce o suficiente para deixar o pedal interessante, com bons acostamentos em quase todo o percurso.

Como fazer: O litoral todo recortado pode ser feito de bike em três ou quatro dias, mas dá para passar semanas passeando de praia em praia e mesclando o pedal com sessions de stand-up paddle, caiaque e surf. Defina datas e orçamento e explore quantas praias puder no tempo mais longo que conseguir. Há opções de campings, pousadas e hotéis para diferentes gostos e bolsos, do bikepacking durango à viagem relax de casal.

Vai lá: Saiba mais sobre a rota e as atrações turísticas em parqueestadualserradomar.sp.gov.br/pesm.

Cabo Polonio no Uruguai

Expert: BRUNO ROMANO, REPÓRTER DA GO OUTSIDE

A viagem: VER DE PERTO OS LOBOSMARINHOS NO URUGUAI

As atrações: Comece sua jornada em Valizas, um pitoresco vilarejo praiano à beira do Atlântico, escolhido como lar por talentosos (e desapegados) artesãos, músicos e artistas uruguaios. Em uma manhã com tempo aberto e previsão estável, saia caminhando rumo ao sul pela costa, seguindo a linha do mar. Nas 2h30 a 4h seguintes, você provavelmente irá ver e viver um dos cenários mais selvagens do país. O destino final dessa travessia inóspita e sublime é o Parque Nacional de Cabo Polonio, lugar de magnetismo único que mescla rusticidade, cultura, misticismo e outros encantos bem particulares (por sorte, ainda sem wi-fi e luz elétrica). Suba ao farol de Polonio pouco antes do pôr do sol, observe os lobos-marinhos nas pedras costeiras, experimente os deliciosos buñuelos (bolinhos) de alga e faça novos amigos na vizinhança.
Vai lá: Hospede-se no hostel Ajo Aloha; charmosa pousada a preços camaradas, fb.com/ajoaloja, (a partir de US$ 13 por pessoa/noite).

 

A agência H+I Adventures oferece roteiros de mountain bike por Torres del Paine

Expert: SANDY CUNNINGHAM, COFUNDADORA DA AGÊNCIA OUTSIDE GO

A viagem: PEDALAR DE MOUNTAIN BIKE NO SUL DO CHILE

As atrações: O escalador superstar Alex Honnold conta que sua vida se transformou depois de conhecer de perto a Patagônia chilena. Todo mundo deveria ter a chance de visitar essa região de paisagens dramáticas – e um dos melhores jeitos de fazer isso é de mountain bike. As terras patagônicas se estendem por milhares de quilômetros de norte a sul, te levando a explorar campos de lava vulcânica, florestas de bambu e araucárias e, se você souber planejar, através do lendário trecho do Parque Nacional de Torres del Paine (mais bem apreciado sob a luz do entardecer).

Vai lá: A agência H+I Adventures oferece roteiros de 12 dias e 1.900 km por Torres del Paine. Ao longo do caminho, você mergulhará na cultura local dos gaúchos patagônicos, se hospedará em estâncias, tomará chá mate e se deliciará com quitutes regionais. A partir de US$ 4.875; mountainbikeworldwide.com.

 

O Alasca é um refúgio de vida selvagem

Expert: STEPHANIE PEARSON, EDITORA DA OUTSIDE USA

A viagem: EXPLORAR CORREDEIRAS E TRILHAS DO ALASCA

As atrações: Menos de 200 pessoas por ano têm a sorte de visitar Kongakut, no nordeste do Alasca, onde corredeiras de classes que vão de I a III são rodeadas por milhares de acres pelas terras do Refúgio Nacional Ártico da Vida Selvagem. Remadores podem pescar trutas do Ártico e observar de perto falcões peregrinos e cisnes- da-tundra. Faça um trekking pela Whale Mountain em um dia claro e você verá o Oceano Ártico a 48 km de distância. Depois embarque em um voo panorâmico por cima da cadeia de montanhas Brooks (a última antes do Polo Norte!) e reme por cânions que cortam desfi ladeiros com picos de mais de 2.500 metros de altitude.

Vai lá: A agência Arctic Wild prepara para junho um roteiro de 11 dias, partindo da cidade de Fairbanks. US$ 5.000; arcticwild.com.

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*Parte da reportagem “Pode começar a sonhar” publicada na edição nº 150 da revista Go Outside, abril de 2018.