Nepal recusa limpeza do Everest em meio a pandemia

No final de março, a Associação de Montanhismo do Nepal (NMA) pediu ao governo a limpeza do Monte Everest e outras montanhas onde o turismo foi suspenso devido ao surto de coronavírus. Mas nesta semana o governo do Nepal rejeitou pedidos para realizar uma limpeza na montanha mais alta do mundo.

Barraca, equipamentos de escalada descartados, botijões de gás vazios e excrementos humanos estão presentes na rota até o cume de 8.848 metros.

No mês passado, as autoridades suspenderam licenças para todas as expedições nas montanhas durante o surto de coronavírus, forçando o exército do Nepal a cancelar uma limpeza ambiciosa em seis montanhas, incluindo o Everest.

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“Não é possível nesta temporada”, disse Danduraj Ghimire, chefe do departamento de turismo do Nepal à AFP.

Organizações de montanhismo dizem que a crise do coronavírus é uma boa oportunidade para limpar o que às vezes é chamado o maior depósito de lixo do mundo.

“O governo deve permitir que uma equipe nepalesa limpe a montanha. Além de limpar o lixo, daria emprego aos sherpas que perderam a renda desta temporada”, disse Santa Bir Lama, chefe da Associação de Montanhismo do Nepal.

No ano passado, uma equipe de 14 pessoas passou seis semanas vasculhando lixo no acampamento base do Everest e no acampamento 4. Eles limparam a montanha de quatro corpos e mais de 10 toneladas de garrafas plásticas, latas e equipamentos de escalada.

Pasang Nuru Sherpa, que fazia parte da equipe do ano passado, disse que retirar o lixo e, principalmente, corpos, era difícil, pois alpinistas estavam subindo a montanha.

“Com a montanha vazia, nosso trabalho seria muito mais fácil e rápido, e poderíamos limpar um acúmulo de lixo. Só haverá mais camadas de neve na próxima vez e o trabalho será mais difícil”, disse Sherpa.

A janela de tempo para escalada da primavera do ano passado, que normalmente começa em abril, registrou um recorde de 885 pessoas no Everest. Apenas uma equipe chinesa está subindo no lado norte nesta temporada.