Não há evidência para o uso do Canabidiol no tratamento de Alzheimer, afirmam médicos

Não há evidência para o uso do Canabidiol no tratamento de Alzheimer, afirmam médicos
Os especialistas reconhecem a importância da medicação em formas graves de epilepsia (Crédito: Freepik)

O uso de canabinóides para o tratamento de doenças neurológicas é intensamente pesquisado, porém os resultados não são uniformes até o momento, segundo a Academia Brasileira de Neurologia. “Ainda não há evidência científica que corrobore o uso do Tetrahidrocanabinol (THC) ou do Canabidiol (CBD) para o tratamento dos sintomas cognitivos ou neuropsiquiátricos da doença de Alzheimer, tampouco para a reversão ou estabilização da doença, que apresenta evolução progressiva”, diz nota da Academia.

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Os especialistas reconhecem a importância da medicação em formas graves de epilepsia e que a literatura médica está em constante mudança, portanto novas evidências podem surgir com a evolução das pesquisas.

Matéria recente do jornal O Globo relata o caso de um senhor de 78 anos com Alzheimer que teve os sintomas revertidos com melhoria do humor, sono e memória, além de a doença se manter estável após o tratamento com extrato de THC e CBD. A publicação também expõe outros 28 casos com estabilidade em seis meses do tratamento.

O Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia destaca que os tratamentos foram publicados no formato de relato de caso. “Embora tenham o papel de documentar casos de interesse científico, os relatos de caso não permitem tirar conclusões sobre a eficácia ou não de tratamentos, sendo os ensaios clínicos controlados com placebo o meio mais adequado para isso”, esclarece a organização, que explica que neste tipo de pesquisa, para comprovar o possível efeito de um medicamento em teste, é necessário utilizar dois grupos de pacientes que têm a doença.

“Um grupo é selecionado por sorteio para receber o medicamento enquanto o outro recebe um placebo (produto sem efeito no tratamento). Nem os pacientes nem os médicos podem saber quem está tomando o medicamento em teste ou o placebo. Somente ao fim do período definido (seis meses, um ano ou mais) os pacientes serão reavaliados e então os examinadores e os pacientes vão saber quem tomou o medicamento e quem tomou o placebo. Assim, pode-se concluir se houve efeito”, completa a Academia.

A entidade esclarece que de outra forma, “os resultados podem ser obtidos por mero acaso e pode haver efeitos colaterais não documentados. Até o presente momento, ainda não se pode falar em tratamentos curativos para a condição, mas ressaltamos que os tratamentos sintomáticos atuais são bem estudados e validados e devem ser continuados a despeito de qualquer outro tratamento adicional oferecido. Colocamo-nos ao lado dos pacientes e de seus familiares na expectativa pelo avanço na ciência, com perspectivas de novos tratamentos modificadores da doença de Alzheimer, incluindo os derivados da cannabis”.







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