Os gastos dos homens causam 16% mais emissões de poluentes que contribuem para as mudanças climáticas do que os das mulheres, mostrou a empresa sueca de pesquisas Ecoloop. Mesmo as quantias de dinheiro das despesas sendo muito semelhantes, o consumo dos homens contribui mais para o aquecimento global. A pesquisa foi publicada no Journal for Industrial Ecology.
Os pesquisadores disseram que essa diferença de gênero nas emissões foram pouco estudadas até hoje e devem ser reconhecidas em ações para vencer a crise climática.
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A análise comparou homens e mulheres solteiros na Suécia e descobriu que alimentação e gastos de férias e viagens causaram mais da metade de todas as emissões para ambos os gêneros. A maior diferença foram os gastos dos homens com gasolina e diesel para seus carros.
Pesquisas anteriores já mostraram que em famílias com um carro, os homens usam o veículo com mais frequência para trabalhar, enquanto as mulheres têm maior probabilidade de usar o transporte público.
“Achamos que é importante levar em consideração a diferença entre homens e mulheres na formulação de políticas”, disse Annika Carlsson Kanyama, da Ecoloop, ao Guardian.
“A forma como gastam é muito estereotipada: as mulheres gastam mais dinheiro na decoração da casa, saúde e roupas e os homens gastam mais dinheiro em combustível para carros, alimentação fora de casa, álcool e tabaco.”
Estudos em 2010 e 2012 mostraram que os homens gastaram mais em energia e comeram mais carne — o que causa grandes emissões de poluentes e contribui para as mudanças climáticas — do que as mulheres.
“Estou surpresa que mais estudos não foram feitos sobre as diferenças de gênero no impacto ambiental. Existem diferenças bastante claras e não é provável que desapareçam num futuro próximo”, disse Annika.
O Pacto Ecológico Europeu foi criticado na semana passada por não incluir a interseção entre gênero e meio ambiente, ainda segundo o Guardian.
“A crise climática é um dos principais desafios do nosso tempo e afeta homens e mulheres de maneira bem diferente”, disse Leonore Gewessler, ministra do clima da Áustria. “Por exemplo, a maioria das pessoas afetadas pela pobreza energética são mulheres. É, portanto, crucial levar as diferenças de gênero na equação, se queremos desenvolver soluções e uma transformação que funcione para todos.”