Precisamos nos preparar para ‘calor extremo’, alertam cientistas

Ondas de calor extremas em consequência do aquecimento global têm causados incêndios e mortes
Ondas de calor extremas em consequência do aquecimento global têm causados incêndios e mortes

O aumento das temperaturas causado pelo aquecimento global está atingindo a humanidade mais rápido e mais forte do que o previsto, dizem cientistas do clima após a onda de calor extremo notada nos EUA e Canadá, que vem causando incêndios florestais e mortes.

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Por isso, o mundo precisa intensificar os preparativos para enfrentar o desafio climático global, alertou um grupo de cientistas durante conferência realizada na última semana.

Situações como as vistas na Columbia Britânica canadense e nos estados de Washington e Oregon, que vêm batendo recordes diários de temperatura, seriam consideradas impossíveis há duas semanas, disseram os especialistas. O momento, afirmam, é delicado.

Os autores do novo estudo disseram que a última onda de aquecimento excedeu até mesmo os piores cenários dos modelos climáticos simulados em estudos hipotéticos. Isso está forçando os pesquisadores a revisar conclusões e considerar a possibilidade de que outras partes do mundo, incluindo o Reino Unido, possam sofrer choques de temperatura semelhantes.

“Este é de longe o maior salto no registro que já vi”, disse o Dr. Friederike Otto, diretor do instituto de mudanças climáticas da Universidade de Oxford, e um dos fundadores do grupo World Weather Attribution, que produziu o último estudo. “Definitivamente, não devemos esperar que as ondas de calor se comportem como no passado, e por isso, precisamos nos preparar”, afirmou ao The Guardian.

Um dos focos principais do trabalho é analisar se as áreas afetadas sofreram um revés acidental ou se o sistema climático realmente cruzou um limiar e entrou em um novo estágio em que uma pequena quantidade de aquecimento global pode causar um aumento mais rápido – e extremo – nas temperaturas, trazendo calor e mortes a todo o planeta.

Ainda não há um consenso científico sobre isso, mas os pesquisadores agora estudarão com urgência se outras formas de perturbação climática, como a seca ou a desaceleração das corrente de ar, podem estar também associadas ao fenômeno e ampliando as ondas de calor.

As manchetes recentes se concentraram nos EUA e no Canadá, que atingiram um recorde de 49,6 ° C em uma latitude semelhante à do Reino Unido. Mais de 500 mortes foram associadas ao calor, que também gerou incêndios florestais, inundações glaciais de degelo, cortes de energia e estradas empenadas.

Os cientistas destacaram que tendências semelhantes de aquecimento podem ser encontradas em muitas outras partes do mundo, embora muitas vezes não sejam relatadas, principalmente na África Subsaariana, que não tem tantas estações de monitoramento e recebe muito menos cobertura da mídia.

Partes da Sibéria e do Paquistão passaram recentemente por ondas de calor excepcionalmente intensas. Os dias mais quentes de junho também foram registrados no mês passado em Helsinque, Moscou e Estônia.

Ainda de acordo com os cientistas, as temperaturas estão subindo em todo o mundo como resultado das emissões de gases de efeito estufa, e esses recordes devem continuar a ser quebrados.

Uma primeira análise das ondas de calor, divulgada na semana passada, descobriu que as mudanças climáticas causadas pelo homem tornam trazem 150 vezes mais chances de causar esse tipo de fenômeno e influenciar temperaturas e clima extremos.







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