Pesquisadores alertaram que as mudanças climáticas que o nosso planeta enfrenta podem impactar as Olimpíadas de Inverno. De acordo com um estudo de uma universidade canadense, no futuro, poderá ser mais difícil encontrar lugares seguros para sediar os Jogos.
+ Jogos de Inverno 2022: Tudo o que você precisa saber sobre as Olimpíadas de Pequim
+ Ciclista pedala em turbina de energia eólica contra mudanças climáticas
A pesquisa, liderada por Daniel Scott, professor de geografia da Universidade de Waterloo, mostrou que, se o mundo não reduzir os gases de efeito estufa, apenas uma das 21 cidades olímpicas de inverno será considerada “climaticamente segura” até 2080.
As mudanças climáticas podem afetar as Olimpíadas de Inverno gerando condições de clima ruins, como pouca neve, neve úmida, temperaturas adversas e chuva. No entanto, se os países reduzirem suas emissões de acordo com as metas do acordo climático de Paris, oito cidades permanecerão aptas para a realização dos Jogos.
O estudo consultou atletas de esportes de inverno de elite para determinar quais condições climáticas são as mais importantes para segurança e equidade nas modalidades, segundo informações da NBC. Um total de 339 atletas e treinadores de 20 países foram consultados para a pesquisa.
Knowles, ex-esquiador alpino, disse que viu em primeira mão o impacto das mudanças climáticas nos esportes de inverno ao ar livre.
“Mesmo em nossas áreas de treinamento em Denver, costumávamos começar a esquiar no final de setembro. Então virou outubro. E então outubro se tornou menos seguro”, disse Knowles, doutorando na Universidade de Waterloo.
O estudo perguntou aos participantes sobre as condições climáticas, como chuva, temperatura e neve, e o impacto que elas têm no desempenho. Por exemplo, a falta de neve ou chuva pode causar treinos cancelados, mudanças de local ou condições geralmente inseguras.
Com base nas respostas, os pesquisadores determinaram quatro categorias principais para indicadores ruins: neve baixa, chuva, neve molhada e temperaturas inaceitáveis (superiores a 10°C ou abaixo de -20°C).
Das 21 antigas cidades-sede estudadas, quatro delas (Squaw Valley, Chamonix, Garmisch-Partenkirchen e Sochi) já são consideradas inseguras, definidas como tendo um ou mais indicadores ruins ocorrendo mais de 50% das vezes.
Se as referências de emissões estabelecidas pelo acordo de Paris não forem cumpridas, até mais cinco cidades poderão ser consideradas inseguras até 2050. Se nada for feito, Sapporo, no Japão, será único local confiável até 2080.