Nas últimas semanas manchas de óleo voltaram a aparecer em praias de Salvador, Valença, Cairu (Morro de São Paulo), Jaguaripe e Vera Cruz, no litoral da Bahia. Pescadores identificaram a poluição nas proximidades do Terminal Naútico e pelotas foram encontradas em pelo menos sete praias. Um estudo da Universidade Federal da Bahia (Ufba) encontrou correlação com o petróleo do Kuwait, no Oriente Médio.
A professora Juliana Assunção, 35 anos, contou que durante uma travessia para Mar Grande, na Ilha de Itaparica, notou uma coloração diferente na água e que a tripulação informou que se tratava de óleo.
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No domingo passado, servidores da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), recolheram manchas na faixa de areia das praias de Amaralina, Pituaçu, Ondina, Barra, Paciência, Corsário e Jardim de Alah. A comerciante Isabel Silva, 45 anos, que depende da venda nas praias para levar o sustento para casa está preocupada.
Trauma de 2019
“Em 2019, um grande aparecimento de manchas de óleo no litoral da Bahia ocasionou uma grande queda no movimento e nas vendas de comerciantes que dependem do turismo nas praias. “Elas faziam foto da praia e iam embora, não desciam para consumir nas barracas”, contou Isabel Silva ao jornal Correio.
No Porto e no Farol da Barra a movimentação foi intensa neste domingo. A psicóloga Janaina Freitas, 37 anos, disse que está atenta. “Entro no mar, mas fico observando para ver se tem alguma mancha ou algo parecido por perto. É muito triste tudo isso, porque também tem impactos ambientais. Espero que não se repita”, disse.
Pesquisadores da Ufba analisaram uma amostra, coletada na praia da Barra, do óleo derramado em praias de Salvador e chegaram à conclusão de que este óleo guarda forte correlação com o petróleo produzido no Kuwait, no Oriente Médio.
O laudo técnico indica que “possivelmente, o descarte de água oleosa de tanques de algum navio petroleiro transitando no mar da Bahia, tenha sido a causa do aparecimento das ‘bolas de óleo’ na Praia da Barra em Salvador”.
A pesquisa foi conduzida pelo Lepetro (Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo, Energia e Meio ambiente do Instituto de Geociências da UFBA). A análise realizada pela equipe liderada pela pesquisadora Olívia Oliveira evidenciou que este óleo não é o mesmo de 2019, proveniente da Venezuela, e tampouco o óleo de 2022, originário do golfo do México.
Fonte: correio24horas.com.br