SP planeja trilha com 170 km de extensão em região pouco conhecida da cidade

Por Redação

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APA do Bororé é fundamental para a produção de água do município. Foto: Reprodução / Prefeitura de São Paulo.

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo planeja criar uma trilha com 170 km de extensão que irá conectar parques municipais, estaduais, reservas particulares e áreas próximas a aldeias indígenas na zona sul paulistana.

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A ideia é que o caminho passe por distritos como Marsilac e Parelheiros, conectando moradores, comerciantes e movimentando o ecoturismo na maior metrópole do país. Ainda não há prazo para a conclusão do projeto.

Chamada “Interparques”, a trilha ligaria estradas de terra a pequenos trechos de asfalto e ciclovia, com placas de sinalização para pontos turísticos, cachoeiras, comércios e pousadas em uma região pouco conhecida da cidade.

“Esperamos dar um salto de qualidade de vida para a região, com trabalho e valorização do território”, diz Ana Roso, da única Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) federal de São Paulo, chamada Sítio Curucutu, em depoimento ao Portal Ecoa.

As RPPNs são propriedades particulares cujos donos se comprometem com a União a mantê-las conservadas para estudos científicos, turismo ecológico e educação ambiental. O contrato de uma RPPN é perpétuo. No futuro, a trilha irá passar pela propriedade administrada pela família de Ana. “Estamos em um local mais distante, com pouca infraestrutura e oportunidades, mas com um poder ambiental incrível”, acrescenta Roso.

A maior trilha da cidade

A ideia da trilha Interparques em São Paulo surgiu por volta de 2014 entre os servidores da prefeitura. Em breve, a pasta deve lançar uma portaria para dividir o custeio do projeto com outras secretarias, como a de turismo, esportes e mobilidade urbana.

O início da trilha deverá ser no Parque Natural Municipal Bororé, na zona sul paulistana, aonde é possível chegar por meio de uma balsa que cruza a represa Billings em um cenário bem diferente dos arranha-céus paulistanos. A partir dali há cachoeiras, parques, aldeias indígenas e agricultura familiar.

A servidora Anita Correia de Souza Martins afirma haver interesse em estimular o turismo verde na região já há 20 anos, mas a distância, a pouca divulgação e o sinal de telefonia e internet ainda limitados dificultam o processo. Consequentemente, o pólo verde passa batido nos planos de muitos paulistanos.

“Quando criança, eu ia até [a região de Parelheiros] e achava que era outro município. Só descobri que era a minha cidade quando comecei a trabalhar na secretaria e me veio essa memória do coração”, explica Anita.

Apesar disso, ela afirma que é preciso cautela para manter as áreas conservadas e impedir que a urbanização avance contra o verde. Por isso, nas últimas duas décadas, a prefeitura criou parques municipais e, agora, planeja a trilha Interparques.

Segundo ela, além da própria prefeitura e do governo estadual, será preciso envolver a União e órgãos federais, como a Funai e o ICMBio, com a prefeitura de Embu-Guaçu, onde se planeja parte da trilha, e com comerciantes, donos de pousadas e casas de evento na região.







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