Ilha mapeada

Vista panorâmica da Ilhabela (Todas as fotos: divulgação Google Street View)

Conhecida por suas belezas naturais, Ilhabela (SP) recebe cerca de 500 mil turistas por ano, especialmente durante a temporada de verão. A partir deste mês, este que é um dos únicos municípios-arquipélagos marinhos do Brasil poderá ser visitado também a distância, a partir de qualquer lugar do mundo, com uma ajudinha da tecnologia.

Um voluntário carrega o trekker nas costas enquanto caminha por uma das praias da Ilhabela

A ilha é o mais novo local a constar na lista de lugares exóticos mapeados pelo Google Street View. Lançado em 2007, o programa inicialmente usava carros para coletar imagens panorâmicas em 360 graus de diversos lugares, criando um mapa digital mais completo do nosso mundo. Os carros, no entanto, não chegam a todos os cantos do planeta, e o Google passou a abrir mão de ferramentas diferentes para retratar a Terra. Voluntários do mundo todo começaram a fotografar usando triciclos, trolleys, snowmobiles, câmeras subaquáticas e até mesmo um camelo.

Em Ilhabela, o equipamento utilizado foi o Trekker, uma espécie de mochila adaptada composta por 15 câmeras, capaz de fotografar um frame a cada dois segundos. Com o auxílio de um smartphone, o dispositivo de aproximadamente 22 kg é controlado pelo voluntário ao longo das trilhas.

Um voluntário com o trekker nas costas cruzando uma pequena ponte

Até agora, mais de 80 países e cerca de 16 milhões de quilômetros foram explorados com o Google Street View, incluindo partes do Ártico e da Antártida. O primeiro local mapeado pelo Trekker foi o Grand Canyon, nos Estados Unidos. De lá pra cá, foram percorridos  variados pontos turísticos, históricos e de belezas naturais, como as Pirâmides de Gizé, no Egito, o Taj Mahal, na Índia, a Torre Eiffel, na França, entre outros lugares.

No Brasil, já haviam sido selecionados para o programa lugares como as Cataratas do Iguaçu, a Bacia Amazônica e Fernando de Noronha.

Na Ilhabela, o principal trecho escolhido para a jornada do Street View foi o Bonete, região que abriga a maior comunidade caiçara de Ilhabela. Um dos poucos lugares ainda isolados da ilha, o Bonete abriga cerca de 250 pessoas, que  vivem de forma simples, em construções rústicas, contando apenas com geradores e, mais recentemente, placas solares, para ter energia elétrica.

O acesso ao Bonete pode ser feito por mar ou pela trilha de cerca de 15 km pelo Parque Estadual de Ilhabela, que começa na Ponta da Sepituba, no extremo sul da ilha, e leva os aventureiros por uma caminhada de 3 a 6 horas até a praia. Foi este o caminho usado pela equipe do Google para fazer o mapeamento do lugar.

“Não foi uma missão fácil”, conta Fábio Kafka, do portal Ilhabela.com.br e responsável pelas coletas com o Trekker na região. Foram quase 7 horas com o equipamento de mais de 20 kg nas costas. A trilha mapeada nessa jornada corta a Mata Atlântica, passando por cachoeiras, como as da Laje e Areado, e ainda registra uma vista incrível próximo à chegada na praia, que também foi mapeada de ponta a ponta.

As imagens foram coletadas no ano passado e acabaram de ir ao ar. Além da trilha e praia do Bonete, foram coletadas também imagens do Centro Histórico de Ilhabela, mais conhecido como Vila. Nessa região, foram incluídas no mapeamento diversas atrações turísticas, como a praça central da cidade e os decks e pier à beira-mar, além de construções históricas, como os casarões do calçadão e a centenária Igreja Nossa Senhora D’Ajuda e Bom Sucesso, construída no século XVII com conchas, pedras e óleo de baleia.

 







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