O El Niño está entre nós. Neste momento, o fenômeno já está aquecendo a temperatura das águas do Pacífico e a NASA preparou um gráfico que mostra exatamente o que vem acontecendo.
O gráfico abaixo revela a alternância entre temperaturas maiores que a média (em vermelho) e menores (em azul), relacionadas aos fenômenos climáticos El Niño e La Niña.
Ele indica, por exemplo, como o Oceano Pacífico esteve sob influência do La Niña nos últimos três anos – antes do El Niño se estabelecer, podendo trazer previsões de temperaturas recordes no Planeta pelos próximos anos.
O gráfico animado também evidencia um pico de temperaturas altas no oceano em 2016: o ano mais quente já registrado até hoje, também por conta do aquecimento provocado pelo El Niño.
Rapidamente, aqui está o motivo pelo qual o El Niño e a La Niña são tão importantes para o Planeta. O ciclo de El Niño-Oscilação Sul (ENOS) é um padrão contínuo de flutuações climáticas no Pacífico. Dependendo do ano, há o El Niño ou La Niña.
O El Niño é a fase mais quente, enquanto La Niña é a fase mais fria. Em um ano de El Niño, os ventos que circulam ao redor do equador não são tão fortes. Águas mais quentes se deslocam para leste em direção à costa oeste das Américas, o que significa que a água fria que resfria a superfície do Pacífico não afeta tanto as temperaturas.
Quando as temperaturas do mar no Pacífico leste tropical aumentam 0,5°C acima da média de longo prazo, os cientistas declaram um ano de El Niño.
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La Niña, obviamente, é o oposto. As temperaturas oceânicas são mais frias. Como as temperaturas oceânicas são um dos principais impulsionadores do clima e do tempo (lembre-se, o tempo é de curto prazo, enquanto o clima são tendências de longo prazo), os anos de El Niño e La Niña têm efeitos drásticos nos padrões climáticos ao redor do mundo.
Quanto mais quente a água, mais intensas são as tempestades. Furacões são mais poderosos, a precipitação é mais intensa e o vento é mais forte.
Para nós que residimos no Brasil, a formação do El Niño pode aumentar as temperaturas e provocar estiagem em partes das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Já no outro extremo, em algumas partes da região Sul, o fenômeno deve causar excesso de chuvas.
Nos EUA, por exemplo, o El Niño geralmente significa mais chuva e neve ao longo da costa, mas condições mais secas em lugares como o Centro-Oeste. Em lugares como a Austrália, no entanto, o El Niño significa menos chuva, o que leva a várias consequências. A mais preocupante para os australianos, porém, é o risco de incêndios florestais.