Fernando de Noronha deve ser a primeira ilha inteligente brasileira

Por Redação

Fernando de Noronha
Imagem Shutterstock

Você provavelmente já ouviu falar em smart cities, ou cidades inteligentes. Uma cidade inteligente tipos diferentes de sensores eletrônicos para coletar dados e usá-los para gerenciar recursos e ativos eficientemente e tem metas de sustentabilidade para reduzir seu impacto ambiental. Os dados ajudam a monitorar e gerenciar sistemas de tráfego e transporte, energia, abastecimento de água, saneamento básico, criminalidade, educação, saúde escolas, livrarias, hospitais e diversos outros serviços para a comunidade. E nós com isso? Fernando de Noronha pode se tornar a primeira ilha inteligente brasileira.

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O conceito smart island, ou ilha inteligente, é ancorado nos mesmos pilares das cidades inteligentes. Ilhas têm algumas particularidades que merecem atenção especial. No caso de Fernando de Noronha, é um ambiente muito vulnerável, porém bastante controlado. A pouco mais de 500 quilômetros da costa brasileira, a ilha começou a trajetória ao tomar as primeiras medidas para a se tornar o primeiro território carbono zero do Brasil. Certamente a limitação de uso de combustíveis fósseis tem um papel importante

Nessa direção, no ano passado, foi sancionado o Decreto-Lei nº 16.810/20, que regulamenta a entrada e a circulação de carros a combustão na ilha. A partir de 2022, estará proibida a entrada de automóvel convencional no arquipélago e, a partir de 2030, a frota existente deverá ser apenas de veículos elétricos. A substituição dos veículos começou há alguns anos, por empresas que atuam em Noronha. A companhia de energia Celpe em 2015 foi a compra de um Renault Kangoo l00% elétrico, como parte do projeto de estudos de inovação e sustentabilidade da ilha, iniciativa que responde a 10 dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU.

Em 2019, a Renault ampliou a iniciativa e, em parceria com a administração da ilha, cedeu seis veículos 100% elétricos a serviços de apoio à população. Outro passo importante foi um consórcio entre a marca e parceiros como a WEG e a Polo Engenharia para lançar garagens públicas com geração solar (carport), equipadas com estações de recarga semirrápidas que carregam seis carros ao mesmo tempo. O excedente de energia das garagens solares será direcionado ao consumo da população local.

Mobilidade é só uma parte das soluções necessárias para atingir a meta, mas certamente é uma das mais importantes. Há outros exemplos de sucesso pelo mundo. Em Portugal, a ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, está prestes a se tornar uma smart island 100% livre de combustíveis fósseis, com diversas iniciativas ligadas a geração e armazenamento de energia renovável, veículos 100% elétricos e inteligentes, eletropostos inteligentes que entregam energia e devolvem excedentes à rede.

Como patrimônio natural brasileiro com iniciativas já em andamento, Fernando de Noronha tem tudo para se tornar a primeira ilha inteligente, com ações concretas para gerar mitigação das mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e qualidade de vida para a população local.

A aliança do setor privado, governos, sociedade civil e instituições de pesquisa, somando-se a esse ecossistema único, a um capital social significativo e a uma mentalidade empreendedora, demonstra que Noronha tem todas as condições para se tornar a primeira ilha inteligente brasileira, e, com isso, inspirar outras áreas insulares e continentais.

 







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