‘Felicidade é mato’: por que você deveria praticar o Cross Triathlon

Por Redação

Cross Triathlon
Alessandra Dias é bicampeã brasileira e representa o país nos mundiais de Cross Triathlon. Foto: Arquivo Pessoal.

O Cross Triathlon é um prato cheio para os amantes da natureza, já que troca o asfalto das grandes cidades por um desafio no outdoor.

Enquanto o ciclismo incorpora a mountain bike, a corrida dá lugar ao trail run e a natação pode ser praticada em rios, lagos ou represas.

A modalidade surgiu em 1996 na ilha de Maui, Havaí, e mais tarde deu força para a conhecida série mundial X-TERRA.

Veja também
+ As aventuras do empresário Bernardo Fonseca no universo outdoor
+ Banco Master Rocky Mountain Games recebe mais de 2.500 pessoas em Campos
+ Sem contraindicação: 5 dicas para curtir ao máximo seu tempo na natureza

“O Cross Triathlon é uma verdadeira imersão na natureza, por ter o ciclismo e a corrida em trilha”, explica Alessandra Dias, bicampeã brasileira e representante do Brasil nos mundiais da categoria.

O percurso atual nos grandes eventos de Cross Triathlon inclui uma natação a partir de 1 km em águas abertas, um pedal de MTB a partir de de 20 km e uma corrida de montanha geralmente entre 6 a 12 km.

“Isso já implica em uma logística diferente para os treinamentos e competições, porque é necessário praticar o ciclismo e a corrida em diferentes terrenos com diferentes inclinações e obstáculos, o que traz uma exigência física, técnica e mental muito maior”, complementa Alê, que é natural de Brasília.

Pedras, rios e lama: Alê Dias supera todos os obstáculos naturais no Cross Triathlon. Foto: Arquivo Pessoal.

Do asfalto para a terra 

As provas de Cross Triathlon vêm ganhando força e atraindo novos atletas por diferentes razões. Além do desenvolvimento de novas habilidades, elas dão oportunidade para um descanso mental das provas tradicionais, já que são disputadas na natureza.

Outra diferença são os equipamentos, que variam muito. Dependendo do terreno e das condições climáticas, o triatleta precisa usar um tipo diferente de bicicleta, de pneu e até mesmo de tênis.

Depois de 12 anos na escalada, Alessandra – que também é profissional de Educação Física – se apaixonou pelo esporte e não largou mais.

“Quando comecei, iniciei no triathlon de asfalto pela facilidade do treinamento, mas amo estar na natureza, para mim ‘felicidade é mato’, por isso sempre soube que o Cross Triathlon era minha cara”, diz a triatleta.

“Pra quem pensa em começar, uma possibilidade é começar no Triathlon de asfalto ou experimentar as modalidades isoladamente (nadar em águas abertas, mountain bike e corrida em trilha). Fazer um cross aquathlon e um cross duathlon antes também pode ser uma boa”, destaca.

Triatleta também fala sobre a falta de incentivo à modalidade no Brasil. Foto: Arquivo Pessoal.
Falta de incentivo

No próximo dia 22 de setembro, Alessandra deveria estar embarcando para a Itália, onde representaria o Brasil no mundial da modalidade, que será realizado em Trentino.

No entanto, a atleta ainda não sabe se conseguirá embarcar pela falta de recursos. Ao longo da carreira ela muitas vezes precisou tirar dinheiro do próprio bolso para despesas como uniforme, inscrições e passagens. Desta vez, ela decidiu fazer uma vaquinha online e uma rifa para arrecadar fundos para participar do mundial.

“Essa falta de incentivo ao Cross Triathlon, e a tantos outros esportes outdoor, é muito triste, porque esportes como esses deveriam ser incentivados justamente por promover um contato vivencial com a natureza, o que a ciência já comprovou que traz bem estar, além de incentivar as pessoas a compreender a importância de respeitar e preservar estes espaços”, diz Alessandra, que atualmente está sem patrocínio.

“Eu gostaria de competir todo o circuito de provas do XTERRA no Brasil, no mínimo, e até provas fora do Brasil, mas isso tem um custo muito alto. E se tivesse um patrocínio poderia me dedicar somente ao treinamento, mas no momento tenho que trabalhar como professora de Educação Física, com aulas e treinamento em atletismo para categorias de base e como personal trainer de escaladores, além de treinar, é um rotina bem pesada, de domingo a domingo das 5 horas da manhã até 22 horas”, revela.

Mont Blanc em solo

Em 2018, a triatleta encarou uma escalada ao Mont Blanc e depois da desistência de alguns amigos alcançou o cume sozinha, sendo até hoje a primeira e única mulher brasileira a escalar a icônica montanha de 4.810 metros dos Alpes em solo.

“Eu sou apaixonada por montanhas e estou completamente feliz de estar indo competir o Mundial do XTERRA em Molveno na Itália, próximo `As Dolomitas, um lugar icônico da escalada mundial, vai ser como unir os dois esportes que mais amo (cross triathlon e escalada), só falta um mar pra surfar e encontrar o Reinhold Messner na padaria pra ser perfeito! Vai que…”, brinca Ale.

Para acompanhar a rotina da atleta, siga o perfil @ale.ssandra.dias no Instagram.







Acompanhe o Rocky Mountain Games Pedra Grande 2024 ao vivo