Expedição inédita, 100% feminina, vai levar brasileiras ao topo do Himlung Himal

Por Redação

Montanhista, ultramaratonista e triatleta, Vanessa Oliveira organiza expedição só de mulheres ao Himlung Himal. Foto: Arquivo Pessoal.

Por muito tempo, o território das altas montanhas foi dominado quase exclusivamente por homens. Mas esse cenário pouco a pouco começa a mudar — com mulheres dispostas a simplesmente abrir o caminho.

Em outubro deste ano, quatro brasileiras partirão rumo ao Himlung Himal (7.126 metros), uma imponente montanha na região de Nar-Phu, perto da fronteira entre o Nepal e o Tibet, em uma expedição 100% feminina. Das escaladoras às guias, toda a equipe será formada por mulheres.

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À frente da empreitada estão montanhistas experientes: Vanessa Oliveira, empresária, ultramaratonista e triatleta; Fernanda May, médica do esporte especialista em medicina de áreas remotas; Micaela Lopez, empresária e campeã brasileira de corrida de aventura, além de Amanda Alvernaz, montanhista e escaladora.

A escolha do Himlung Himal também não foi aleatória. Com seus mais de 7 mil metros, a montanha oferece um desafio técnico, mas sem o mesmo nível de exploração comercial de picos vizinhos mais famosos, como o Everest. Além disso, permite um mergulho mais autêntico na cultura local, algo que também faz parte da proposta.

“O Himlung é uma montanha que não só oferece um desafio técnico, mas também a oportunidade de imergir na cultura local e interagir com a comunidade local que tem um profundo conhecimento da região. A montanha é menos explorada e linda, isto nos chamou muita atenção. Ela representa não apenas um desafio físico, mas também uma conexão profunda com a natureza e uma vivência inesquecível em um dos lugares mais majestosos do Planeta”, destaca Vanessa.

A expedição está prevista para durar cerca de 30 dias, em outubro deste ano, e contará com o acompanhamento de um segundo grupo de mulheres — um time de trekkers que seguirá com as montanhistas até o acampamento base do Himlung, guiado pela experiente montanhista Maria Tereza Ulbrich. Essa equipe, que enfrentará um desafio bem mais leve em comparação à escalada, ainda está sendo formada. Saiba mais no vídeo abaixo:

Outro ponto que torna a expedição rara — senão única — é a presença das sherpanis, as mulheres da etnia sherpa que vão guiar o grupo até o cume. Em geral, são os homens sherpas que ocupam esse posto, enquanto as mulheres ficam relegadas a funções de apoio. Neste caso, porém, o protagonismo será compartilhado de ponta a ponta.

“O grande diferencial de ter apenas mulheres nessa expedição, incluindo as sherpanis, carregadoras e todo o time de apoio é a oportunidade de criar um espaço de apoio mútuo”, afirma Vanessa.

O majestoso e desafiador Himlung Himal. Foto: Reprodução / Nepalclimbinginfo.com

“Queremos inspirar mulheres a ocupar todos os lugares que desejam, mostrando que elas podem levar essa vivência de superação e conexão para outras áreas de suas vidas. A montanha, que é um ambiente tradicionalmente masculino, e queremos mostrar que é possível sonhar, acreditar e realizar, para que todos possam possam usufruir de momentos mágicos e especiais”, compartilha a montanhista.

“A experiência na montanha traz aprendizado, autoconhecimento e tantas coisas boas que podem ser transportadas para a vida cotidiana. A ideia de reunir um time só de escaladoras surgiu dessa necessidade de mostrar que somos capazes de enfrentar desafios juntas e que a presença feminina nas montanhas é não apenas válida, mas essencial”, finaliza.

Para saber mais sobre a expedição, envie mensagem para o perfil de Vanessa Oliveira Instagram.