O corpo humano não se desenvolveu para receber uma abundância de alimentos. Em um mundo em que o acesso ao sal e ao açúcar é fácil – e o apetite por eles desenfreado – o exagero no consumo cobra seu preço na escala de um problema de saúde pública.
É difícil imaginar qualquer alimento que não contenha um dos dois, ou então ambos, em sua preparação ou composição. E já não é de hoje que a ciência reúne provas contundentes ligando ambos os itens ao aumento na prevalência de doenças como diabetes, obesidade e câncer.
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Estudos foram revisados por entidades e pesquisadores, concluindo-se que o uso desses ingredientes seja diminuído pela indústria. E, diferentemente do que se pregava antes, esse cuidado deve ser adotado por todos, e não apenas por quem já está com a pressão ou a glicemia nas alturas.
Uma robusta revisão de estudos, que acaba de ser publicada no periódico científico The British Medical Journal, associa o consumo exagerado a diversos desfechos negativos — não apenas ganho de peso e diabetes tipo 2. Cada copo de 250 mililitros a mais de refrigerante ou suco industrializado por dia está relacionado a uma elevação de 17% no risco de doença cardíaca e de 4% no de mortalidade precoce por qualquer causa.
A pesquisa acusa uma relação entre o abuso na ingestão de tudo que é doce e a maior propensão a males tão diversos como câncer de mama, osteoporose e depressão.
Veja as novas recomendações preconizadas pela OMS:
– Consumo de sal: 10,8g/dia (atual) para 5g/dia (nova)
– Consumo de açúcar: 80g/dia (atual) para 25g/dia (nova)
Quem me acompanha sabe que a saúde integral possui cinco pilares importantes, e entre eles está a alimentação com atitude. A alimentação é essencial para que boa parte dos nutrientes sejam ingeridos e cheguem, assim, à corrente sanguínea e, depois, às células, tecidos, órgãos, entre outros. Sendo assim, comer bem é crucial para a nossa vida!
Uma alimentação saudável ajuda no controle do peso corporal, mas devemos focar mais na saúde do que na estética. Muitas pessoas sonham com o corpo ideal, mas a verdade é que o corpo ideal não existe e trabalhar dentro das suas realidades para se manter saudável é o fator primordial. A saúde deve ser a sua prioridade!
Comer de forma saudável também é sinônimo de mais energia. Por meio dos níveis adequados de carboidratos, lipídios e nutrientes em geral, conseguimos nos sentir muito mais dispostos e combater problemas como carências e deficiências vitamínicas e de minerais.
Vamos repensar sobre o tema para implementar novos hábitos? Estamos juntos nessa jornada!
*BIANCA VILELA é autora do livro Respire, palestrante, mestre em fisiologia do exercício pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde em grandes empresas por todo o país há quase 20 anos. Na Go Outside fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. Instagram: @biancavilelaoficial.
Fontes deste artigo: Maria Cristina lzar, professora adjunta de cardiologia da Unifesp e diretora na Socesp; Ministério da Saúde; OMS; The British Medical Journal; Universidade Harvard.