Este mapa mostra quantos espaços selvagens ainda restam no Planeta

Por Redação

Foto: Reprodução / Global Change Biology.

Às vezes parece que estamos ficando sem espaços selvagens no nosso pequeno mármore azul. No entanto, pode ser um choque descobrir que cerca de metade do Planeta ainda tem um impacto humano considerado “baixo”.

Esse é o status atual de acordo com um artigo publicado na revista Global Change Biology, relatado pela National Geographic. Ainda mais surpreendente, os pesquisadores consideram que um quarto da superfície livre de gelo da Terra possui um impacto humano “muito baixo”.

“Se você procura um lugar no mundo que ainda não foi transformado por pessoas, este mapa é onde encontrá-lo”, afirma Erle Ellis, ecologista global da Universidade de Maryland, que participou do estudo.
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O mapa

O mapa usa quatro métricas diferentes para aumentar a precisão. Os antropos, também conhecidos como biomas antropogênicos, mostram as regiões onde as pessoas realmente vivem. Ao mesmo tempo, as áreas globais de modificação humana e de baixo impacto retratam locais com pouca ou nenhuma população.

Por fim, o índice global Human Footprint, ou Pegada Humana, usa vias navegáveis, ferrovias, estradas e luzes noturnas para avaliar onde a humanidade se agrupa.

Quando os pesquisadores combinaram essas métricas, eles criaram uma ferramenta que determina com precisão quais lugares foram mais afetados pelos humanos. Talvez sem surpresa, desertos, florestas boreais, pastagens montanhosas e tundras têm o menor impacto humano.

As áreas verdes no mapa (a) têm o menor impacto humano, enquanto as do mapa (b) têm impacto humano relativamente baixo. Os mapas combinam quatro critérios: onde os humanos vivem, pegada humana, áreas de baixo impacto e modificação humana. Foto: Reprodução.

“Mais preocupante”, escrevem os autores do artigo, “menos de 1% das pastagens temperadas, florestas tropicais de coníferas e florestas tropicais secas têm influência humana muito baixa”.

Olhar casualmente para o mapa também pode gerar algumas perguntas. Por exemplo, estudantes de história sabem que povos nativos em áreas de impacto “muito baixo” interagiram com seus ambientes por milhares de anos. E a Amazônia? Não estamos impactando isso de maneira importante?

A resposta para a primeira pergunta é que, embora seja verdade que os nativos da América do Norte — para citar um exemplo — rotineiramente ateiam fogo em suas terras para melhorar o manejo dos animais, essa definição de “impacto” não corresponde à definição mais moderna de abordagem adotada pelos autores do artigo.

Em relação à Amazônia e ecossistemas semelhantes, a resposta é sim, estamos causando impactos dramáticos nesses lugares frágeis. Mas não quando comparado com o que já fizemos em outras áreas.

“Essas descobertas sugerem que cerca de metade da superfície terrestre da Terra tem influência humana relativamente baixa e oferece oportunidades para conservação proativa”, destacam os autores do artigo. “Conservar essas últimas áreas intactas deve ser uma alta prioridade antes que elas sejam completamente perdidas.”