No último sábado (18), o atleta paraplégico Lai Chi-wai fez uma ascensão vertical com corda em um arranha-céu de vidro da cidade de Hong Kong.

Ao longo de mais de 10 horas, Lai conseguiu subir mais de 250 metros, em um esforço para arrecadar dinheiro para pacientes com medula espinhal. A técnica utilizada por Lai foi a de jumar, isto é, quando se faz um subida por corda usando um aparelho autoblocante (jumar).

“Eu estava com muito medo”, disse Lai à CNN. “Subindo uma montanha, posso me segurar em pedras ou pequenos buracos, mas com o vidro, tudo em que posso realmente confiar é na corda que estou pendurada.”

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No sábado, o atleta paraplégico não conseguiu chegar ao topo do arranha-céu Torre Nina de 300 metros de altura devido a questões de segurança. Mas, disse ele, esperava que sua escalada pudesse enviar uma mensagem.

“Algumas pessoas não entendem as dificuldades das pessoas com deficiência, algumas pessoas pensam que estamos sempre fracos, precisamos de ajuda, precisamos da compaixão das pessoas”, disse.

“Mas, quero dizer a todos, não tem que ser assim. Se uma pessoa com deficiência pode brilhar, ao mesmo tempo pode trazer oportunidade, esperança, trazer luz, não tem que ser vista tão fraco. ”

O chinês de 37 anos ficou paralisado da cintura para baixo após um acidente de carro há 10 anos. Antes disso, ele havia sido coroado campeão da Ásia quatro vezes em escalada em rocha e, a certa altura, ficou em oitavo lugar no ranking mundial.

Após o acidente, ele voltou a escalar prendendo sua cadeira de rodas a um sistema de polia e usando a força da parte superior do corpo para se levantar. Cinco anos atrás, ele escalou a montanha Lion Rock, com 495 metros de altura, um símbolo da cultura popular local da força e coragem de Hong Kong.

“Além de apenas viver, eu me pergunto o que me motiva? Então comecei a perseguir isso, sabendo que havia a possibilidade de escalar montanhas, mesmo em uma cadeira de rodas”, disse Lai”.