Há 70 anos, o homem atingia o cume do Everest pela primeira vez. O neozelandês Edmund Hillary e seu guia, o nepalês Tenzing Norgay, conquistaram a montanha mais alta do mundo em 29 de maio de 1953. Há pouco mais de dois anos, a brasileira Aretha Duarte se tornou a primeira mulher negra latino-americana a vencer os 8.848 metros até o topo do Everest. Foi no dia 23 de maio de 2021.
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O neozelandês e a brasileira têm em comum a paixão pela montanha e a coragem de perseguir objetivos, mesmo que por caminhos distintos. Para a Expedição Everest, Aretha criou um projeto em março de 2020, no qual usou a reciclagem para arrecadar parte do dinheiro necessário. Arrecadou mais de 130 toneladas de resíduos destinados à reciclagem, responsáveis por 40% do valor necessário para cobrir os custos, estimados em cerca de R$ 400 mil.
Após chegar ao teto do mundo, Aretha Duarte retornou disposta a se tornar uma agente de transformação socioambiental e a estimular as pessoas a desenvolver o seu PIB, o que ela classifica como Poder Interno Bruto. Para isso, tem atuado intensamente, desde a sua comunidade, na periferia da cidade de Campinas, no interior paulista, reverberando para o Brasil e para o mundo por meio de palestras, ações sociais, atuação junto a empresas e pelo seu livro biográfico “Da Sucata ao Everest”, cuja turnê de lançamento passou por 13 cidades em 10 estados durante cinco meses, entre setembro de 2022 a janeiro de 2023.
Aretha faz da própria história um exemplo para demonstrar autoridade ao falar sobre empoderamento, diversidade, inclusão, sustentabilidade e liderança. Sobre empreender, transformando sonhos em realidade. E esse propósito segue adiante. Após a Expedição Everest, Aretha tem usado sua voz para assumir novos papéis, especialmente como representante da nova liderança ESG. Com isso, tem atraído parceiros que compartilham essa filosofia, como a Moove e a Veolia, da qual é embaixadora, Decathlon e Enel. “Meu sonho grande nunca foi chegar ao topo do Everest. Meu sonho grande é garantir que transformações socioambientais e oportunidades cheguem às periferias, para que todos tenham o direito e as possibilidades de escolherem melhores caminhos para ajudar suas vidas e suas famílias.”
Comunicação também ajuda a transformar
Os próximos projetos de Aretha focam muito na comunicação como veículo de transformação. O documentário contando toda a saga do Everest deve ser lançado no segundo semestre deste ano. Também devem começar as gravações para uma série no canal Off, que vai mostrar a trajetória da Aretha. A ideia é que essa série tenha foco no movimento de transformação social e inclusão, vinculados ao esporte.
Recentemente, Aretha também participou das ações de rebranding da marca Senna. A montanhista participou de um vídeo da campanha, cuja narração usa a voz de Ayrton, construída por meio de ferramentas de Inteligência Artificial. Aretha também fala ao vivo para as pessoas. Sua agenda de palestras é intensa.
Mensagem inspiradora para 62 mil pessoas
Já foram 115 palestras, atingindo um público total de 62 mil pessoas. Além dos encontros comerciais, algumas de suas falas inspiracionais fazem parte de um importante ciclo social, onde ela visita escolas públicas estaduais e municipais para falar sobre superação, a necessidade de aprender a “sonhar grande” e achar maneiras viáveis para fazer acontecer. Nas palestras para empresas, ela apresenta conteúdo voltado às lideranças, mas também está desenvolvendo um programa de treinamento que possa ser ampliado e oferecido a todos os colaboradores das companhias.
Em meio a essa agenda intensa, Aretha continua sendo apaixonada por alta montanha. Segue com as expedições, seja como guia na empresa Grade6, seja em projetos pessoais. Recentemente, comandou um grupo majoritariamente feminino, reforçando o empoderamento das mulheres. Não esconde o desejo de voltar ao topo do Everest. Antes, tem outras montanhas para escalar, tanto as de pedra quanto as socioambientais.