Apesar de não ser um destino tão comum entre os roteiros de quem viaja, o Camboja é um ótimo destino turístico para quem deseja conhecer o sudeste asiático. Embora a região tenha um passado sombrio e histórias de guerra, quem viaja até lá pode contar com a simpatia dos cambojanos e curtir as belas paisagens.
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Além de ser um destino acessível para viajar gastando em dólar, o Camboja ainda possui uma cultura exótica, boa culinária e praias paradisíacas.
A dica de hoje fica com o casal Juliana e Ricardo (@divagandopelomundo), que são jornalistas e nômades digitais, e moraram no Camboja por um ano e meio. A vontade de ser nômade veio do desejo de fugir da rotina de São Paulo, conhecer e fazer coisas novas. O casal já havia passado a lua de mel no sudeste asiático em 2016, mas foi em 2019 que o novo estilo de vida começou. No Camboja foram 8 cidades e 2 ilhas exploradas.
Como se preparar para ir ao Camboja?
Antes de fazer as malas é importante saber que não existe voo direto do Brasil para o Camboja, então é necessário se programar com os vistos.
O país é vizinho da Tailândia, que pode ser o lugar para realizar a conexão até o destino final. O casal explica que normalmente as pessoas aproveitam para fazer um passeio pelo Sudeste Asiático, antes de chegar no Camboja, já que é uma viagem longa.
“Muitas pessoas viajam do Brasil para a Tailândia e da Tailândia fazem a conexão para o Camboja. Mas se o viajante tiver interesse de ir só para o Camboja, aí seriam outras escalas”, esclarece.
Para acessar o país é possível fazer a viagem até os Estados Unidos, seguir para a Coreia do Sul e depois partir para o destino final.
Mas a forma mais barata – e talvez menos cansativa – de ir até o país é pegar a via pela Tailândia, que normalmente possuem mais voos direto para o Camboja.
“Da Tailândia é super fácil chegar no Camboja, tanto por via terrestre, quanto aérea. E as passagens são bem acessíveis.”
O visto para o país tem duração de 1 mês e custa aproximadamente US$ 30 + US$ 6 de taxa de emissão, através do site e-Visa.
Preparando o roteiro para o Camboja
Preparar o roteiro é uma das partes mais importantes da viagem. Mesmo que no destino final algum item ou outro seja alterado, ter uma base do que se deseja conhecer é fundamental para a organização dos passeios.
A viagem do casal nômade começou em um período de pré-pandemia, então algumas coisas acabaram sendo modificadas. O plano para ficar no país era apenas de um mês, mas acabou sendo estendido por conta da pandemia e das fronteiras que haviam sido fechadas.
A Ju e o Ric contam que antes de irei para o país, eles fizeram toda a pesquisa pela internet, se inspirando e lendo relatos de outros viajantes que já visitaram a região, principalmente de pessoas que possuem o mesmo estilo de viagem que o deles.
“A gente gosta de fazer uma mescla, não somente conhecer lugares turísticos, mas conhecer o lado menos explorado dos lugares. Então acabamos inserindo também o “lado B” desses países”, conta.
Qual a melhor forma de fazer a viagem: solo ou em grupo?
Atualmente, viajar acabou tomando proporções para além das férias, conseguir fazer uma viagem de luxo ou enfim, ter um entretenimento longe de casa. Viajar virou também sinônimo de autoconhecimento e empoderamento.
Então independente do destino, é importante entender o que você pretende com a sua viagem, entender seus limites, o ritmo e o tipo de viagem que você deseja fazer.
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Para o casal o Camboja é um lugar que da para fazer os dois tipos de viagem!
“Nós conhecemos muitas pessoas que estavam viajando sozinhas por lá, e pessoas que estavam acompanhadas, como nós. É um país bem seguro, assim como os outros países do Sudeste Asiático. Principalmente para mulheres, que tem mais esse receio. Então dá pra viajar com segurança e também conhecer muita gente”, apontou.
Como são os cambojanos?
Se você tem receio de ficar meio deslocado durante as viagens, isso não vai acontecer no Camboja. Independente se você vai sozinho ou acompanhado, de acordo com o casal os cambojanos são bem calorosos e receptivos.
“Na cidade grande talvez tenha que quebrar uma camadinha social, mas nas cidades do interior, nas praias eles são mais receptivos”, relembram eles. “Tem a barreirinha do idioma também, já que nem todo mundo fala inglês. Mas eles são muito receptivos, sempre tem uma cervejinha pra oferecer, fazem questão de interagir e fazer amizade. Inclusive a gente foi embora de lá, mas ainda continuamos em contato com alguns cambojanos.”
Onde se hospedar no Camboja?
Para quem vai ao país pode ficar tranquilo porque ele consegue oferecer de tudo um pouco, desde hostels até bangalôs, mas o melhor de tudo é que existem hospedagens para todos os bolsos.
A Ju e o Ric ficaram hospedados a maior parte do tempo em guest house, que em alguns lugares funcionam como um hotel mais em conta, já em outros, é uma casa particular que acabou virando uma casa de acomodação. De acordo com a Ju, na Ásia existem bastante acomodações nessa modalidade.
Mas além dessa opção é possível encontrar hotéis, hostels e entre outros.
“Tem bastante hostel, desde o mais simples até aqueles mais ‘party’, com festas e tal. Airbnb tem, principalmente na capital, em cidadezinhas menores a gente acabou não encontrando. Hotel tem no país inteiro, e as acomodações são para todos os bolsos. Nós ficamos de tudo um pouco.”
Passeios para incluir no roteiro
Apesar do Camboja possuir praias paradisíacas incríveis, o país consegue entregar muitos passeios culturais interessantes. O casal, que ficou um ano e meio pela região, conseguiram ter experiências bem legais pelo país, então se liga nos passeis que eles consideraram indispensáveis!
- Angkor Wat, o maior complexo religioso do mundo e Patrimônio da Unesco;
- Museu do Genocídio Toul Sleng;
- Passeio de moto em Kampot. A dica é dar uma volta pela montanha Bokor, conhecendo cachoeiras, construções abandonadas do século XX e o cenário rural pelo local;
- Nado com plânctons bioluminescente em Koh Rong Sanloem.
O que você vai comer no Camboja
O Camboja possui fortes influências francesas na sua culinária, e além dos países vizinhos serem a Tailândia, Laos e Vietnã, sua culinária é bem diversificada, fazendo uso de ingredientes frescos e temperos que dão origem a pratos bem gostosos.
No Sudeste Asiático em geral eles possuem uma identificação muito forte com o curry, então é possível encontrar umas 3, 4 variações de curry. Mas especificamente no Camboja, eles possuem dois pratos bem típicos.
“O fish amok, que parece uma espécie de moqueca, e tem o lok lak, que é o que mais se aproximou do nosso PF [prato feito] brasileiro. É um arroz preparado na forma deles e tiras de carne, com um molho meio cítrico. Ai acompanha salada, ovo frito e em alguns lugares colocam batata frita.”
Qual melhor época para visitar o Camboja?
Se bateu aquela curiosidade de viver a experiência cambojana de perto, as boas notícias é que da pra visitar quase o ano inteiro o país. A Ju ressaltou que o que pode acabar dificultando um pouco são os períodos de monções asiáticas, que é o período que chove bastante nas regiões.
Mas o casal indicou que as visitas podem ser feitas de outubro à abril.
“Há uma época no ano que chove bastante, mas varia também de qual parte do país está rolando a chuva, mas no geral, a melhor época para visitar é de outubro à abril. As chances de pegar chuva são bem menores, então vai estar bem quente e da pra aproveitar bastante os templos, as praias e a viagem no geral.”
Paisagens de destaque, na visão da Ju e do Ric
As paisagens ensolaradas e rurais do Camboja podem ficar na memória para sempre, e apesar de não ser um destino tão óbvio para os viajantes, ele com certeza será um dos mais apaixonantes para quem o visita. Para o casal, que tinham planos de ficar no país apenas um mês, acordar e ver o sol banhar o mar azul da ilha de Saracen foi um dos privilégios e paisagens favoritas da viagem.
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“Uma que marcou muito foi um desses passeios despretensiosos de moto ao redor de Kampot, em um lugar que chama “Caverna do Sol e da Lua”, e era uma paisagem extremamente plana, rural, com uma paz e um silêncio que a gente dificilmente viu em outro lugar. A praia de Saracen era um privilégio ter o nascer do sol na nossa cara, com o sol tingindo toda a praia de laranja. E além dessas duas, a paisagem de Siem Reap andando de moto é bem legal também. Andando entre os templos, vendo aquelas ruínas… é um país muito plano, que dá pra você explorar bastante”, finalizou.