#365para42: Corrida Virtual: Novo Normal

Por Cacá Filippini

novo normal

Embora a expressão da moda “novo normal”, tenha sido cunhada pelo businessman Mohamed El-Erian para caracterizar o fato de que esta crise econômica não é como as que vivemos nas últimas décadas, o mundo a adotou. E com ela, novas ideias e comportamentos foram endossados. Com as corridas, não foi diferente! A opção que está surgindo é a corrida virtual. 

A corrida virtual ganha força com a grande dificuldade de criar algum protocolo para a volta das provas de corrida de rua, com milhares e milhares de pessoas. Nas versões virtuais dos eventos, cada corredor corre de sua esteira, ou na rua, sozinho e em segurança e transmite seus dados para os organizadores. 

Algumas versões são chamadas desafios e não têm custos. Outras provas que seriam físicas, viraram virtuais e ainda necessitam de inscrição paga. E há também, provas pagas ou não, que estão surgindo a cada semana, propondo quilometragens, objetivos e até mesmo, razões diferentes para que os corredores a façam.

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Eu mesma, Cacá Filippini, experimentei a corrida virtual em duas provas recentes. A primeira em que me aventurei foi a NYRR Brooklyn Half Marathon em maio. A prova foi organizada pelos mesmos responsáveis da 50ª Maratona de Nova York (meu foco maior). E na madrugada de 16 de maio, corri pelas ruas do meu condomínio e registrei meu resultado conforme o regulamento.

Dia 31 de maio, corri mais uma meia, mas na esteira da minha casa. Tive não apenas com o objetivo de cumprir a prova que iria correr em Porto Alegre, mas também engajar  doações em prol do Itaci – Instituto de Tratamento ao Câncer Infantil.

Para esse evento, convidei outros corredores, especialistas e influenciadores a participarem de uma live comigo, durante todo o meu percurso. 

Histórias de superação como da Corredora Sara Velloso, que mergulhou nesse mundo aos 40 anos e que conquistou as 6 mais importantes corridas do Mundo e compilou no best seller Seis Corridas embalaram todo meu percurso.

Recebi amigos como meu ex-treinador mineiro e amigo Ederson Nunes, o Edinho, que falou sobre sua saga da UAI – Ultra dos Anjos Internacional com 235km ao total,  percorridos em apenas 53 horas, sendo 49 delas sem sequer dormir. Minha amiga Nathalia Soares, com quem já dividi algumas provas de rua, também passou por lá e motivou novas mamães a manterem seus focos e experimentar um pouco de corrida em suas vidas. 

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A atleta olímpica Cristal Rocha que joga basquete 3×3, nos revelou emocionada que, por pouco, uma lesão não lhe tirou o sonho das Olímpiadas do Rio e mostrou que quando acreditamos no nosso sonho, as coisas se ajeitam para que possamos realiza-los.

História similar a da ultramaratonista Zilma Rodrigues, que durante sua 10ª Comrades, uma ultramaratona de 88km, quase não a completa tomada por uma cólica quase que insuportável. Porém, movida pelo seu ideal de conquistar seu número vitalício, a completou! Zilma nos contou que além de ter seu “Green Number, já está em sua 12ª ultramaratona e dia 14 agora, fará sua 1ª prova virtual, que não terá efeito oficial, mas que trará o gostinho de fazer sua quilometragem de volta.

corrida virtual

De quebra, ainda recebi a querida Verinha, que começou a correr com 39 anos e hoje, aos 56, já acumula nada mais do que 15 maratonas, ou seja, uma carga extra para a minha motivação em cima da esteira. 

Ah, vale dizer que estrategicamente, coloquei meus 3 pilares: Dr. Nemi Sabeh Jr. (coordenador médico da saga #365para42), minha treinadora de corrida Bruna Guido e minha preparadora física Grazzi Favaratto para estarem comigo, no começo, meio e fim da prova, e assim foi! Conselhos, ajustes, um pouco de informação sobre meu treino para os espectadores.

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Durante a corrida virtual, me entreter com tudo que estava ouvindo foi crucial para que eu mantivesse o meu ritmo e mesmo que meu objetivo não fosse tempo, bati meu “RP” (recorde pessoal) em Meia Maratona (21.098km).

Adepta ao novo normal, no último final de semana, entrei em mais uma prova virtual e dessa vez, com meu marido Antonio Dib Cardeal, o ultramaratonista e amigo Edinho e nosso vizinho Edward Teofilo Silva, corri a MarathOn. Mas calma que não adiantei as coisas não… cada um de nós fez 10,5km e em 3h39m11s, fechamos os 42k. Cada qual no seu horário, no seu espaço e com a segurança que o momento nos pede.

Seguindo os treinos ainda acreditando que minha tão desejada Maratona de Nova York não seja cancelada, vou me divertindo com novas possibilidades, experimentando uma nova forma de competir comigo mesma, fazendo amigos, mesmo que a distância, e me desafiando a ir cada vez mais longe.

E você, já se inscreveu em algum desafio virtual? Já está se adaptando ao “novo normal”? 

Não deixei de conferir cada novo capítulo dessa Maratona que certamente não ficará apenas para a minha história: #365para42 e até breve!