Os melhores do Brasil e do mundo te dão dicas preciosas para registrar seus rolês outdoor

A arte da fotografia de aventura pode levar anos para ser apurada à perfeição. Além de todo o conhecimento que um bom fotógrafo precisa ter, condições como neve, chuva, gelo, vento, altitude, sol escaldante, longas distâncias até cenários remotos e barreiras culturais acrescentam diversas camadas de desafio na busca pelo clique perfeito. Para te ajudar a se tornar um fotógrafo mais cheio de bossa, conversamos com profissionais renomados do Brasil e lá de fora para pegar as dicas preciosas a seguir:

a) Use a luz da lua em fotos noturnas

“Quando pensamos em astrofotografia, é comum escolhermos noites sem lua para registrarmos o máximo de estrelas em nossas fotos. No entanto, devido à escuridão total, perdemos também montanhas, lagos, florestas. Para que a paisagem fique repleta de detalhes e com aquela bonita luz natural, gosto de planejar a foto com um pouco de influência da lua, nascendo ou se pondo, e revelando, assim, a paisagem. Além disso, procuro adicionar elementos que estejam em sintonia e que ajudem a contar uma história, como nesta foto no Condoriri, na Cordilheira Real, na Bolívia.” Edson Vandeira, fotógrafo paulista da National Geographic e da One Lapse, agência de experiências fotográficas

 

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“Daquelas noites que nos tiram o sono” – Cordilleira Real, Bolívia. Quando pensamos em astrofotografia, é comum escolhermos noites sem lua para registrarmos o máximo de estrelas em nossas fotos. No entanto, devido à escuridão total, perdemos também montanhas, lagos, florestas. Para que a paisagem fique repleta de detalhes e com aquela bonita luz natural, gosto de planejar a foto com um pouco de influência da lua, nascendo ou se pondo e revelando, assim, a paisagem. Além disso, procuro adicionar elementos que estejam em sintonia e que ajudem a contar uma história. Essa é uma das dicas fotográficas que saiu na edição n.158 da revista @gooutsideoficial @onelapsebr @natgeoimagecollection @solo.br #bolivia #cordillerareal #andes #solocommunity #astrofotografia

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b) Pratique o controle criativo

“Dominar o controle da abertura e da velocidade do obturador é essencial na fotografia outdoor, pois te permite controlar o foco, a profundidade de campo e até o ponto de congelar ou borrar um movimento. Se você pretende, por exemplo, captar um close-up de primeiro plano da mão de um escalador, mantendo o rosto e outros membros sutilmente borrados no fundo, precisa ajustar a abertura. Recomendo grande abertura F2.8. Se a ideia for destacar um momento em que o escalador esteja executando movimentos rápidos, a velocidade do obturador é a resposta. Recomendo velocidade entre 1/200 segundo a 1/600 segundo. Nesta foto, combinei abertura F2.8 e velocidade 1/400 segundo para conseguir congelar as mãos do atleta Felipe Camargo e borrar sutilmente o fundo. A experimentação é o melhor caminho a se seguir, portanto revise cada imagem e ajuste as configurações até obter a aparência desejada.” Bruno Graciano, escalador e fotógrafo mineiro especializado em esportes ao ar livre

c) Dedique-se a um bom planejamento

“Fotografia ao ar livre é uma tarefa complexa, pois lidamos com elementos que fogem do nosso controle, como o clima, responsável pela luz. Dá para tentar mitigar essas variáveis conhecendo as possíveis condições do lugar, tipo a probabilidade de chuvas (uma tempestade inesperada pode danificar todo seu equipamento), as condições do ar (a umidade é essencial para a nitidez na astrofotografia) e o posicionamento da luz (o nascer e o pôr do sol podem reservar o melhor clima estético, por isso é importante saber a hora exata deles). Controlando essas variáveis, você pode planejar e explorar novas possibilidades.

Nesta foto (c), para retratar a grandeza da Puna do Atacama, saí com 40 minutos de antecedência em relação ao grupo para encontrar um bom ângulo que representasse a vastidão andina. Planícies extensas, clima árido e longas caminhadas dão o tom do montanhismo dos Andes centrais, então a melhor forma de representar essa grandeza era em contraste com referências geográficas, que em um local quase desértico não aparecem com tanta frequência.” Gabriel Tarso, cineasta e fotógrafo paulista especializado em ambientes extremos

d) Reserve tempo para criar conexões

“Sempre que vou fotografar, procuro chegar com antecedência para conhecer a atmosfera do lugar. No caso de retratos, separar um tempo para um diálogo inicial e acompanhar um pouco da rotina é fundamental para estabelecer uma conexão com a pessoa e aprender um pouco mais sobre sua vida e cultura. Durante essa troca e com a devida permissão, sigo adiante na busca de transmitir ao máximo a emoção vivida naquele momento, como na foto em um monastério na região de Ladakh, no Himalaia indiano.” Edson Vandeira

e) Fotografe contra o sol

“A combinação de luz dramática e sombra cria uma palheta que salta aos olhos. É notório que fotografar na contraluz pode produzir fotos horrivelmente subexpostas se não for feita com cuidado. Você vai precisar ajustar manualmente a exposição, expondo mais do que o fotômetro da câmara indica como ‘correto’, de modo que o tema da sua foto não seja só um vulto chapado. Aumente a exposição e vá testando até chegar a um equilíbrio artístico entre o tema da foto e o fundo. Você também pode usar um flash ou um refletor para criar uma iluminação de preenchimento, mas seja sutil, para manter a imagem natural.” Tyler Stableford, diretor e fotógrafo norte-americano vencedor de um Emmy

f) Tenha senso de oportunidade e disposição

“Às vezes é preciso ter uma disposição que vai além da parte física. É um elemento essencial quando falamos de fotografia ao ar livre. Estamos em um ambiente que nos desafia, que torna a bateria extra cinco vezes mais pesada após horas de caminhada. Estamos falamos em se perceber em um espaço de instabilidade e romper ainda assim, independentemente das condições e circunstâncias, esse espaço que nos tira o conforto, em prol de algo maior. É o que nos leva a deixar a barraca com todo equipamento congelado no meio do Alasca e sacar o celular guardado dentro do bolso da blusa, o único equipamento descongelado, para fotografar o céu de 3h da manhã que resiste aos 30oC negativos. Mesmo com o celular, capturar um momento e uma luz únicos.” Gabriel Tarso

g) Mantenha a simplicidade

“Menos é mais quando se trata de equipamento fotográfico. Quanto mais simples for tudo, melhor, porque a bagagem se torna mais leve e rápida de usar.” Pete McBride, escritor e fotógrafo norte-americano da National Geographic

h) Pratique o esporte que você quer fotografar

“Boa parte do conhecimento em fotografia outdoor se concentra em saber onde e quando se posicionar. Se você não está familiarizado com a movimentação de um determinado esporte, fica perdido. Envolva-se e entenda o esporte, seu lifestyle, as pessoas que o praticam.” Mattias Fredriksson, fotógrafo sueco especializado em esqui, mountain bike e outros esportes

i) Teste as condições antes da ação

“Como fotógrafos, estamos sempre no meio da ação, participando de perto dos eventos que fotografamos. Temos muito pouco tempo para experimentar com a câmera. Se demorarmos demais para fazer uma foto, o momento exato pode se perder – ou podemos cansar os amigos pedindo para eles posarem várias vezes. Quando você estiver na locação, antecipese testando as fotos antes para deixar a câmera configurada para o white balance, abertura, IS O e velocidade do obturador do jeito que você quer. Assim, na hora H, está tudo pronto para o sucesso.” Irene Yee, escaladora e fotógrafa de aventura norte-americana







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