Passado o choque inicial do coronavírus, a ficha do “novo normal” está caindo. Nós vamos continuar por um bom tempo com a liberdade de antes restrita, pelo menos enquanto a Covid19 não tiver cura ou vacina. O estresse que essa situação causa é grande. A Associação Americana de Guias de Montanha publicou algumas dicas de como profissionais outdoor trabalham o psicológico, como uma espécie de “kit de primeiros socorros mental” que qualquer um pode usar em momentos de estresse. São dicas úteis para todo mundo.
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O material foi preparado por Laura McGladrey, instrutora da NOLS (National Outdoor Leadership School) e enfermeira especializada em medicina de emergência e psiquiatria. Ela estuda o impacto de traumas em resgatistas e profissionais de primeiros socorros desde 2012 e organiza treinamentos de como aliviar estes impactos e proteger a saúde mental.
As dicas a seguir são adaptadas do artigo “Resiliency in the Time of Covid-19: Psychological First Aid”, escrito por ela, publicado na Associação Americana de Guias de Montanha.
1 -Monte seu kit de primeiros socorros mental
Ela recomenda se preparar, com um plano e recursos mentais. Segundo Laura, os componentes do kit de primeiros socorros mental são segurança, calma, conexão, eficiência e esperança. Você precisa pensar em formas de promover estes elementos no seu dia a dia.
Faça um diário e descreva como você desenvolve estes elementos neste dia a dia. Veja sua evolução e estimule as pessoas ao seu redor a praticarem também. Por exemplo, exercite uma prática que contribua para você se sentir mais calmo ou eficaz. Confira se sua família e amigos estão praticando também.
2 – Ache lembretes de que está seguro
Uma forma de criar uma sensação de segurança é evitar fake news, desinformação e pânico infundado. O noticiário, a internet e mesmo seus amigos pode acabar contribuindo na direção errada. Busque fontes confiáveis e evite uma imersão exagerada no assunto. Os guarda-parques do Denali elegeram uma pessoa da equipe para ler e filtrar as notícias para o time. Isso evita que todos sejam inundados por notícias pesadas, que abalam o psicológico e deixam a mente em estado de estresse e alerta.
Você pode escolher um momento do dia para ler notícias e redes sociais, escolhendo com cuidado onde se informa. E foque no fato de que você está relativamente seguro, com comida e abrigo.
3 – Dê um tempo do corona todo dia
Tente estar presente no momento. “Isso regula e relaxa o seu sistema nervoso”, diz Laura. Uma forma de fazer isso é se envolver com atividades que não tenham nada a ver, como ler um livro, fazer um bolo, praticar jardinagem ou jogar UNO. “De quebra, o efeito é aumentar sua imunidade.”
Se você não conseguir reduzir o coronavírus a uma dose diária para se informar, Laura sugere fazer áreas livres desse assunto, longe do celular, redes sociais ou tevê ligada. Use este tepo para se cuidar e cuidar da família.
4 – Priorize exercícios, sono de qualidade e respiração profunda
Pelo menos uma vez por dia, dedique um tempo a algo longe da tela do computador ou da tevê e que ajude seu corpo a relaxar, orienta Laura. Pode ser um banho demorado, uma sequência de yoga, ou se você puder fazer isso de forma segura para todos, uma caminhada ou corrida.
Tente dormir bem. Se você está em quarentena, tenha uma rotina com hora para acordar e evite bebidas estimulantes como café da tarde em diante. Sono é restaurador e importante para sua imunidade. Ele ajuda também seu subconsciente a aliviar o estresse.
Tire um minutinho do dia para meditar ou ao menos respirar profundamente. “Exalação profunda e lenta ativa seu sistema nervoso parassimpático, que secreta hormônios que te ajudam a desacelerar”, diz Laura.
5 – Aumente sua eficiência
Eficiência é a habilidade em produzir um resultado desejado ou atingir um objetivo. Para quem ama estar fora, na natureza, é tão frustrante estar fechado em casa que afeta até o senso de identidade. Crie um projeto nesse período que lembre você dessa conexão. Pode ser uma composteira no quintal, um treino para um projeto, a reforma da sua barraca ou outra manutenção de equipamento. Comece a planejar aquela viagem que parecia distante para quando for possível viajar de novo.
6 – Ajude os outros
Ajudar os outros é o que Laura chama de “a eficiência máxima”. “Isso lembra seu cérebro que você tanto pode sair dessa que você consegue ajudar os outros. É o melhor sentido contra o medo e a sensação de que as coisas podem faltar.” Pode ser fazer compras para um vizinho idoso, uma ligação para um amigo ansioso, doar sangue ou uma chamada para contar histórias para os filhos de amigos.
7 – Cultive esperança
“Como cultivar esperança? Em tempos de incerteza, é difícil focar em nada que não seja o agora”, diz Laura. Mas planejar o futuro pode ser um ato empoderador de resistência. Coisas como começar uma horta te fazem ver os brotos nascendo, compartilhar histórias positivas ou começar um diário de gratidão podem ser muito poderosas e conectam seu cérebro com as coisas boas da vida. Lembre-se que tudo passa, inclusive os tempos difíceis.
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