O essencial para encarar uma trilha com lama é: siga direto pelo barro. Caminhar ao redor da lama causa erosão, compacta o solo, destrói a vegetação e alarga desnecessariamente a trilha.
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Como a lama pode surgir em qualquer trilha, mesmo nos dias mais claros e secos, o melhor é aceitá-la e saber antecipadamente como lidar com um verdadeiro pântano no caminho. Pedimos ao pessoal do Appalachian Mountain Club (AMC) e do Green Mountain Club (GMC), que cuidam de trilhas conhecidas nos Estados Unidos por ficarem bastante lamacentas, que compartilhassem suas melhores dicas para enfrentar a temporada de lama e encarar esse desafio com segurança.
6 dicas para encarar uma trilha com lama
1. Avalie as condições antes de sair
Assim como em qualquer trilha, verifique a previsão do tempo e as condições do percurso antes de ir, para saber no que está se metendo. Aplicativos de trilha e blogs podem ter avaliações recentes de outros caminhantes que mencionam a presença de lama. Organizações locais de trilha também costumam postar relatórios sobre o estado dos caminhos.
2. Fique em superfícies firmes sempre que possível
Para ajudar os trilheiros a atravessar o lamaçal, equipes de manutenção colocam estrategicamente pedras, troncos e tábuas de madeira – chamadas de bog bridges (pontes de pântano) nas White Mountains, segundo Davenport. Esses suportes facilitam e tornam a travessia menos suja.
Esses desvios para a lama são especialmente comuns no nordeste dos EUA, onde muitas trilhas históricas foram construídas direto montanha acima, sem curvas para suavizar a inclinação. Isso faz com que o derretimento da neve escorra diretamente pela trilha, criando verdadeiros atoleiros.
3. Reserve tempo extra para ir devagar
Atravessar cuidadosamente trechos lamacentos pode levar mais tempo. Davenport sugere planejar um tempo extra, já que a caminhada pode ser mais demorada quando está escorregadio. “Vá com calma e mais devagar”, ela recomenda. Nada pior do que se sentir pressionado a apressar o passo e acabar sentado dentro de uma poça de lama.
4. Use o equipamento certo
O calçado é o item mais importante para enfrentar uma trilha lamacenta. Alguns trilheiros têm um par específico para lama. Outros preferem botas leves e não impermeáveis, que permitem a drenagem da água. Tanto Davenport quanto Emily Mosher, do GMC, dizem preferir botas impermeáveis pela proteção e estabilidade. Combine-as com polainas para evitar que mais sujeira entre, e leve um par extra de meias caso acabe com os pés submersos.
“Enquanto meus pés estiverem secos e quentes, estou bem”, diz Davenport.
Mosher acrescenta que dispositivos de tração e bastões de caminhada também podem ser úteis. Lama geralmente indica a presença de gelo e neve em altitudes mais altas, então grampos ou outros acessórios de tração podem ajudar. E os bastões dão mais estabilidade, além de servirem para medir a profundidade da lama e da água. “Já usei os bastões para encontrar pedras na trilha e evitar afundar em uma seção lamacenta”, conta Mosher.
5. Tenha um plano para se limpar depois
Se você vai lavar suas botas imediatamente ou esperar a lama secar primeiro, é questão de preferência. Mas ter um sistema de limpeza ajuda a lidar melhor com a sujeira. Se não houver torneira disponível, Mosher recomenda sacudir o máximo de lama possível na saída da trilha e remover o restante com uma escova depois que estiver seco.
Para a volta para casa, mantenha os itens sujos dentro de uma caixa ou saco no porta-malas do carro. “Algo que sempre recomendo é ter um par extra de sapatos e meias no carro, para não precisar dirigir de volta usando botas cobertas de lama”, diz Mosher.
6. Não se deixe enganar pelo tempo seco
Só porque o solo está seco no início da trilha, não significa que estará assim o tempo todo, especialmente em áreas onde há derretimento de neve. O percurso pode começar poeirento, mas logo virar lama e, depois, neve. “Já fiz trilhas em maio onde, no vale, estava lindo, mas mais acima estávamos afundando na neve até a cintura”, relata Davenport.
A temporada de lama serve como um lembrete para não confiar demais no clima e estar sempre preparado para qualquer condição. E, como sempre, “Se uma trilha estiver muito lamacenta ou além da sua experiência, não há problema nenhum em dar meia-volta”, finaliza Mosher.