Em algum momento na vida a maioria de nós já fez alguma dieta. Seja com baixo teor de gordura, de carboidratos ou com baixo teor de calorias, nós tentamos e nos restringimos a muitos alimentos durante esses períodos. Mas o que não paramos pra pensar muito bem é que, a longo prazo, isso pode criar problemas de autoestima e modificar completamente nossa relação com a comida – e não de um jeito bom. E pensando nisso, a alimentação intuitiva pode ser uma boa alternativa para mudar esses hábitos alimentares.
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O que é alimentação intuitiva?
O conceito de alimentação intuitiva foi criado em 1995, com o foco de criar um padrão alimentar que envolvesse instinto, emoção e pensamento racional. A nutricionista clínica, Gabriela Lima Vasques, explica que essa forma de se alimentar é muito mais sobre respeitar o que o seu corpo sente e precisa, do que uma dieta.
“É ter consciência dos alimentos que você gosta ou não, e aqueles que são adequados ao seu organismo. Além de respeitar os sinais que o seu corpo lhe da em relação a fome e saciedade. É comer para atender as suas necessidades fisiológicas”, conta ela.
Diferente das dietas, que são cheias de regras, a alimentação intuitiva possui princípios. O foco desses princípios é ajudar a pessoa a compreender as sensações físicas para atender às suas necessidades biológicas e psicológicas. Então restrições, crenças e pensamentos sobre certos alimentos estão fora de questão nesse estilo alimentar. Aqui o objetivo é se conhecer mais e entender o que o seu corpo precisa.
O que não é comer de forma intuitiva
É importante ter em mente que esse estilo alimentar não é sobre uma dieta para perda de peso, na verdade, durante esse processo você pode acabar ganhando um pouco de peso. Mas é fundamental ser paciente e saber identificar o que é alimentação intuitiva e o que não é.
Apesar de ser uma dieta com rédeas curtas, a nutricionista alerta para pontos importantes. “O ato de comer até passar mal ou comer mais do que precisa já é considerado uma forma de não comer intuitiva, pois você não está respeitando os sinais que o seu corpo está lhe dando em relação à fome e saciedade.”
Ou seja, apesar de você ter certa liberdade para comer o que deseja, você não deve ignorar os sinais de saciedade que o seu corpo te envia.
Mas um ponto curioso sobre esse estilo alimentar é que, em 2019 uma análise publicada na Obesity Reviews indicou que a alimentação intuitiva pode ser tão eficaz quando se trata de perda de peso, quanto outros programas de dieta comuns.
Como começar a alimentação intuitiva
Se esse estilo alimentar te interessou e você está pronto para quebrar o ciclo de dietas restritivas, é importante estar preparado! Então não deixe de seguir essa nova vida acompanhado de profissionais que podem orientá-lo durante todo o processo.
A nutricionista Gabriela ainda mostra alguns pontos bem importantes para quem deseja mudar os hábitos alimentares:
- Evite regras e dietas: quem quer se alimentar intuitivamente decide o que comer e o quanto comer;
- Observe os sinais do seu corpo: coma quando o seu corpo der sinais fisiológicos, como o estômago roncar, por exemplo;
- Utilize a “escala de fome”: é simples, classifique a sua fome de 1 a 10 (onde 1 é “morrendo de fome” e 10 é “enjoado”) antes de fazer uma refeição, e no meio dela classifique novamente. E preste atenção ao que sente depois de comer;
- Escolha alimentos que façam bem ao seu corpo: Ao escolher alimentos que façam você se sentir bem e saudável, você terá uma relação melhor com a comida.
Benefícios da alimentação intuitiva
As dietas podem parecer boas aliadas no emagrecimento mas, se realizadas de forma radical e muito restritivas, podem acabar gerando problemas não apenas físicos como também psicológicos. E o grande diferencial da alimentação intuitiva é fazer com que o indivíduo mude suas ideias sobre alimentação, seu corpo e sua imagem.
“O principal benefício que considero da alimentação intuitiva é a melhor relação com a comida, assim a comida deixa de se tornar algo apenas para emagrecer ou engordar. Além disso, reduz as compulsões alimentares e transtornos alimentares, melhorando a autoestima e bem-estar”, conclui a nutricionista.