Com tucuxi, todos os botos de rio do mundo estão ameaçados

botos de rio
Imagem Shutterstock

Golfinhos de mar são legais, mas os botos de rio são nossa cara, com lendas e charme próprios. Por isso, estampar a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) é mais triste ainda. Entrou para a lista o tucuxi, também conhecido como boto-preto e pirajaguara. Com ele, todos os botos de rio do mundo agora estão ameaçados de extinção.

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O boto-tucuxi (Sotalia fluviatilis) compartilha as águas amazônicas com o boto-rosa (Inia geoffrensis). O boto-rosa já estava na lista desde 2018. Estudos buscam trazer dados mais consistentes e compreender as particularidades de cada uma das espécies amazônicas. Os tucuxis são mais frequentes em habitats fáceis de navegar. Já o boto-rosa, com corpo mais flexível, consegue explorar áreas mais estreitas com profundidade de água limitada sem ficar encalhado. O boto se alimenta de diversos peixes, caranguejos, tartarugas e acaba sendo termômetro da saúde e biodiversidade dos ambientes aquáticos.

De qualquer forma, as ameaças às espécies são similares, influenciando no declínio populacional de ambas, como aponta um estudo de 2018, feito dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Amazonas. Foram 22 anos de pesquisa, que indicam que a cada vez anos, a população de botos-rosa estava caindo pela metade, e com os tucuxis, a cada nove anos.

Entre as ameaças mais comuns aos botos amazônicos estão as usinas hidrelétricas, os conflitos relacionados à pesca, as hidrovias e a contaminação por mercúrio. Com a previsão de construção de novas hidrelétricas na Amazônia até 2029, os riscos às espécies são grandes e concretos. A pesca também é uma ameaça, já que os botos ficam presos nas redes.

Uma iniciativa colaborativa pode ajudar a coletar dados que ajudem a proteger as espécies, acompanhando o crescimento ou diminuição da população. Em outubro de 2020 foi lançada a Plataforma Botos Amazônicos, resultado do trabalho de um grupo de especialistas da iniciativa Botos da América do Sul, com dados georreferenciados coletados ao longo dos últimos 20 anos sobre as espécies de botos e seu habitat, em cerca de 47 mil km.







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