Se tudo que você quer é se reconectar com a natureza nestes tempos árduos que vivemos, então saiba que o Brasil é uma terra repleta de ótimos destinos para acampar. Por isso, selecionamos alguns destinos especiais para você conhecer e acampar.

Também é preciso se lembrar do básico de sempre: acampe respeitando as regras de mínimo impacto. Não altere trilhas, não deixe qualquer objeto nos ambientes naturais e jamais jogue lixo na natureza. Se optar por acampamento selvagem (ou seja, sem um camping formal, sem banheiros etc.), enterre suas necessidades fisiológicas em um buraco de pelo menos 15 cm, a cerca de 60 metros de qualquer curso d’água.

Um fogareiro para camping é mais seguro que fogueiras. Também é a garantia de comida pronta de forma mais rápida e com menos impacto ambiental. Por fim, o sabão (seja do banho, seja da louça) não deve nunca entrar em contato com os cursos d’água. E, por favor, use sabão biodegradável. Pronto para acampar?

5 destinos perfeitos para acampar

Ilhabela (SP)

DESTINOS PARA ACAMPAR: Praia Castelhanos – Foto: Shutterstock

No litoral norte de São Paulo, a Ilhabela segue como um destino imbatível para quem gosta de natureza. A ilha oferece muitas opções outdoor. Com uma fauna marinha rica e variada, o point é maravilhoso para mergulho. Nas praias do Parque Marinho Municipal, ao redor da Ilha das Cabras, basta máscara, pé de pato e snorkel. Já para mergulho recreativo, Ilhabela é repleta de naufrágios. São mais de 30 ao longo da costa sul da ilha, com destaque para o arquipélago de Alcatrazes.

As atrações continuam vastas em terra firme. As piscinas naturais no sul da ilha são lindas e ficam em uma propriedade particular, acessada por uma pequena trilha (coloque no GPS “Av. Governador Mário Covas Júnior, 12300”), com trechos de “trepa-pedra”. O menu de trilhas com cachoeiras e praias é amplo, com vários níveis de dificuldade.

Mountain bike é outra atividade forte lá. Com 22 km, a trilha para Castelhanos é um clássico no Estado de São Paulo para quem ama o esporte, com algumas subidas de fritar as pernas. Ir de alforje e barraca para acampar no lado menos urbanizado da ilha é uma boa pedida (mas não esqueça o repelente!). Para chegar em Ilhabela, é preciso pegar uma balsa que sai de São Sebastião e parte de meia em meia hora (das 5h às 24h). O trajeto leva cerca de 20 minutos.

Garopaba e Bombinhas (SC)

DESTINOS PARA ACAMPAR: Praia de Ferrugem – Foto: Shutterstock

Santa Catarina conta com dois destinos interessantes para você conhecer em uma road trip e acampar: Garopaba e Bombinhas. Garopaba fica a apenas 77 km de Florianópolis e encanta pela arquitetura açoriana, herança da colonização do século 17. As praias são o coração dessa viagem. Comece pela de Ferrugem, paraíso hippie nos anos 1980, boa para surf e com lindas piscinas naturais (fuja da praia de Garopaba, a mais urbana do lugar). Vá para a praia do Silveira para surfar e, se deseja ficar mais isolado, opte pelas praias do Gamboa e da Barra. As dunas do Siriú, perfeitas para sandboard, também valem a visita. Se você estiver por lá entre junho e setembro, aproveite para observar as baleias-francas, que dão a luz e amamentam seus filhotes justamente no litoral catarinense.

Já Bombinhas fica a 130 km de Garopaba. A região conta com mais de 40 praias, para todos os gostos. Há muitas opções menos frequentadas – o que favorece bastante o isolamento social. Na praia do Cação, por exemplo, só se chega por mar ou por trilha. O prêmio pela caminhada é uma faixa de areia de pouco mais de 60 metros, com águas calmas e vegetação nativa. A pequena praia da Tainha, cercada de costões e mata, está entre as mais tranquilas. O acesso é por 4×4 ou trilha, pela praia da Conceição, o que já diminui a quantidade de turistas. Separe pelo menos um dia para fazer a Trilha do Morro do Macaco, de cerca de 40 minutos de duração, para apreciar o visual da península. Seja pelas trilhas, pelo surf ou pelas praias, esse roteiro é daqueles inesquecíveis.

São Francisco Xavier (SP)

DESTINOS PARA ACAMPAR: Cachoeira na região de São Francisco Xavier – Foto: Shutterstock

A 60 km de São José dos Campos (SP), fica São Francisco Xavier, uma joia encravada na Mantiqueira, serra que atravessa os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. “São Chico” tem clima de roça e é uma boa base para várias aventuras locais. A Pedra da Onça, de 1.960 metros de altitude, é um bate e volta autoguiado de cerca de 10 km, bem demarcado, com um visual lindo do mar de morros (e com direito a livro de cume!).

Parte das muitas trilhas que se entrelaçam na região, a Onça está bem no meio do caminho da travessia até Monte Verde, já em Minas Gerais. Também chamada de Travessia da Serra dos Poncianos, possui cerca de 37 km quando feita em forma de circuito, com opção de camping selvagem no meio do caminho.

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A Trilha do Queixo d’Anta é outro roteiro imperdível na região. É uma subida ardida e íngreme, mas curta (de apenas 2,6 km), que parte a 10 km do centro de São Francisco Xavier, em uma propriedade particular (os donos cobram uma taxa de acesso com direito a banheiro e água) e possibilidade de camping. O visual é lindo e dá para avistar a Pedra Vermelha, Pico da Onça, Pico do Rochedo ou dos Poncianos e Pedra Partida. Sem se afastar da região, outras opções são a Trilha da Pedra Redonda, a do Pouso do Rochedo ou mesmo a travessia de São Francisco Xavier a Joanópolis, de 20 km, que passa pelo Pico do Selado.

Em resumo: não faltam cumes para explorar nesse pedacinho de Mantiqueira, seja em investidas mais curtas, com uma base fixa, ou levando a barraca na mochila – quase sempre em montanhas fora de parques estaduais. A região toda é perfeita também para rolês de bike, já que vários dos municípios locais se ligam por estradas pouco movimentadas.

Aiuruoca (MG)

DESTINOS PARA ACAMPAR: Pico do Papagaio – Foto: Shutterstock

A 370 km de São Paulo, Aiuruoca é um ótimo lugar para evitar muvuca. No mar de morros do sul de Minas Gerais, a região esconde belas travessias, menos frequentadas do que outras badaladas no circuito da Mantiqueira. A travessia Aiuruoca- -Baependi passa por trechos de campos rupestres e floresta tropical de altitude, com montanhas e cachoeiras, por quase 50 km de distância. É possível subir várias montanhas ao longo da travessia, dependendo do tempo disponível. O Morro do Chapéu (2.018 metros); o Pico do Canjica (2.181 metros); o Pico do Tamanduá-Bandeira (2.300 metros) e o belíssimo Pico do Papagaio (2.100 metros) são as principais montanhas que despontam nesse altiplano.

Sem infraestrutura, a travessia é aconselhada para quem já tem equipamento completo de acampamento e experiência em camping selvagem. Além, claro, de boas habilidades de navegação, já que os campos de capim-elefante não são nem um pouco agradáveis caso seja preciso atravessar um trecho de vara-mato ou trilha mais fechada. Quem está a fim de uma experiência menos intensa, mas igualmente bela, pode fazer as trilhas e passeios de bate e volta para os picos escolhendo uma base para acampar e buscando os acessos das trilhas. A 18 km da cidade de Aiuruoca, o Vale do Matutu também conta com campings e uma das trilhas de acessos mais bonitas para o Pico do Papagaio.

Jureia (SP)

DESTINOS PARA ACAMPAR: A estação ecológica Jureia Itatins é recheada de praias quase desertas, trilhas e cachoeiras – Foto: Shutterstock

Recheada de praias quase desertas, trilhas e cachoeiras, a estação ecológica Jureia Itatins fica no litoral sul de São Paulo, ao longo dos municípios de Iguape, Miracatu, Itariri, Pedro de Toledo e Peruíbe. Para chegar lá, a partir de Peruíbe, deve se pegar a Estrada do Guaraú, em que o asfalto acaba depois de um determinado ponto. Os 16 km finais de terra ajudam a manter a Jureia tranquila.

Formada pelo Núcleo Itinguçu, a Vila Barra do Una, o Canto da Praia da Jureia e Praia do Guaraú, a estação ecológica é povoada por vilas caiçaras centenárias com ruas de areia, imersas na natureza e ainda longe do turismo de massa. Isso significa que as opções de hospedagem são pousadas rústicas ou campings. Além de explorar as praias, vale curtir as cachoeiras como a do Paraíso, formada por uma queda de 17 metros do rio Itinguçu, que forma várias piscinas naturais. A partir da praia da Barra do Una, de quase 2 km de águas tranquilas, chega-se à ainda mais tranquila e desabitada praia do Caramborê. A partir dela, uma trilha de 20 minutos leva à praia Desertinha. Um lugar que merece ser muito protegido, tanto pela natureza preservada quanto pelas populações tradicionais que resistem e preservam a cultura caiçara.







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