Ciclovia Musical chega ao Rio e festeja o Dia Internacional da Bicicleta

A orquestra Cyclophonica, formada por músicos ciclistas do Rio de Janeiro Foto: Divulgação

Desde 2018, o dia 3 de junho é reconhecido como o Dia Mundial da Bicicleta. A data foi estabelecida pela  Organização das Nações Unidas (ONU) para valorizar a bike como meio de transporte sustentável. E desta vez a celebração vai contar com a primeira edição da Ciclovia Musical no Rio de Janeiro. O evento acontece no próximo domingo, dia 4 de junho, das 9h às 13h, com ponto de partida no Museu de Arte do Rio (MAR).

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“Estamos nos dedicando a todos os detalhes, desde a seleção dos grupos musicais cariocas até a garantia da segurança dos ciclistas, para criar uma experiência única na Ciclovia Musical”, garante Giane Martins, diretora e criadora do projeto.

Serão dois roteiros ciclísticos que contarão com equipes de segurança e da força policial carioca, além do apoio e orientação de ciclistas do movimento Bike Anjo. “Participar da primeira Ciclovia Musical da cidade é ter a possibilidade de colaborar fazendo o que a gente mais gosta e acredita: mais pessoas e suas bikes nas ruas. Que este seja o primeiro ano de muitos, de forma que possamos, cada vez mais, aliar bicicleta e cultura em prol de uma cidade mais humana”, destaca Aline Melo de Aguiar, do Bike Anjo.

Durante os circuitos, monitores artísticos seguirão junto com os ciclistas e a cada parada falarão sobre as curiosidades dos instrumentos e informações educativas sobre os estilos musicais. O maestro Felipe Prazeres e a maestra  Priscila Bomfim cumprirão esta função. Ela é a primeira mulher e diretora musical a reger óperas na temporada oficial do Theatro Muncipal do Rio de Janeiro. E ele é o regente titular da Orquestra Sinfônica.

Concertos gratuitos

Os concertos acontecem nos principais pontos culturais da cidade. Além do MAR, os ciclistas e músicos estarão no Theatro Municipal, Memorial Getúlio Vargas, MAM e Museu do Amanhã. As vagas para pedalar estão esgotadas. Mas, os concertos são grátis também para quem não anda de bicicleta. Basta se dirigir ao local no horário previsto.

Entre os grupos musicais estão o Quinteto de Sopros Guanabara, Quinteto de Metais da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Chora – Mulheres na Roda, Jazz a Cinco, e a Camerata Jovem do Rio de Janeiro. Uma das formações mais inusitadas também estará presente em um cortejo que vai do MAR ao Museu do Amanhã: a Cyclophonica, reconhecida como a única orquestra profissional civil de bicicletas do mundo.

Acessibilidade

O segundo roteiro ciclístico tem interpretação em Libras, para permitir a acessibilidade ao público não ouvinte. Os surdos poderão se aproximar dos músicos e sentir a vibração dos instrumentos. “É maravilhoso porque você junta a comunicação musical junto com a Libras. O surdo está tendo acesso à informação, o surdo está entendendo o que está acontecendo, ele entende a informação que é passada. As pessoas dizem: ‘ah, é surdo, não vai conseguir ouvir a música’. Mas, eles sentem a vibração. Independente da música ter letra ou não, ela tem a vibração. Eles conseguem sentir a vibração dos instrumentos que são tocados. E isso é muito interessante”, explica Jéssica Terra, intérprete de Libras.

O roteiro também terá ciclistas com deficiência visual e com baixa visão que pedalam bikes duplas, uma parceria com o projeto Pedala Junto. Um voluntário pedala na frente e faz a audiodescrição do trajeto e dos concertos. Os cegos também podem tocar com as mãos para sentir como são os diferentes instrumentos musicais. Uma experiência sensorial que vai muito além da imagem e que traz muita alegria aos participantes.

Inclusão, acessibilidade, democratização da cultura, incentivo ao transporte ativo e à saúde física e mental fazem parte do propósito da Ciclovia Musical.

Antes do evento, no dia 2 de junho, às 11 horas, acontece uma roda de conversa com estudantes do Colégio Pedro II. Com uma linguagem acessível, vai despertar a curiosidade para a música clássica e para a mobilidade, que estão inseridas na agenda 2030 da ONU, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A roda de conversa também apresenta o Quarteto Euterpe, que toca alguns trechos de músicas e compartilha sua experiência na busca por uma profissão e esforços pessoais para conquistar objetivos e sonhos.

“Estamos muito animados e já em processo de preparação para a Roda de Conversa e com um repertório especialmente pensado para trazer os jovens ainda para mais perto da música clássica”, afirma Samuel Passos, violista do Quarteto Euterpe e também concertino da Orquestra Sinfônica Brasileira. A mediação da roda de conversa é da jornalista e cicloativista Denise Silveira. E tem participação especial de Carlos Greenbike, fundador do Pedala Queimados, e do músico e ciclista Raphael Paixão.

“Vejo o Rio de Janeiro como um dos melhores locais para a realização da Ciclovia musical. Adoro tocar nas salas de concerto do Rio e pedalar por toda a cidade nas horas vagas. A cidade transborda cultura e esportes, em especial o ciclismo. Então a Ciclovia Musical une estas duas paixões de maneira perfeita. Será maravilhoso poder participar da Roda de Conversa, onde poderemos mostrar aos jovens que a música clássica está muito mais próxima de nós do que imaginamos, além de falar sobre mobilidade e cidadania”, conta Raphael, que também é trombonista solista da Orquestra Sinfônica Brasileira.

Integrantes do Chora, Mulheres na Roda, que também estará na Ciclovia Musical Foto: Divulgação

Programação Roteiro 1 (9,5 km)

O roteiro 1 tem 150 vagas e os participantes assistirão de 15 a 20 minutos de cada apresentação musical. O monitor artístico é o maestro Felipe Prazeres.

Concertos

Quinteto de Sopros Guanabara
9h – Museu de Arte do Rio
Praça Mauá, 5

Quinteto de Metais da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
9h45 – Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Praça Floriano, S/N – Centro

Chora – Mulheres na Roda
10h30 – Memorial Municipal Getúlio Vargas
Praça Luiz de Camões, S/N – Glória

Jazz a Cinco
11h15 – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo

Cyclophonica
11h40 – Cortejo Musical
Museu de Arte Moderna ao Museu do Amanhã

Camerata Jovem do Rio de Janeiro
12h00 – Museu do Amanhã
Praça Mauá, 1

Programação Roteiro 2 (7,5 km)
O roteiro 2 tem 100 vagas e os participantes assistirão de 15 a 20 minutos de cada apresentação musical. A monitora artística é a maestra Priscila Bomfim.
O roteiro tem intérprete em Libras. E tanto as pessoas com deficiência visual ou auditiva podem se aproximar dos instrumentos para sentir a vibração com o toque das mãos.

Concertos

Quinteto de Sopros Guanabara
9h00 –Museu de Arte do Rio
Praça Mauá, 5

Quinteto de Metais da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
10h – Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Praça Floriano, S/N – Centro

Jazz a Cinco
11h – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo

Cyclophonica
11h40 – Cortejo Musical
Museu de Arte Moderna ao Museu do Amanhã

Camerata Jovem do Rio de Janeiro
12h – Museu do Amanhã
Praça Mauá, 1

Serviço:
Ciclovia Musical
4 de junho, das 9h às 13h
Saída: Museu de Arte do Rio de Janeiro
Inscrições para pedalar encerradas
Programação dos concertos abertos ao público:
www.cicloviamusical.com.br