Caminho das pedras: um guia completo para você começar na escalada

Por Chris Brinlee Jr. e Alexandre Versiani

guia escalada
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A escalada é uma das maneiras mais gratificantes e emocionantes de explorar o mundo em que vivemos. Pode ser intimidante começar, mas será difícil imaginar seu mundo sem ela depois de investir neste início.

Embora as academias sejam uma porta de entrada fácil para o esporte, a verdadeira aventura – como a maioria das atividades – é encontrada quando você vai para a natureza.

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Uma das melhores maneiras de facilitar essa transição é contratar um guia profissional ou buscar instruções qualificadas de uma organização reconhecida como um ginásio, operadora de escalada ou clube mais próximo de você.

Você sempre quis escalar, mas não sabia por onde começar? A gente facilita as coisas
para os seus primeiros passos. Com este guia básico de estilos, técnicas e jargões de escalada, você vai descobrir quais modalidades gostaria de tentar.

1. Escalada em ginásio

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A escalada esportiva é o maior desafio que uma academia tem a oferecer. Existe a chance de você já ter visitado – ou, pelo menos, ouvido falar de – uma academia de escalada na sua região.

As academias tentam replicar as experiências de escalada ao ar livre através do uso de paredes artificiais, com apoios para as mãos e para os pés, chamados de agarras. Em cada ginásio, diferentes “vias” na parede são montadas e planejadas para terem os mais variados níveis de dificuldade.

As vias geralmente são codificadas por cores de agarras, e sua dificuldade é marcada no início com um cartão plástico designando seu nome e grau. Quanto maior o número, mais difícil a via.

Há três tipos de escalada indoor: boulder, top rope e guiada (ou lead). Cada um tem sua técnica, mas os objetivos são todos os mesmos: chegar ao topo.

Boulder

A maior diferença entre boulder e outros tipos de escalada é que nele não se usa corda nem cadeirinha. Em vez de depender de cordas para segurança, o boulder tem colchões, ou crash pads (colchonetes grossos), para proteger os escaladores em caso de queda. Além disso, as vias (chamadas de “problemas” na modalidade) normalmente não têm mais de seis metros de altura. Ter um parceiro não é estritamente necessário, mas saber dar segurança para o escalador (spotting, em inglês) é uma habilidade importante no esporte.

Problemas de boulder são classificados na escala V no mundo inteiro, sendo o V0 o mais fácil e o V16 o mais difícil. A escala V é baseada estritamente na dificuldade e não leva em consideração o medo ou o perigo.

Os problemas de boulder no ginásio podem variar muito dependendo do tamanho, espaçamento e forma das agarras. Como o equipamento necessário é mínimo (geralmente apenas sapatilha e magnésio) e a prática requer pouco treinamento inicial, ele é mais acessível para iniciantes. Por conta dessa facilidade, os novos ginásios que estão aparecendo são, principalmente, de boulder.

Top rope

Se você escala na academia, mas não pratica bouldering, a probabilidade é que esteja escalando de top rope. Nesse tipo de escalada, a segurança é garantida por uma corda presa ao escalador, que passa por uma ancoragem no topo da parede e volta para baixo, para que outra pessoa faça a segurança (ato de segurar a corda, para minimizar a queda). Normalmente, considera-se a escalada em top rope menos exigente do que outros tipos, porque a pessoa que dá segurança consegue evitar que quem escala sofra grandes quedas. Por isso, provavelmente é o tipo de escalada mais popular entre os que usam corda.

Nos ginásios, as vias em top rope normalmente são marcadas com etiquetas plásticas no começo, com nome e grau de dificuldade. Elas também são diferenciadas por cor de agarra.

Aqui no Brasil, os ginásios sempre tiveram as vias marcadas com fita adesiva colorida, independentemente das cores das agarras. Em muitos ginásios, ainda é assim. Apenas os mais novos, ou aqueles que estão sendo reformados, é que estão adotando vias por cor de agarra (por conta do alto custo de comprar grandes jogos de agarras da mesma cor). Na América do Norte, o grau de dificuldade das vias segue o Sistema Decimal de Yosemite (YDS), que varia de 5.0 a 5.15c. Quanto maior o número, mais difícil a via.

Escalada guiada (lead)

Na escalada guiada, as proteções são fixadas na parede, ao longo da via, e são chamadas de chapeletas ou grampos. Quem guia vai com a corda amarrada à sua cadeirinha e clipa a corda nas proteções para se proteger de uma eventual queda.

Nas academias de escalada, as costuras (uma costura é composta de dois mosquetões, conectados entre si por uma fita de nylon) já estão presas às proteções, para que o guia apenas tenha que passar a corda por um mosquetão, à medida que escala.

A escalada guiada demanda mais comprometimento do que o top rope, pois é maior a chance de o guia ter uma queda grande (também conhecida como “vaca”). Conforme o guia escala, o potencial de queda é o dobro da distância entre ele e a última proteção clipada. Essa queda ainda aumenta com a elasticidade da corda.

As vias esportivas também são classificadas no Sistema Decimal de Yosemite na América do Norte.

2. Escalada ao ar livre

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Para a maioria das pessoas, a escalada em academia é vista como o fim em si – na verdade, é apenas o começo. Ainda que a escalada indoor ofereça um ambiente seguro e conveniente para praticar a modalidade, o esporte pode ser mais bem aproveitado ao ar livre – onde variáveis como clima, rocha e paisagem mudam constantemente.

As escaladas indoor e outdoor compartilham grande parte do equipamento e das técnicas. Dessa forma, se você se sente confortável escalando na academia, não tem por que não tentar escalar ao ar livre. No entanto, como o ambiente natural muda constantemente, escalar no outdoor requer muito mais conhecimento dos sistemas de segurança e da ética do esporte.

Nesta seção, destacaremos algumas dessas diferenças, esclarecendo os sistemas e abordando alguns tipos de escalada que só se pratica ao ar livre.

Boulder

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Ao escalar em boulder ao ar livre, a proteção é feita com crash pads. Esses colchonetes normalmente são dobrados em dois e têm alças para carrega-los como se fosse uma mochila.

Escalada guiada (lead)

A maioria das escaladas esportivas ao ar livre é guiada. O guia vai se prender nas proteções ao longo da via e, em seguida, montar uma ancoragem no topo, enquanto é assegu- rado do chão.

Escalada tradicional

A escalada trad (abreviação de tradicional) é um estilo de escalada ao ar livre onde o guia coloca proteções móveis ao longo da via para se proteger das quedas. A proteção então é removida da via à medida que o segundo sobe.

Por que escalada tradicional em vez de esportiva? Como os escaladores colocam suas próprias proteções (chamadas de móveis) e não há uma via predeterminada, a escalada trad enfatiza a exploração. Não há fronteiras. Tudo é possível. Simplificando, esse tipo de escalada é uma aventura. Mas por causa desses mesmos fatores, ela tem um grau de risco potencialmente maior do que a escalada esportiva.

Outra vantagem da escalada tradicional é que, quando comparada à esportiva (onde as vias já estão todas protegidas), os praticantes podem aderir aos princípios do leave no trace (sem deixar rastros, em português), pois o ambiente permanece intacto para os próximos aproveitarem.

Escalada em artificial

Este é um estilo de escalada em que os escaladores usam os equipamentos para progredirem, em vez da rocha. Normalmente a escalada em artificial é realizada em paredes que são muito negativas, longas e difíceis para a escalada livre. Ela é o estilo mais popular para subir grandes paredes, como as do Yosemite.

Escalada livre x escalada solo

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Ao contrário da escalada em artificial, a escalada livre é caracterizada pela progressão utilizando apenas o relevo da rocha – e os equipamentos são usa- dos só como proteção em caso de queda. A maioria das escaladas em rocha é considerada livre.

A escalada em solo – que nos últimos anos vem ganhando atenção por causa de personalidades como Alex Honnold, que estrelou o documentário Free Solo, ganhador do Oscar – ocorre quando ela é feita sem que se use nenhum tipo de equipa- mento de proteção contra quedas. O escalador confia única e exclusivamente na sua capacidade de terminar a escalada. O solo difere do boulder porque os escaladores solo geralmente chegam a alturas que seriam perigosas em caso de queda. A escalada livre e a escalada solo são muitas vezes confundidas, especialmente pela mídia – no entanto os dois tipos são bem diferentes.

O que é rapel?

Rapel é a descida de uma parede, controlada pelo próprio escalador – não deve ser confundido com “baldinho”, que é quando o segurador desce quem escalou, fazendo sua segurança desde o chão. O escalador desce de baldinho quando não é possível sair caminhando pelo alto da via – ou quando desiste por conta de condições inseguras ou falta de habilidade. O rapel normalmente é feito usando um freio e requer uma ancoragem que é abandonada – seja ela fixa com grampos ou chapeletas ou com uma fita presa a uma pedra ou árvore.

Tamanho da via

O comprimento de uma via muitas vezes determina a quantidade de esticões. Um esticão é um trecho de escalada entre duas ancoragens ou entre uma ancoragem e uma parada. O tamanho do esticão pode ser determinado por vários fatores: o comprimento da corda (ele deve ter menos da metade do comprimento da corda para poder ser utilizado para escalar em top rope), a qualidade da rocha, alcance visual, possibilidade de comunicação, arrasto da corda e pontos convenientes para ancoragens.

Algumas escaladas têm apenas um esticão, e a segurança é inteiramente feita do chão. Escaladas de vários esticões demandam dois ou mais esticões para serem completadas. Em uma via de vários esticões, monta-se uma ancoragem no fim de cada um – frequentemente a dupla reveza quem guia e quem vai de segundo, ou o participante (a pessoa que está na outra ponta da corda), a cada parada.

3. Equipamento

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A escalada em rocha é um esporte relativamente intenso. À medida que suas técnicas e interesse se desenvolvem, você vai entendendo o que cada equipamento faz e como supre suas necessidades. Veja o básico para iniciar.

Sapatilhas

A sapatilha de escalada conecta o escalador à rocha, sendo assim um dos equipamentos mais importantes. Ao escolher sua primeira sapatilha, opte por uma que seja projetada para conforto e desempenho geral.

Então, conforme suas habilidades forem ficando mais avançadas, você vai atualizando a sapatilha para que tenha mais desempenho ou para melhorar seus objetivos e interesses.

Em relação ao tamanho, o velho conselho de comprar dois números menor do que o seu número normal já era. O avanço dos materiais, tecnologias (calçados não laceiam mais como antes) e evolução do estilo fizeram essa dica cair por terra.

Corda

A corda de escalada serve para proteger o escalador em caso de queda. Elas têm construção em duas partes principais: alma e capa. A alma fornece a maior parte da força da corda, e a capa protege a alma e torna a corda mais fácil de ser manuseada.

Elas são divididas em duas categorias: dinâmicas e estáticas. As cordas dinâmicas possuem elasticidade e são projetadas para absorver a energia da queda. As estáticas são usadas em sistemas de ancoragem, para transportar equipamentos numa parede ou durante o rapel, mas nunca para encordar um escalador.

As cordas mais comuns são as simples, usadas quando o escalador precisa de uma corda só para escalar. Cordas de escalada têm vários comprimentos e diâmetros: uma corda simples de 60 metros de comprimento, dinâmica, tratada a seco, com diâmetro de 9,5 mm a 10,2 mm servirá a uma grande variedade de propósitos.

Cadeirinha

A cadeirinha é usada para conectar o escalador à corda. Eles geralmente consistem num cinto acolchoado e reforçado com uma fivela de metal e alças para as pernas, que são conectadas ao cinto com um laço de segurança reforçado, o belay loop. Elas também têm uma variedade de estilos, projetados para cada tipo de escalada. Ao escolher sua primeira cadeirinha, priorize o conforto, e não a economia de peso.

Freio ou dispositivo de segurança

Um freio ou equipamento de segurança é um dispositivo de atrito mecânico usado para controlar a corda durante a segurança. Sua principal função é oferecer uma maneira fácil de segurar a corda em caso de queda do escalador. Também podem ser usados para controlar a descida durante um rapel ou baldinho.

Dispositivos de segurança passivos (como o ATC da Black Diamond ou o Reverso da Petzl) são mais baratos e mais leves, mas os ativos (como o GriGri da Petzl) ajudam a conter o escalador em caso de queda. Esses dispositivos ativos dependem de uma frenagem inicial realizada com a mão para que funcionem e não são automáticos. Eles podem, mais facilmente, levar à negligência do assegurador, pois há uma percepção de que são automáticos.

A maioria das pessoas deve aprender e desenvolver hábitos com dispositivos simples tubulares (como o ATC) e deixar para aprender a manusear os mais complicados só depois de dominar o básico. Alguns dispositivos têm recursos de segurança adicionais, mas sempre começam pelo básico. Iniciantes usando um “dispositivo de segurança mais seguro” são muito mais propensos a cometer erros. Por isso aposte nos clássicos.

Mosquetões

Os mosquetões são elos de metal com gatilhos de mola, usados como conectores. Eles vêm em dois tipos principais: com e sem trava. A trava dos mosquetões impede que o gatilho se abra acidentalmente durante o uso. Eles são utilizados em conexões importantes, como quando a corda está passando por uma ancoragem ou para prender um escalador no meio da corda. As travas dos mosquetões podem ser desde rosqueadas até automáticas, passando por fechos magnéticos.

Os sem trava são usados para conexões menos críticas, como prender a corda a uma peça de proteção (quando fazem parte de uma costura) ou como peça de proteção individual numa ancoragem. Os mosquetões têm diferentes formatos, tamanhos e mecanismos de trava para diferentes propósitos. Um mosquetão menor nem sem- pre é melhor, e os mosquetões com trava nem sempre são mais fortes.

Costuras (esportivas, alpinas ou longas)

As costuras são usadas para conectar a corda a uma proteção durante a escalada. Uma costura esportiva é composta de dois mosquetões sem trava, unidos por uma alça de fita pré-costurada. Muito frequentemente, um dos mosquetões fica mais solto dentro da costura, e o outro fica bem travado por um elástico, para facilitar o escalador na hora de passar a corda por dentro do mosquetão (clipar ou costurar).

Outro tipo de costura é aquela em que os dois mosquetões são conectados a uma fita fechada mais longa (a costura alpina), que oferece mais versatilidade. As costuras esportivas são mais utilizadas em vias já gram- peadas, enquanto as alpinas são melhores em vias de vários esticões, que ziguezagueiam mais.

Proteção

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Equipamentos de proteção móvel (também conhecidos como móveis) permitem ao escalador colocar proteções temporárias em pontos específicos da rocha durante uma escalada.

Existem equipamentos de proteção passivos (como os nuts), que se encaixam numa fenda e travam quando puxados (eles se aproveitam do formato da rocha para evitar as quedas).

Já os equipamentos de proteção ativa (como um dispositivo de cames acionado por mola, ou camalots), quanto mais se puxa, mais ele abre e faz pressão dentro de uma fenda ou buraco na rocha, ficando cada vez mais travado.

Os nuts são o equipamento mais simples de proteção: basicamente são blocos de metal presos a um cabo de aço. Eles são usados deslizando-os em uma fenda em forma de cunha na rocha e travam quando puxados.

O tipo mais comum de proteção ativa são os camalots. Nos anos 1990, os friends da Wild Country eram os únicos que existiam, tendo sido gradualmente substituídos pelos camalots da Black Diamond. Hoje em dia só se fala em camalots. Três a quatro cames são colocados ao longo de um eixo, preso no meio por um gatilho ativado de forma semelhante a uma seringa.

Quando o gatilho é puxado, os cames se “encolhem” ou “fecham” (pense num guarda-chuva abrindo e fechando). Quando solto, eles se abrem de volta, prendendo-se à rocha. Uma vez encaixados na fenda, eles são presos à corda por um mosquetão ou costura. Os cames foram projetados especificamente para proteger fendas de paredes paralelas que não podiam ser protegidas com nuts.

Capacete

O objetivo principal de um capacete de escalada é proteger a cabeça do escalador contra pedras ou equipamentos que caem. No caso de uma queda em que o escalador vira de cabeça para baixo, também pode proteger a parte de trás da cabeça contra o impacto na rocha.

Os capacetes geralmente não são usados em ambientes fechados, mas estão se tornando cada vez mais populares e agora são vistos como um equipamento obrigatório na maioria das escaladas ao ar livre.

Luvas de segurança

Luvas de segurança protegem as mãos de queimaduras de corda. Elas também são úteis no rapel.

Carbonato de magnésio (ou apenas mag)

O mag é usado para absorver a umidade das mãos do escalador, principalmente do suor. Muitas vezes é levado em forma de pó num saquinho preso no cinto, atrás do escalador.

4. Nós

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Saber fazer nós é uma parte essencial da escalada, e há uma infinidade de tipos diferentes. Cada um serve a um propósito. Alguns podem ser usados em várias situações, outros servem para uma específica. Veja alguns dos nós básicos.

Oito duplo

O nó oito duplo costurado é o mais seguro e eficiente para conectar a ponta da corda à cadeirinha de escalada.

Boca de lobo

O boca de lobo é normalmente o que você usa para prender a etiqueta de bagagem. É útil para prender fitas a várias coisas, como os dois pontos na cadeirinha (das pernas e da cintura), ou quando se precisa laçar uma árvore para proteção.

Nó do fiel

Este nó é útil para prender a corda a um mosquetão ou para prendê-la a uma ancoragem.

Dupla verificação

Muitos erros perigosos ou até fatais que ocorrem durante a escalada poderiam ser evitados apenas verificando um procedimento duas vezes. Faça isso com seu parceiro antes de cada escalada ou esticão, de cima para baixo.

Veja se os capacetes estão bem presos, se os fechos das cadeirinhas foram passados duas vezes, a corda passada pelos dois pontos (cinto e conector da alça das pernas) e se o nó oito está bem atado. Em seguida, certifique-se de que a corda esteja passando corretamente pelo dispositivo de segurança e que os mosquetões estejam travados antes de começar a escalar.

5. Comunicação

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Durante a escalada, a comunicação clara é a chave para reduzir o estresse, aumentar a eficiência na parada e evitar acidentes devido à falta de comunicação.

Ao se comunicar, sempre comece chamando o nome do seu parceiro. Muitas vezes, em falésias movimentadas, você verá vários outros grupos escalando e emitindo comandos semelhantes aos seus. Ao chamar o nome do seu parceiro no início, você pode esclarecer a direção da sua comunicação. Sempre reconheça os comandos recebidos com um “ok!”, seguido pelo nome do seu parceiro.

Antes de iniciar uma escalada, o guia perguntará ao seu segurador: “Segurança pronta?”. Se o guia estiver em segurança, o segurança seguirá com: “Segurança pronta!”. Então o guia dirá “escalando” quando estiver pronto. Na maior parte do mundo, o segurador ainda responde: “Pode escalar”, “vai lá”, “bora”, “manda bala” ou “arrebenta”, mas aqui no Brasil esta terceira resposta é pouco comum.

Se estiver escalando uma via de vários esticões, quando o guia chega na ancoragem e se prende, ele grita: “Estou na minha!”. Quando o segurador solta a segurança, gritará: “Está na sua!”. Se o guia sentir que vai cair durante a via, pode gritar “caindo!”, e o segurador vai redobrar a atenção, liberando um pouco a corda para evitar ou minimizar um possível choque que o guia possa sofrer durante a queda.

Existem mais alguns comandos úteis. Se você vir uma pedra caindo ou deixar cair alguma coisa, grite: “Pedra!”. Ao puxar uma corda para baixo, grite “corda!” quando vir que a ponta passou pela ancoragem e que vai cair de uma vez. E grite de novo “corda!” antes de ela atingir o solo.

Ao utilizar uma comunicação clara, alta e eficaz, a experiência de escalada será melhor para todos.

Trecho da reportagem Subindo na Via, publicada na Go Outside 174.







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