Bota para correr

Por Andrea Estevam

Bota para Correr
Divulgação/ Olympikus

Sempre gostei da força invisível do vento – que refresca, bagunça, move e transforma. Mas nunca havia tido a oportunidade de ver essa energia se manifestar e se desdobrar de forma tão concreta quanto na mais recente edição do Bota Pra Correr, circuito lindamente concebido e realizado pela marca brasileira Olympikus

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A largada da corrida foi no Complexo Eólico Rio do Vento. Ali, uma cadeia montanhosa no agreste do Rio Grande do Norte alinha em sua crista dezenas de turbinas de 90 metros de altura que giram para fornecer energia suficiente para abastecer quatro milhões de pessoas. De longe, as pás de 75 metros parecem girar preguiçosamente, distantes do solo. A seus pés, ouvíamos seu zunido, percebíamos sua velocidade (450 km/h nas extremidades!) e víamos que ela passava a apenas 15 metros do chão. 

Bota para Correr
Imagem: Olympikus

Os primeiros cinco quilômetros da prova foram assim, sob as torres de vento, com o semiárido se espalhando para os nossos dois lados. Depois isso se misturou a trechos de agreste, com seus cactos, pedras, solo rachado e gado tristemente conformado com a dureza que o cerca. Era 12 de setembro, mas o calor castigava forte. Em alguns pontos, a população se reunia para vibrar pelos corredores, entre os quais havia representantes locais. Era a primeira vez que tinham a oportunidade de ver ou de participar de um evento como aquele. 

Imagem: Divulgação/ Olympikus

O percurso todo tinha 16 km divididos em quatro trechos, que deviam ser percorridos pelas equipes de seis corredores de acordo com a estratégia que criassem seguindo algumas regras. As três principais eram que nunca um corredor poderia estar sozinho; ao menos um atleta deveria correr o percurso completo e todos tinham que correr juntos o trecho final. Essa união, aliás, é a essência do que a marca quis transmitir com a escolha do local e do formato inédito desta etapa do Bota Pra Correr. “A ideia que queremos passar é que para salvar o planeta precisamos correr juntos. Essa é a corrida mais importante do mundo agora”, disse Marcio Callage, diretor de marketing da Olympikus

A marca – que vem fazendo um trabalho sólido no segmento da corrida, com foco em um ótimo desenvolvimento de produtos e no apoio de provas importantes do calendário nacional, como as maratonas do Rio e de São Paulo – já lidera o mercado brasileiro em números de vendas, e nesta nova fase assume também protagonismo na sustentabilidade e responsabilidade ambiental. “A partir de 2022 toda a nossa produção de tênis usará energia limpa, mais especificamente a energia eólica produzida no Rio dos Ventos”, completa. Assim, a marca não só dá o exemplo na busca por uma produção mais sustentável, como envolve e gera riqueza para as comunidades locais. 

Para muitos corredores ali, somar forças em uma corrida era algo inédito. Mas a natureza humana é também gregária, e com um pequeno incentivo isso vem à tona. Vi corredores exaustos se superando com a ajuda de seus parceiros de equipe, assim como atletas fortíssimos se desapegando da performance em prol de um objetivo comum. Foi um aprendizado, uma evolução dentro de cada microcosmo de seis atletas – algo muito parecido com o que precisa acontecer para que nós, habitantes desta nave Terra, possamos estancar a destruição e preservar nosso planeta para que a vida aqui continue possível por muitas gerações. 

O Bota Pra Correr, que tem como característica levar provas de corrida para lugares lindos e inusitados do Brasil, já confirmou duas etapas para o ano que vem. Se em 2019 (pré-pandemia) as provas tiveram como cenário Jalapão, Pantanal e Alter do Chão, em 2022 o circuito vai para dois cartões-postais queridos dos amantes da aventura em natureza. Ainda não podemos contar onde, mas, acreditem, são dois lugares incríveis!

Andrea Estevam viajou a convite da Olympikus







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