Em uma cena digna de Crocodile Dundee, o fazendeiro australiano Colin Deveraux sobreviveu a um ataque de um crocodilo de 3 metros de comprimento em outubro. A história foi inicialmente relatada pela ABC Austrália. Deveraux, que está na casa dos 60 anos, passou um mês em um hospital de Darwin, Austrália, e disse à mídia local que tem sorte de estar vivo. A chave para sobreviver ao ataque? Deveraux mordeu a pálpebra do crocodilo.
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“Consegui dar uma mordida”, disse ele.
Deveraux estava a caminho de cercar algumas terras perto do rio Finniss, ao sul de Darwin, quando parou ao lado de um billabong – um nome australiano para um lago de meandro (ou braço morto). “A água recuou e ficou suja no meio. Dei dois passos e o maldito sujo [o crocodilo] agarrou meu pé direito”, contou à ABC News Austrália.
Deveraux disse que o crocodilo o sacudiu como uma boneca de pano e tentou puxá-lo para a água. Ele tentou chutar o réptil nas costelas com o pé livre. Quando isso não funcionou, ele usou os dentes e o mordeu de volta.
“Eu estava em uma posição muito desconfortável”, disse Deveraux, “por acidente, meus dentes pegaram na pálpebra dele. Era bastante espesso, como pegar em couro, mas puxei de volta na pálpebra e ele soltou.”
Livre do desastre, o australiano correu para seu carro com o crocodilo correndo atrás dele, mas o réptil desistiu depois de cerca de 4,5 metros. Segundo Deveraux, todo o ataque durou cerca de oito segundos.
Ele usou uma toalha e uma corda para estancar o sangramento e seu irmão o levou até o hospital mais próximo, a 130 km, onde ele continua a receber tratamento. Deveraux disse que o maior problema que os médicos enfrentaram foi limpar e elinar toda a bactéria da água do lago de sua ferida. A água estava cheia de lama e fezes de animais, e as feridas perfurantes são notoriamente difíceis de limpar. “[As feridas] estavam abertas e ruins, e ao longo de mais de dez dias, acho, eles tiveram que lavá-las”, disse Deveraux.
Ataques de crocodilos são incomuns na Austrália, mas houve vários incidentes nos últimos meses. Um homem em Queensland sobreviveu a um ataque em maio quando foi mordido por trás por um crocodilo. O animal mordeu sua cabeça, mas o homem conseguiu alcançar e abrir as mandíbulas do réptil o suficiente para escapar.
Anteriormente, em maio deste ano, autoridades australianas encontraram os restos mortais do pescador Kevin Darmody, de 65 anos, dentro de um crocodilo de 4 metros nas proximidades do rio Kennedy.
Deveraux não é o primeiro australiano a usar um método inovador para escapar de um crocodilo. Val Plumwood sobreviveu a um ataque aterrorizante de crocodilo no Parque Nacional Kakadu, na Austrália, em 1985, antecipando o chamado “giro da morte” do animal. O Museu Nacional da Austrália compartilhou os eventos em um emocionante ensaio que você pode ler (em inglês) aqui.