Um novo estudo descobriu que algumas pessoas são mais atraentes para o mosquito do que outras – e isso tem a ver com o cheiro.
Pesquisadores da Universidade Rockefeller, em Nova York (EUA), revelaram que os humanos mais atraentes para os mosquitos produzem certos ácidos em sua pele que estão ligados ao cheiro.
Veja também
+ Mosquitos em trilhas e viagens? Saiba como se prevenir de picadas
+ Mulher é presa após atacar polícia com enxame de abelhas
+ Campanha busca encontrar jabutis monitorados no Parque da Tijuca
“Se você tem altos níveis desses químicos em sua pele, você será o único no piquenique recebendo todas as mordidas”, diz neurobióloga Leslie Vosshall, uma das autoras do estudo.
A má notícia para os para-raios de mosquitos é que os insetos permanecem fiéis aos seus humanos favoritos por um longo período de tempo. “Sempre há um folclore sobre quem é mais mordido, mas muitas alegações não são apoiadas por fortes evidências”, comenta Vosshall.
Os pesquisadores projetaram o experimento colocando os cheiros das pessoas uns contra os outros, explicou Maria Elena De Obaldia, também autora do estudo. As descobertas foram publicadas na última terça-feira (18) na revista Cell.
Os cientistas pediram a 64 voluntários da universidade e das proximidades que usassem meias de nylon em volta dos antebraços para capturar o cheiro da pele. As meias foram colocadas em armadilhas separadas no final de um longo tubo, então dezenas de mosquitos foram liberados.
“Eles basicamente se aglomeravam nas armadilhas mais atraentes”, disse De Obaldia. “Tornou-se muito óbvio imediatamente.”
Os cientistas realizaram uma espécie de campeonato entre as meias e acabaram com um resultado impressionante: o maior ímã de mosquito era cerca de 100 vezes mais atraente para os insetos do que o último colocado.
O experimento utilizou o mosquito Aedes aegypti, que transmite doenças como febre amarela, zika e dengue. Vosshall disse que espera resultados semelhantes de outras espécies, mas precisaria de mais pesquisas para confirmar.
Ao testar as mesmas pessoas ao longo de vários anos, o estudo mostrou que essas grandes diferenças permanecem fieis, disse Matt DeGennaro, neurogeneticista da Universidade Internacional da Flórida, que não esteve envolvido na pesquisa.
Dos favoritos, os pesquisadores encontraram um fator comum: os para-raios de mosquito tinham altos níveis de certos ácidos na pele. Essas “moléculas gordurosas” fazem parte da camada hidratante natural da pele e as pessoas as produzem em quantidades diferentes, explicou Vosshall.
As bactérias saudáveis que vivem na pele comem esses ácidos e produzem parte do perfil de odor da nossa pele, disse a pesquisadora. “Você não pode se livrar desses ácidos sem prejudicar a saúde da sua pele também”, ressaltou Vosshall.
Os pesquisadores também fizeram o experimento com mosquitos cujos genes foram modificados para prejudicar seu olfato. Eles ainda acabavam indo para os mesmos ímãs de mosquito. “Os mosquitos são resistentes”, disse Vosshall. “Eles têm muitas cartas na manga para nos encontrar e nos morder.”