Atividade física e gestação combinam?

Por Bianca Vilela*

atividade física gestação
Imagem: Shutterstock

Até pouco tempo, praticar atividade física durante a gestação não era uma realidade para muitas mulheres, principalmente nos estágios finais da gravidez. Com o surgimento de mais evidências científicas, na ausência de contraindicações médicas, os exercícios físicos têm sido cada vez mais recomendados, porque contribuem para um parto saudável. E com a saúde da mãe e do bebê, todo mundo ganha! E tem mais, ainda que a mulher tenha o histórico de sedentarismo antes da gravidez, exercícios leves não estão associados a parto prematuro ou danos ao feto.

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Condicionamento físico e suas vantagens

Para esta conversa, convidei o médico ginecologista, obstetra e expert em saúde da mulher Fabiano Elisei Serra para desmistificar o tema e para nos ajudar a encontrar o caminho seguro. Segundo ele, a prática de exercícios físicos durante a gestação promove inúmeros benefícios, tais como:

  1. mantém o condicionamento muscular e cardíaco;
  2. ajuda a prevenir doenças como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional;
  3. reduz as chances de diástase abdominal (afastamento do músculo do abdome);
  4. ajuda na prevenção e na melhora de dor na coluna (se bem feito e com orientação adequada);
  5. diminui o estresse, a ansiedade e a depressão;
  6. fortalece o períneo e a tolerância à dor, de forma a melhorar as chances de parto normal;
  7. acelera o retorno da mulher às atividades habituais e ao peso de antes da gravidez após o nascimento do bebê.

Dr. Fabiano recomenda que se faça ao menos trinta minutos de exercícios ao dia, na maioria dos dias da semana. Para quem não fazia atividade física antes da gestação, o início deve ser mais gradual: sessões de 15 minutos, 3 vezes por semana, até atingir a meta de 150 minutos semanais. 

Qual a melhor atividade física na gestação?

“Gestantes saudáveis podem fazer exercícios leves como caminhadas, hidroginástica, natação, dança, alongamento, Pilates e ioga. Os exercícios em água têm as vantagens de diminuir impacto, melhorar dor na coluna e nas articulações, promover relaxamento e diminuir o edema (inchaço). A temperatura ideal da água deve estar entre 28ºC e 30°C”, afirma o especialista. 

Para modalidades mais intensas como atividades aeróbicas, treinos com circuitos e treinos funcionais, a avaliação deve ser feita individualmente e deverão ser adaptadas a fim de se produzir menos impacto e evitar lesões nas articulações. Devem, também, ser acompanhadas por profissionais habilitados.

Esportes coletivos (futebol, voleibol, basquetebol, handebol), esqui aquático, hipismo e mergulho devem ser evitados devido à grande probabilidade de traumatismos e de diminuição da oxigenação do bebê. 

Conclusão

O médico ressalta que sempre que for praticar qualquer modalidade de exercício físico, é importante discutir com um médico sobre contraindicações. Lembre-se que a saúde do seu bebê também será levada em conta para a decisão. Caso esteja tudo em ordem para se exercitar, não deixe de comunicar qualquer anormalidade que eventualmente apareça durante a prática. 

BIANCA VILELA é mestre em fisiologia do exercício pela 
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), palestrante 
e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde 
in company em grandes empresas por todo o país há mais 
de 15 anos. Na Go Outside fala sobre saúde no trabalho, 
produtividade e mudança de hábitos. 

Instagram: @biancavilelaoficial