Após sucesso no Vale do Silício, os tênis de lã viram moda nos centros financeiros do País

Após sucesso no Vale do Silício, os tênis de lã viram moda nos centros financeiros do País
VERSATILIDADE Discretos, os tênis de lã combinam com roupas sociais: o empresário José Steinberg possui vários pares (Crédito: Keiny Andrade)

Se por muito tempo as conversas em relação aos tênis envolviam os nomes das grandes marcas, hoje também se fala muito no material com que eles são feitos. E, quando uma peça de vestuário vira sinônimo de sucesso profissional, é porque ela percorreu um longo percurso – geralmente através do boca a boca de quem a usa. Essa é a história dos chamados tênis de lã. Os sapatos do momento, que conquistaram a região do Vale do Silício nos Estados Unidos, agora se estabelecem no Brasil como item indispensável no guarda-roupa de quem quer passar a ideia de “inovação”.

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Queridinho de celebridades como Sarah Jessica Parker, Ben Affleck e até do ex-beatle Paul McCartney, os modelos da marca neozelandesa Allbirds são os mais desejados por quem defende a tendência e, por não serem vendidos no Brasil, viraram um objeto de desejo para poucos. Porém, com marcas brasileiras investindo no formato, além das gigantes do esporte, como Adidas e Nike, que lançaram suas próprias versões, só fica sem o próprio par quem quiser. Mas, afinal, o que há de tão revolucionário em um produto que não é repleto de amortecedores e uma logomarca valiosa?

Para quem adotou o calçado, o segredo do sucesso está no conforto, já que em um olhar desatento pode parecer até que se está usando uma meia com solado de borracha. Alguns modelos até vão além e simulam a costura de uma meia no tornozelo. No entanto, o formato tradicional, com cadarço, é o que mais se vê nos centros financeiros mundo afora. Feitos para serem usados diretos no pé e serem lavados com frequência (até mesmo na máquina de lavar), eles atraem quem gosta de misturar o visual esportivo com o elegante. Para muitos fãs da novidade, calçar um tênis de lã pode ser um momento de “virada”: é impossível voltar a usar o sapato social ou os chamados sapatênis, que muitas vezes, para manterem certo estilo, possuem materiais duros com diversas costuras e detalhes. O tênis de lã, em contrapartida, possui maleabilidade natural e faz sucesso por ser confeccionado em tons neutros e sóbrios. A melhor característica da lã, contudo, é sua eficácia contra a umidade: a lã pode absorver o suor, evitando mau cheiro.

Para o empresário José Steinberg, proprietário de uma incorporadora imobiliária, o tênis é ideal para quem precisa caminhar bastante — entre um local de trabalho e outro — sem perder o estilo e também o conforto. “Vi muita gente usando em Nova York, achei curioso e decidi comprar um para mim também”, diz. Steinberg adotou alguns dos modelos da marca brasileira Yuool para usar no dia a dia. Por aqui os tênis de lã agora fazem parte de um “estilo de vida” adotado por funcionários de startups e pelo mercado financeiro, principalmente para quem trabalha na região da Avenida Faria Lima, na cidade de São Paulo.

“Eu até já presenteei um dos meus funcionários com um par”, conta Steinberg. Para ele é muito interessante ver, principalmente agora com a retomada do trabalho presencial, que muitas empresas estão adotando um estilo menos formal no vestuário. “Não faz sentido em um país tropical como o Brasil ver as pessoas de terno e gravata andando no calor”, diz. Foi inclusive o uso de roupas casuais no mercado de tecnologia norte-americano que fez com que o tênis se popularizasse como uma peça associada ao escritório. Empresas como Google, Facebook e Apple, por exemplo, tem como seus fundadores pessoas conhecidas por usarem tênis, jeans e camiseta.

No Brasil, Arezzo, Reserva e Osklen já possuem versões dos tênis de lã, mas é a Yuool que leva a mística do calçado até como fórmula de vendas: “Você já investiu, mas nunca assim”, é um dos lemas que convidam as pessoas que apostam na Bolsa de Valores a adquirir o calçado. A marca, que hoje vende três modelos diferentes da mesma proposta, surgiu depois que os fundadores não conseguiram importar modelos do calçado do exterior. Eduardo Rocha, porta-voz e um dos fundadores da Yuool, diz que o sucesso da empresa aconteceu de forma espontânea, com as pessoas usando o tênis no cotidiano, o que popularizou a marca. Hoje a empresa faz parcerias com nomes como Nubank, XP e BTG Pactual para criar modelos personalizados para clientes e funcionários. “É a evolução da flexibilidade no dress code, há diversas maneiras de se vestir sem deixar a sofisticação de lado”, explica. A depender do entusiasmo dos convertidos ao calçado, essa moda não tem nada de passageira.







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