Nos últimos anos, cientistas têm encontrado cada vez mais evidências de que a Antártica já foi coberta por uma vasta floresta tropical.
Com direção de Wiland Pinsdorf, o documentário “Antártica Verde – O Alerta Climático” desembarca no continente gelado em busca de provas que comprovem esse mistério.
Veja também
+ Do Ártico à Antártica: bióloga brasileira explora os dois polos do mundo
+ É possível ser um ambientalista que adora comer carne?
+ Natação em águas abertas inaugura nova era do Rocky Mountain Games em Juquitiba
O documentário acompanha a jornada do renomado alpinista e fotógrafo brasileiro Edson Vandeira, que lidera um grupo de cinco cientistas em uma expedição épica.
O grupo precisou ficar acampado por 60 dias na Ilha Marambio, na Península Antártica, um dos lugares mais extremos do Planeta, e que colocou à prova os limites físicos e emocionais dos visitantes.
“Antártica Verde – O Alerta Climático” não busca apenas respostas, mas também oferece dicas valiosas sobre as mudanças climáticas e o futuro do nosso Planeta.
Assista ao trailer abaixo:
O documentário terá uma exibição especial nesta sexta-feira (21), no Cine Olido, em São Paulo, em um evento que faz parte da programação da Virada ODS sobre sustentabilidade na capital paulista.
Nos dias 12 e 13 setembro, o doc entra na programação da Mostra de Filmes Polares, também em São Paulo (SP).
Abaixo entrevistamos o diretor Wiland Pinsdorf, que falou um pouco mais sobre a produção de “Antártica Verde”.
Como foi a logística para ficarem acampados por 60 dias na Antártica?
O acampamento se deu em condições severas. Fomos deixados pelo navio polar da Marinha Brasileira, que retornaria após 60 dias, caso a janela de tempo fosse favorável. No final, tivemos que esperar de 3 a 4 dias a mais para sermos resgatados. A logística e a “sobrevivência” nesse ambiente hostil são temas centrais do filme. Edson Vandeira, um alpinista experiente, foi responsável pela logística e segurança dos pesquisadores.
Como surgiu a ideia de procurar respostas para este mistério da Antártica?
A ideia surgiu a partir das investigações dos pesquisadores brasileiros, e nós nos unimos a essa iniciativa juntamente com Edson Vandeira, que foi contratado pela Marinha para cuidar da logística e segurança. O tema despertou muito meu interesse, pois nunca tinha ouvido falar dessa hipótese de uma Antártica Verde, e isso parecia surpreendente.
Imediatamente, fizemos a conexão com as mudanças climáticas. O filme se tornou um convite para refletir sobre o passado, o presente e o futuro do nosso planeta, destacando a importância da Antártica no frágil equilíbrio climático da Terra. Será que a Antártica pode voltar a ser coberta por uma floresta? Quais seriam as consequências disso?.
Mas o documentário não apenas documenta a busca por pistas sobre as mudanças climáticas, ele também explora os aspectos humanos e emocionais dessa expedição única. Ele mostra os desafios físicos e mentais enfrentados pela equipe e como cada um lida com as adversidades.
Fale sobre algumas curiosidades durante as gravações
Além de encontrar o esqueleto de um Mosassauro e inúmeros fósseis de plantas, presenciamos a maior temperatura já registrada na história da Antártica: 18 graus Celsius.
A neve derreteu e transformou o acampamento em um imenso caos de lama. As fontes de água ficaram distantes, tornando tudo muito mais difícil. No entanto, sem a cobertura de neve, os cientistas puderam descobrir centenas de fósseis que antes estavam “escondidos” sob o gelo. Também descobrimos fragmentos do meteoro que pôs fim à era dos dinossauros.
Esse meteoro caiu na América do Norte e, ao entrar na atmosfera, se despedaçou, com um dos fragmentos chegando até a Antártica. Passamos esses dois meses durante o verão antártico, o que significa que celebramos o Natal e o Ano Novo com comunicação super limitada. Um dos momentos mais emocionantes do filme é quando os pesquisadores ganham de “presente” uma ligação de um minuto para suas famílias no Natal.