Em um ano como este, a gente entende que muitas pessoas deixaram de lado a rotina de treinos – sobretudo quem adota o estilo de vida outside. Mas chegou a hora de deixar essa realidade um pouquinho de lado e lembrar da importância da prática da atividade física, seja ela qual for – inclusive dentro de casa – na prevenção e tratamento do câncer de mama.
De acordo com análise realizada pelo Instituto Nacional do Câncer, em maio, a estimativa é de 66.280 novos casos de câncer de mama por ano de 2020 até 2022, apenas no Brasil.
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Existem diversos fatores para o desenvolvimento da doença, alguns nós não podemos influenciar – como histórico familiar – mas outros têm relação direta com hábitos que adotamos ao longo dos anos, como consumo de álcool, excesso de peso e sedentarismo. Então, está na hora de voltar à rotina – da maneira que for possível! Afinal, ainda segundo o INCA, comer bem, exercitar-se com regularidade, evitar os drinks e chopes e manter o peso adequado pode evitar 28% de todos os casos da doença.
Pesquisadora de Epidemiologia Clínica do INCA, Anke Bergmann contou que há estudos que, ao comparar mulheres sedentárias e ativas, mostraram redução do risco de câncer de mama de 16% a 39%. E não importava o tipo de atividade (caminhada ou afazeres domésticos, por exemplo), intensidade (moderada ou intensa) ou momento da vida, o efeito preventivo se manteve.
Talvez para você, leitora da Go Outside, praticar atividade física e evitar excessos, seja algo natural, mas sabe aquela amiga que faz tempo que promete ir à academia com você e nunca vai? A tia que sempre diz que vai comer melhor e nunca começa? Quem sabe seja a hora de dar mais um toque e, quem sabe, compartilhar este texto com elas.
Como evitar o câncer de mama com atividade física
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, ao menos, 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de exercício intenso por semana. Sabe o que isso significa? Mais ou menos 20 minutos por dia. O que são 20 minutos por dia, fala sério?!
Pode ser caminhada, corridinha, uma trilha com você, uma aulinha de dança, futevôlei, musculação, o que ela preferir. Os benefícios vêm de maneira democrática, não importa o que você goste de fazer.
Se ela ainda não se convencer, eu tenho mais um argumento pra ajudar: um estudo publicado na Oxford University Press, em abril deste ano, mostrou que praticar o mínimo de atividade física recomendada, antes do diagnóstico e depois do tratamento do câncer de mama, reduz as chances de mortalidade pela doença. E aí, vale ou não vale a pena encontrar 20 minutinhos na agenda para se mexer um pouquinho?
Como identificar o câncer de mama
Olhe no espelho e conheça o seu corpo. Note o tamanho dos seus seios, formato, textura, a cor dos seus mamilos, tudo. Só conhecendo bem o seu corpo, você consegue notar se algo está errado.
Além disso, vá ao ginecologista e faça os exames de rotina, como mamografia (sobretudo mulheres de 50 a 69 anos ou com história de câncer na família) e ultrassonografia.
O INCA orienta que os principais sinais de câncer de mama são nódulo (caroço) fixo e, geralmente, indolor, mudança na posição ou formato do mamilo, vermelhidão, retração na pele do seio, secreção no mamilo e caroços no pescoço ou axilas.
O câncer de mama tem cura, mas quanto mais pudermos evitar, melhor.
*Bianca Vilela Mestre em Fisiologia do Exercício pela Unifesp e Consultora em Saúde no Trabalho. Fundadora da Bianca Vilela Saúde Corporativa, em 2003. @biancavilelasaudecorporativa