Diretora de redação da Go Outside por 15 anos e inspiração para todos os ciclistas, a jornalista Erika Sallum (1975-2021) foi eternizada com uma ciclopassarela que leva o seu nome na capital paulista.
A estrutura de quase 300 metros conectará os bairros de Pinheiros e Butantã, na zona oeste da cidade, atravessando o rio Pinheiros. A região era um dos locais preferidos dos treinos de Erika.
As informações foram divulgadas primeiro pelo fotógrafo e jornalista Caio Guatelli, ex-companheiro de Erika e responsável pelo blog Ciclocosmo.
Veja também
+ Diretora de redação da Go Outside, Erika Sallum deixa legado no ciclismo
+ Confie na bike! Uma inspiradora homenagem a Erika Sallum
+ Por que dar um tempo nos treinos faz bem para você, segundo cientistas
Erika Soares Sallum tinha 45 anos e era uma ciclista assídua – mas sua paixão pela bike ia além das pedaladas. A jornalista lutava pelo uso da bicicleta como ferramenta social, capaz de conectar pessoas e promover o respeito ao meio ambiente. Ela estava sempre pedalando pela ciclovia do Rio Pinheiros.
Após a morte da jornalista, em 14 de agosto de 2021 em decorrência de um câncer de mama, cicloativistas e amigos de Sallum começaram uma campanha para que a ciclovia do Rio Pinheiros fosse batizada em seu nome.
Mas o Governo do Estado de São Paulo, na época sob a gestão de João Doria, alegou conflito com outra homenagem póstuma que já estava encaminhada para a obra, a do ex-governador Franco Montoro.
Desde então, o nome de Erika Sallum ganhou força para batizar a ciclopassarela que ligaria os distritos de Pinheiros e Butantã, na zona oeste da capital, antes chamada de Bernardo Goldfarb.
O projeto mudou de nome em 7 de dezembro de 2021 após o Grupo Gestor da OUCFL (Operação Urbana Consorciada Faria Lima) aprovar por unanimidade o novo nome: Projeto Ciclopassarela Jornalista Erika Sallum. A renomeação foi motivada pela contribuição inestimável de Erika na defesa dos direitos dos ciclistas.
“Batizá-la com o nome de Erika Sallum, em meio a incontáveis pontes com nomes masculinos, é sinal de reconhecimento da força da mulher e de sua importância para o desenvolvimento social. Seu nome reduz desigualdades, combate o câncer, valoriza o jornalismo profissional, orienta futuras gerações, conecta culturas de forma sustentável, ilumina boas ideias e nos inspira a viver. Acertada a decisão da administração municipal”, escreveu Guatelli.
Formada em jornalismo pela USP, Erika trabalhou na Folha de S.Paulo até meados dos anos 2000. Depois, após uma passagem pela Veja São Paulo, fez mestrado em relações internacionais e direitos humanos na Universidade de Nova York entre 2007 e 2008, época que trabalhou na ONU. Se engajou no cicloativismo e tornou-se diretora de redação da revista Outside. Em 2017 criou o blog Ciclocosmo na Folha.
A Rocky Mountain, que edita e publica a Go Outside, e seus colaboradores — todos colegas de trabalho de Erika nos últimos anos —, apoiaram com entusiasmo a iniciativa de dar seu nome à ciclopassarela.