Aprenda a técnica de ancoragem para controlar suas emoções

Por Yoga Journal/Outside USA

Técnica de ancoragem
Foto: Freepik

Se você já se encontrou preso em um estado mental indesejado, provavelmente está ciente dos benefícios da técnica de ancoragem, ou grounding, em inglês. Ancoragem é o ato de encontrar ou criar um lugar estável quando percebe que seus pensamentos e emoções estão entrando em uma espiral. Práticas como movimento consciente e meditação podem ajudar, enquanto caminhar descalço ao ar livre pode literalmente te aterrar à Terra.

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Essencialmente, a técnica de ancoragem tira você da sua cabeça e te traz de volta ao seu corpo. Isso geralmente envolve uma combinação de autorregulação e regulação interativa — acalmar a si mesmo e encontrar consolo externo, respectivamente — para ajudar a retornar ao seu estado emocional de base.

Se você está procurando uma maneira criativa de encontrar seu centro, a autora e criadora Gabi Abrão, conhecida na internet como @sighwoon, tem uma proposta intrigante: use sua imaginação para criar uma sensação concreta do estado desejado. Então, seja esse estado.

“Quase acho que a definição real da técnica de ancoragem é dar ao Espírito algum tipo de fenômeno físico”, diz Abrão, cuja arte muitas vezes destaca essa noção. Ela acrescenta que, como emoções como amor, preocupação e confusão são fundamentalmente não ancoradas, oferecer a essas emoções a possibilidade de se corporificarem pode proporcionar uma válvula de escape eficaz.

Por exemplo, a série de memes de Abrão, intitulada “Coisas Que Você Pode Fingir Ser Quando Se Sente Descentrado”, publicada pela primeira vez em 2019, exemplifica isso. O primeiro slide apresenta o que ela chama de “Ilha Luxuosa e Autossustentável”, uma imagem que sugere transformar sentimentos de solidão em abundância, honrar a independência e praticar o autocuidado. A ideia da ilha surgiu quando, durante uma crise amorosa, Abrão moveu sua cama para o meio da sala de estar, repetindo: “Eu sou uma ilha luxuosa e autossustentável.”

“Para mim, sempre começa com alguma ação aparentemente irracional, mas depois eu olho para trás e penso: ‘Ah, era isso’”, diz Abrão sobre sua abordagem leve da prática consagrada da visualização. “Você pode simplesmente dizer: ‘Ok, sim, estou magoada, estou sofrendo, me sinto sozinha… então, vou ser uma ilha.’”

Os “vessels” (vasos) de Abrão, como ela chama essas imaginações, incluem uma “Grande Rocha Lisa ao Sol Perto de um Corpo de Água” para mover sentimentos de estagnação para sensações de estabilidade e encontrar prazer na simplicidade. Também há um “Castelo no Deserto”, concebido para aumentar a confiança e resiliência enquanto rejeita a necessidade de validação. Desde então, a série cresceu e agora inclui nove “vessels”, uma prática expandida em seu livro Notes on Shapeshifting (Notas Sobre Metamorfose, em tradução livre).

Se tudo isso parece um pouco bobo, Abrão afirma que essa é parte da ideia. “Acho que a brincadeira pode te tirar da seriedade de qualquer tipo de luta ou momento de descentramento”, diz ela. “O objetivo de todo tipo de processamento é o movimento, e às vezes essa espécie de manifestação ou criação lúdica te move mais.”

Como fazer a técnica de ancoragem

Embora o menu existente de vessels de Abrão ofereça várias possibilidades, imaginar sua própria imagem é uma parte valiosa da técnica de grounding.

1. Comece ficando quieto consigo mesmo. Abrão observa que um dos benefícios dessa prática é tirar um tempo para realmente sentir suas emoções. Leve o tempo que precisar para identificar suas emoções — seja em uma meditação, em uma caminhada, durante uma prática de ioga, ou onde e quando você sentir vontade.

2. Imagine seu estado emocional atual ou desejado, e como isso seria representado para você, seja como uma pessoa, lugar ou coisa. Lembre-se de que suas imagens serão inspiradas por sua própria experiência de vida e serão tão únicas quanto você.

“Talvez alguém veja um cavalo selvagem correndo. Talvez veja uma cachoeira, como eu. Talvez veja um casal de idosos dedicados de mãos dadas”, diz Abrão, refletindo sobre as várias respostas que alguém pode ter à ideia de “paixão”. “Pense no que surge em sua cabeça, quase como uma interpretação de sonhos ao contrário. Você começará a perceber que seu subconsciente começa a colaborar com você e que não está apenas manifestando imagens de forma ilógica. Elas já estão lá e têm tentado falar com você.”

3. Depois de descobrir sua imagem, mude seu foco para essa imagem e afaste-se de suas ruminações sobre si mesmo ou sua situação atual. “Se você pensa naquela versão quase cartunesca, lúdica, da imaginação, e depois a implanta na sua própria mente, isso cria uma linguagem visceral que não é necessariamente lógica, mas que, para mim, tem efeitos maiores”, diz Abrão sobre a técnica de ancoragem. “Também é muito divertido.”

4. Fique curioso! Crie arte inspirada por sua imagem, pesquise os elementos envolvidos ou leia mitologias associadas à sua imagem inventada. Uma vez que você tenha encontrado seus vessels pessoais, eles serão seus para guardar, compartilhar, ajustar e retornar quando necessário.