Nesta quinta-feira, 8 de agosto, os Jogos Olímpicos de Paris 2024 tiveram mais um dia repleto de disputas acirradas, com os atletas brasileiros enfrentando desafios em diversas modalidades. Em um dia marcado por fortes emoções, o Brasil esteve presente na maratona aquática, na canoagem velocidade, na vela e no atletismo, com desempenhos que, apesar de não resultarem em medalhas, mostraram a garra e a dedicação dos nossos representantes.
Maratona Aquática: Ana Marcela Cunha bate na trave do pódio e fica em 4º
Ana Marcela Cunha voltou a demonstrar sua força na maratona aquática, mesmo sem alcançar o pódio. A nadadora brasileira, uma das grandes referências mundiais na modalidade, terminou em quarto lugar na prova de 10 km dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, reafirmando sua posição entre as maiores atletas da história do esporte.
A prova, realizada nas águas do icônico Rio Sena, teve um início promissor para Ana Marcela. Desde o começo, ela se manteve no pelotão de elite, evitando que as líderes se distanciassem. Em alguns momentos, chegou a ocupar a terceira posição, alternando entre o quarto e o sétimo lugares ao longo das seis voltas do percurso. Seu tempo final foi de 2h04min15s, um esforço notável, mas que não foi suficiente para superar as três primeiras colocadas.
A medalha de ouro ficou com a holandesa Sharon van Rouwendaal, que completou a prova em 2h03min45s, garantindo sua redenção após a prata em Tóquio. A australiana Moesha Johnson conquistou a prata com o tempo de 2h03min55s, enquanto o bronze foi para a italiana Ginevra Taddeucci, que marcou 2h04min09s.
Ana Marcela, visivelmente emocionada, refletiu sobre o resultado após a prova. “Um quarto lugar é um abismo muito grande entre ter uma medalha. Em 2008, quando fui quinta, não doeu tanto quanto agora. Mas passei por uma cirurgia há um ano e cheguei a pensar em desistir. É lógico que queríamos muito uma medalha, mas tenho que ter orgulho do que fiz. Apesar da dor de ficar fora do pódio, preciso manter a cabeça erguida e olhar para o futuro”, afirmou a nadadora, que ainda não confirmou sua participação nos Jogos de Los Angeles 2028, mas mencionou a Copa do Mundo como o próximo desafio.
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Além de Ana Marcela, o Brasil também foi representado por Viviane Jungblut, que fez uma prova sólida e terminou na 11ª posição, com o tempo de 2h06min15s. Viviane se destacou nos primeiros momentos da prova, chegando a figurar entre as líderes, mas acabou perdendo ritmo nas voltas finais. “Faltou um pouco mais de energia para manter o ritmo do pelotão de frente. Eu sabia que isso seria o diferencial. Dei o meu melhor, mas a prova foi muito intensa e diferente do que estávamos acostumadas”, comentou Viviane após a competição.
Canoagem Velocidade: Isaquias e Jacky ficam em 8º, Valdenice vai à semifinal
O dia da canoagem velocidade nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 foi de altos e baixos para o Brasil. Isaquias Queiroz, um dos maiores nomes do esporte no país, e seu parceiro Jacky Godmann, finalizaram a prova do C2 500m na oitava colocação, com o tempo de 1min42s48. A dupla, que chegou à final após uma performance sólida na semifinal pela manhã, não conseguiu repetir o desempenho na disputa decisiva realizada nesta quinta-feira, 8 de agosto.
Apesar do resultado frustrante, Isaquias ainda tem esperanças de alcançar o pódio em Paris. Nesta sexta-feira, ele retorna à raia para disputar sua prova favorita, o C1 1000m, onde conquistou o ouro em Tóquio 2020. Uma vitória na sexta-feira colocaria Isaquias ao lado de Robert Scheidt e Torben Grael, ambos da vela, com cinco medalhas olímpicas, consolidando ainda mais seu nome na história do esporte brasileiro.
A prova do C2 500m foi dominada pelos chineses Bowen Ji e Hao Li, que levaram a medalha de ouro com o tempo de 1min39s48. A prata ficou com os italianos Carlo Tacchini e Gabriele Casadei (1min41s08), enquanto o bronze foi para os espanhóis Diego Domingues e Juan Antoni Moreno (1min41s18).
Isaquias, que chegou a Paris com um total de quatro medalhas olímpicas (um ouro, duas pratas e um bronze), expressou sua insatisfação com o desempenho na final, destacando o intenso trabalho realizado tanto no Brasil quanto na aclimatação em Portugal. “Não gostei do resultado, claro. Chegar em oitavo não é um resultado excelente. Trabalhamos muito no Brasil e na aclimatação em Portugal. O barco estava andando rápido, mas é uma final olímpica. Não estou feliz com o resultado, mas sim em estar entre os melhores do mundo”, disse o atleta baiano.
Jacky Godmann, que fez sua estreia olímpica ao lado de Isaquias em Tóquio, também lamentou o resultado, mas reconheceu sua evolução desde a última edição dos Jogos. “Eu estava mais tranquilo e experiente, mas foi uma prova rápida onde não se pode errar. Estou bem triste”, afirmou Jacky, que tem 25 anos.
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Se na prova masculina a frustração foi evidente, o mesmo não se pode dizer da canoagem feminina brasileira. Valdenice Conceição, de 35 anos, alcançou um marco histórico ao se classificar diretamente para as semifinais da prova C1 200m, com o tempo de 48.57 segundos. Esta é a primeira vez que o Brasil participa desta modalidade nos Jogos Olímpicos, e Valdenice demonstrou sua força ao garantir uma vaga direta na semifinal, que será realizada no sábado, 10 de agosto.
“Estou muito feliz por ter passado diretamente para a semifinal, que era meu objetivo. Eu dei o meu máximo pra passar direto e poder descansar sem ter a pressão de passar pelas quartas. Agora é continuar focada no treinamento pra gente chegar à final”, declarou Valdenice, que é natural de Itacaré, na Bahia. A canoísta começou a praticar o esporte ainda na infância, quando ajudava seus pais, pescadores, a conduzir a canoa da família.
Valdenice, que já vinha lutando para participar dos Jogos Olímpicos desde que a prova não era olímpica, celebrou a conquista de ser a primeira mulher brasileira a chegar à semifinal do C1 200m. “Como mãe, mulher e guerreira que eu sou, estou muito feliz, honrada e grata por essa oportunidade”, disse.
Com a expectativa de Isaquias Queiroz no C1 1000m e a presença de Valdenice Conceição na semifinal do C1 200m, o Brasil ainda tem boas chances de subir ao pódio na canoagem velocidade em Paris 2024.
Vela: Brasileiros encerram participações em Paris 2024 sem medalhas
Os atletas brasileiros de vela encerraram sua participação nos Jogos Olímpicos Paris 2024 sem conquistar medalhas. As disputas nas classes Nacra 17, 470 e Fórmula Kite marcaram o último dia de competições para os velejadores do Brasil.
Na classe Nacra 17, João Siemsen e Marina Mariutti concluíram a regata de medalha na terceira colocação. No entanto, com a impossibilidade de subir ao pódio geral, a dupla terminou a competição na 9ª posição, somando 115 pontos líquidos. Os italianos Ruggero Tita e Caterina Banti levaram a medalha de ouro, seguidos pelos argentinos Mateo Majdalani e Eugenia Bosco com a prata e os neozelandeses Micah Wilkinson e Erica Dawson com o bronze.
Na classe 470, Henrique Haddad e Isabel Swan finalizaram os Jogos Olímpicos na 10ª colocação. A regata de medalha, disputada entre os dez melhores barcos, viu os brasileiros encerrando com 84 pontos líquidos. A medalha de ouro foi conquistada pelos austríacos Lara Vadlau e Lukas Maehr, enquanto a prata foi para os japoneses Keiju Okada e Miho Yoshioka. O bronze ficou com os suecos Anton Dahlberg e Lovisa Karlsson.
Bruno Lobo, na Fórmula Kite, não conseguiu avançar para a final. Na semifinal A, ele enfrentou os concorrentes Axel Mazella, da França, e Riccardo Pianosi, da Itália, mas precisou vencer três regatas para se classificar. Bruno terminou em terceiro na semifinal e em sétimo na classificação geral.
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Atletismo: Brasil fica fora da final no revezamento 4x100m masculino
Na manhã desta quinta-feira (8), a equipe brasileira de revezamento 4x100m masculino não conseguiu avançar para a final dos Jogos Olímpicos Paris 2024. A equipe, composta pelos atletas Gabriel dos Santos, Felipe Bardi, Erik Cardoso e Renan Correa, terminou a prova com o tempo de 38s73, insuficiente para garantir uma vaga na decisão.
A equipe brasileira competiu na segunda bateria eliminatória, realizada no Stade de France, e terminou na 6ª colocação. A bateria foi vencida pela equipe da China. Com o desempenho abaixo do esperado, o time do Brasil não conseguiu alcançar o índice necessário para se classificar para a final.
Além disso, a competição não contou com a presença de Paulo André, que ficou de fora do revezamento após ter terminado em último lugar na bateria dos 100m rasos.
A equipe brasileira avaliou sua performance e espera melhorar seus resultados nas próximas edições olímpicas. A busca por um desempenho mais sólido e a superação das dificuldades enfrentadas nesta competição serão o foco dos preparativos futuros.
Agenda do Brasil na sexta-feira (9)
Amanhã tem mais! Confira a programação do Brasil nos esportes de ação das Olimpíadas de Paris nesta sexta-feira (9):
02:30 Maratona aquática masculino (final)
Guilherme Costa
06:17 Atletismo revezamento 4×100 masculino
Lucas Vilar, Lucas Carvalho, Douglas Hernandes, Matheus Lima
06:30 Canoagem de velocidade masculino (semifinal)
Isaquias Queiroz
16:45 Atletismo 400m com barreiras masculino (final)
Alison dos Santos