Todo alpinista que pretende escalar o Monte Everest em 2024 terá que usar um chip de rastreamento, anunciou o governo do Nepal na última semana.
A medida vem após a temporada mais mortal de todos os tempos em 2023, com 18 mortes na montanha mais alta do mundo, de acordo com o banco de dados do Himalaia.
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A partir deste ano, todos escaladores devem alugar um microchip do governo nepalês, que utiliza a mesma tecnologia de GPS encontrada em dispositivos como o relógio Garmin.
Em entrevista à CNN, Rakesh Gurung, diretor do departamento de turismo do Nepal, explica que o chip custa aproximadamente entre US$ 10 e US$ 15 por pessoa e será costurado na parte interna da jaqueta, sendo removido e devolvido após a expedição.
Em caso de avalanche, lesão ou o alpinista não conseguir continuar, o chip permitirá que o resgate na montanha os localize com mais facilidade.
“Irá reduzir o tempo de busca e resgate em caso de acidente”, diz Gurung, explicando que a prática já é utilizada entre empresas de guias de expedição mais respeitáveis.
Em um ano, são emitidas em média cerca de 800 permissões para o Everest e, de acordo com o dados do site Adventure, 1% dos alpinistas que tentam alcançar o cume morrem. No entanto, no ano passado, apenas 478 permissões de escalada foram emitidas, mas a taxa de mortalidade foi de quase 4%.
Embora o chip acrescente um pouco ao custo da expedição ao Everest, o valor é apenas uma gota no oceano em comparação ao custo total – estima-se que uma expedição custe mais de US$ 35 mil (cerca de R$ 175 mil) por pessoa.
Em outras mudanças anunciadas neste ano no Everest, os escaladores agora também terão que recolher suas fezes em uma tentativa de limpar a montanha, depois que autoridades nepalesas relataram estar “enojadas” pelas condições atuais do local.