Esta foi uma das temporadas mais movimentadas e mortais no Everest, a montanha mais alta do mundo, e se não fosse por um sherpa de 30 anos chamado Gelje, as coisas teriam sido ainda piores.
Gelje Sherpa e um colega resgataram um alpinista malaio que estava à beira da morte por congelamento na “Zona da Morte”, onde a falta de oxigênio e as temperaturas de -30°C impedem a permanência prolongada de seres humanos.
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Ele encontrou o alpinista inconsciente agarrado a uma corda no local conhecido como Balcony, que fica a 8.400 metros acima do nível do mar.
Com o escalador envolto em uma manta térmica amarrada às costas de Gelje, a descida levou mais de 6 horas antes que ele encontrasse outro sherpa, Nima Tahi Sherpa, para ajudá-lo.
Do colo sul ao Campo 3, eles levaram o alpinista a uma área acessível por helicóptero, que o evacuou em uma maca.
“É quase impossível resgatar alpinistas nessa altitude”, disse o oficial do Departamento de Turismo, Bigyan Koirala, à agência Reuters. “Foi uma operação muito rara.”
Gelje estava guiando um cliente chinês para o cume da montanha, quando avistou o alpinista malaio. Devoto budista, ele convenceu seu cliente a abandonar a ascensão para poder resgatar o homem. “Salvar uma vida é mais importante do que rezar no mosteiro”, disse Gelje.
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Os sherpas são o grupo étnico que vive nas montanhas do Nepal, mas também é um sobrenome muito comum. Um termo informal para guia, que na verdade significa simplesmente “pessoas do leste”.
Eles detêm dezenas de recordes mundiais de escalada em montanhas e também possuem adaptações genéticas para viver em altitudes elevadas.
Todos, exceto os montanhistas mais experientes e veteranos, terão um guia sherpa em sua subida ao Everest.