Os corredores que amam dividir as emoções com seus amigos de quatro patas terão novamente um lugar de destaque no Banco Master Rocky Mountain Games.
Maior festival de cultura de montanha do Brasil, o evento chega a Campos do Jordão (SP), neste final de semana (17 e 18), para sua segunda etapa.
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Em Campos, o canicross será feito em um circuito de 4 km, com 217 de altimetria acumulada. A largada está prevista para as 7:15 horas do sábado (17).
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Com origem na Europa, o canicross é uma modalidade pensada para quem gosta de compartilhar aventuras no outdoor. Afinal, humano e animal correm juntos em trilhas.
Neste esporte, o condutor geralmente usa um cinto, que se conecta a guia elástica, e essa se conecta ao colete de tração (harness) no cão.
Embaixador da modalidade no Rocky Mountain Games, o educador físico Willian Oliveira dá algumas dicas sobre o esporte e o uso do equipamento correto.
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Colete de tração (harness)
“O harness é um colete de tração diferente de um peitoral. Eu gosto de fazer uma comparação clássica. Você pode usar o peitoral no seu cachorro para praticar o canicross? Pode, beleza. Assim como você também pode correr uma maratona de sapatos. Isso será confortável? Ou seja, você não vai fazer uma atividade com conforto se não estiver usando o equipamento correto. Então há diferença, por mais que o peitoral pareça ser confortável, ele não é para o canicross. Ele não distribui tanto a carga de tração, principalmente quando é um cachorrinho que puxa bastante. Há vários tipos de harness específicos para o canicross. Independente do modelo que você venha usar, se tiver ali do tamanho do seu cão, é o equipamento ideal.”
Guia elástica
“A guia deve ser sempre elástica pra diminuir o impacto entre você e seu cão. Principalmente na hora da largada, quando ele vai acelerar muito mais rápido do que você, e durante a corrida, caso ele venha a aumentar a velocidade repentinamente. Eu gosto das guias que tenham uma elasticidade maior. Por exemplo, eu tenho uma guia de 1,5 metro, e ela estica até 2 metros. A guia ela é medida com o elástico completamente estendido. Quando você tem uma guia menor, fica um pouco mais fácil de correr com seu cão em um percurso mais técnico. Porém, em uma descida inclinada, por exemplo, uma guia um pouco mais longa pode te ajudar. Vamos supor que você tenha um cachorro de quase 30 kg te puxando morro abaixo. Você ficar completamente atrás do cachorro, sofrendo muita tração dele. Então, se tiver uma guia um pouco maior, você consegue mudar de linha nessa estradinha, sofrer um pouco menos com a tração, e sua corrida vai ficar um pouco facilitada, diminuindo a chance de você cair também.”
Cinto
“O cinto é importante por questões de segurança e também para evitar lesões, mais por você do que pelo seu cachorro. Vamos primeiro para a parte de segurança. Você vai estar correndo com as mãos livres, e em uma trilha, passa por alguns obstáculos naturais. Caso você caia, a primeira coisa que você vai usar são as mãos para se proteger. E provavelmente você vai largar a guia do cachorro, e ele estará livre. Se não for um cachorro muito obediente, ele pode partir sozinho e às vezes continuar na corrida, até porque os donos de outros cachorros estão correndo também. Então você pode ter alguns problemas com isso. Isso é uma questão de segurança. E a questão de conforto é que você não vai precisar segurar a guia e você vai permanecer com sua postura normal de corrida, sem precisar estar fazendo algum tipo de compensação. É interessante escolher um cinto que tenha o link com a guia móvel, alguns cintos tem esse ponto fixo, ou seja, ele não corre de um lado para o outro e isso pode te atrapalhar em algumas manobras como por exemplo em uma curva fechada ou mudança de linha repentina do cão de um lado para o outro.”
Onde encontrar?
No site Canicross Brasil é possível encontrar os kits específicos para o canicross, nacionais e importados.
Dicas para correr com o cão
1 – Começar com pequenas distâncias. Quando o cão e seu tutor começarem a ganhar condicionamento físico, é hora de aumentar a distância aos poucos.
2 – Ter cuidado com o tempo entre a refeição e o treino. Esse tempo deve ser de, no mínimo, 5 horas (eu dou 12h). Isso é muito importante, porque os cães podem sofrer uma torção gástrica caso tenham um volume de alimento sólido ou líquido dentro do estômago na hora da atividade.
3 – A dica do alimento vale também para a quantidade de água que pode ser oferecida ao cão durante o treino. Meus treinos de canicross, por exemplo, são bem curtos. Então, meus cães só bebem água após o exercício.
4 – Deixar a frequência respiratória do cão diminuir antes oferecer água para depois do treino.
5 – Nos dias mais quentes, deve-se levar o cão para nadar. É importante criar uma variação nas atividades: canicross, natação, brincadeira com bolinha (e essa pode ser na areia ou na água).
6 – Ter muita atenção com a temperatura na hora do treino. Com termômetros marcando acima dos 25°C, eu não treino canicross. Entre 23°C e 24°C, corro no máximo 2km. Os cães têm grandes dificuldades em fazer a troca de calor com o ambiente porque eles não suam igual aos humanos e isso acaba por facilitar a hipertermia.